O clique da porta da frente se fechando rompeu o silêncio da casa de Miguel. Ouvi o motor do veículo se afastar, e um arrepio estranho subiu pela minha nuca. Eu estava sozinha na casa de um homem que eu mal conhecia. Sentei-me no sofá de couro legítimo, na sala de estar que parecia ter saído de uma revista, e senti como se estivesse na minha antiga casa, onde morei anos com os meus pais. Eu havia passado os últimos dias sendo agredida, o que, ironicamente, me jogou nos braços de um homem cuja vida era um livro trancado. Miguel era cuidadoso, intenso, e agora eu sabia, rico. Bilionário. A curiosidade ficou insistente, e eu comecei a roer as unhas, achando que enlouqueceria. Levantei-me, ignorando o pequeno alarme que soava na minha cabeça, dizendo que eu deveria ficar quieta, comportada. Mas eu não conseguiria. Não após ser abandonada nessa casa. Comecei a caminhar, meus pés descalços afundando no tapete espesso
Leer más