Capítulo 62 Thaís ainda estava parada diante de Dominic, os olhos azuis firmes, desafiadores. — Dominic, por favor… só me escuta — pediu, a voz trêmula. Gustavo e Bruno se entreolharam, sem saber o que fazer. O clima estava carregado, e qualquer palavra parecia perigosa demais. De repente, o som de passos ecoou pelo escritório. Melissa se aproximou, o rosto sério, os olhos marejados de raiva e dor. Antes que alguém pudesse reagir, o estalo ecoou no ar. Melissa acertou o rosto de Thaís com um tapa firme e cheio de tudo o que estava sentindo. Todos ficaram imóveis, chocados. Thaís levou a mão à face, incrédula, e avançou para revidar, mas Dominic segurou seu braço. — Thaís, chega! — disse ele. Melissa olhou para ele com fúria. — Solta ela, Dominic! — sua voz tremia. — Tira as mãos dessa mulher agora! Ela se virou para Thaís, o olhar firme e cortante. — Sai do escritório do meu marido agora mesmo! Thaís respirou fundo, tentando recuperar o controle. — Eu

Capítulo 64 Dominic não conseguiu digerir o dia. Ficou no escritório, engolindo copos e mais copos, até a garrafa ficar vazia e a noite se tornar madrugada. Quando a fadiga o alcançou, desabou no sofá entre papéis e pastas, dormindo ali, com a gravata ainda frouxa e o rosto marcado pelo cansaço e pelo álcool.Do outro lado da cidade, Melissa estava na casa de Ana. Já era tarde quando percebeu que Dominic não tinha ligado — e a ausência da chamada do marido a atingiu como uma lâmina. Tudo o que vinha segurando desde o casamento — a insegurança, o medo, a vergonha, as humilhações antigas — rompeu ao mesmo tempo. Ela desmoronou.Ana ouviu o choro abafado vindo da sala e correu para abraçar a amiga.— Ei… não chora — sussurrou, envolvendo-a. — Eu vou matar o Dominic por te fazer sofrer assim.— Ele não ligou, Ana — soluçou Melissa. — Não se importou que eu não voltei pra casa. Ele vai me deixar… vai ficar com ela.Ana a apertou mais forte.— Calma. Não fica assim.Melissa ergueu o rosto,

💔 Capítulo 66 Dominic chegou em casa já no fim da tarde, o cansaço estampado no rosto. O carro ainda estava parado na garagem, o que o fez acreditar, por um instante, que Melissa estaria ali. Mas a casa estava silenciosa demais. — Melissa? — chamou, entrando e olhando em volta. Nenhuma resposta. Andou pelos cômodos, subiu as escadas, abriu a porta do quarto — vazio. A cama impecável, o perfume dela ainda pairando no ar. Descendo novamente, encontrou Maria na cozinha, terminando de guardar a louça . — Maria, a Melissa saiu? A mulher ergueu o olhar, surpresa. — Saiu? Eu achei que vocês estavam juntos, senhor Dominic. Nenhum dos dois voltou pra casa ontem à noite. Ele ficou imóvel por um instante, digerindo a resposta. — Não… nós não estávamos juntos. Maria franziu o cenho, percebendo a preocupação no olhar do patrão. — Aconteceu alguma coisa? Dominic desviou, respirando fundo. — Não, nada. — mentiu. — Só… pensei que ela tivesse voltado. Subiu novamente, foi direto pro

Capítulo 68 O sol já estava alto quando Melissa acordou. Virou-se na cama, mas o outro lado estava vazio — Dominic não estava mais ali. Um aperto surgiu em seu peito. Levantou-se devagar e desceu as escadas. Ao chegar à cozinha, a cena a fez parar no meio do caminho. Dominic, Thaís e o pequeno Pedro estavam à mesa, tomando café juntos. O riso do garoto enchia o ambiente, e Dominic o ajudava com carinho. — Pedro, olha aqui esse pãozinho — dizia ele, sorrindo. — Você precisa comer, campeão. Melissa ficou parada observando, com uma sensação amarga crescendo dentro dela. Por um momento, pareceu uma intrusa na própria casa. Quando Dominic notou sua presença, tentou soar natural: — Melissa, você já acordou… vem, vamos tomar café com a gente. Ela se aproximou lentamente e percebeu a mesa farta, diferente dos outros dias. Havia frutas cortadas, sucos, bolos e tudo o que Dominic gostava. Confusa, ela olhou para Maria: — Por que tem tanta comida assim, Maria? Maria a olhou, sem

Capítulo 70O caminho até a casa de Ana foi silencioso. Melissa olhava pela janela, tentando controlar o enjoo e o aperto no peito. Dominic dirigia ao lado, tenso, os dedos apertando o volante com força.Assim que chegaram, Ana abriu a porta preocupada.— Amiga entra e senta, você precisa descansar.— Eu estou bem!Dominic deu um passo à frente. — Posso conversar com ela, por favor? Só um minuto.Ana hesitou, mas diante do olhar suplicante de Dominic ela abriu caminho. — Tudo bem. Eu vou preparar um chá.Os dois se sentaram no sofá. Dominic parecia vulnerável, diferente do homem confiante de sempre.— Melissa... — começou ele, com a voz rouca. — Eu preciso de um tempo pra resolver tudo. Só te peço isso. Não desiste de mim.Melissa abaixou o olhar, o coração apertado. Pensar no filho dentro dela só aumentava o desespero. O estresse, a confusão — ela sabia que nada disso faria bem para o bebê. Então respirou fundo e, com firmeza, respondeu:— Me explica uma coisa, Dominic. Você não tinh