ETHAN PETTERSONCristina entrou no meu escritório como um furacão. Nem bateu na porta, nem pediu licença. Apenas fechou a porta atrás de si e me encarou como se eu tivesse cometido um crime contra a humanidade.— Viu o que você fez?! — disparou, sem nem respirar antes.Não sei exatamente o que fiz, mas pela forma como ela me olhava parecia que era algo digno de morte, e ela mesma iria me matar.— Bom dia, esposa. — respondi, só para provocar.O rosto dela ficou ainda mais vermelho, e se tivesse um abajur aceso ao lado, eu jurava que ela brilharia como uma lâmpada. Minha esposa ficava encantadora quando estava brava, me dava vontade tirar o mal humor dela a pau. O meu pau, é claro.— Não me chame disso aqui dentro! — Ela se aproximou da mesa, apoiando as mãos nela me distraindo com seus peitos incríveis. — Agora todos acreditam que sou sua noiva.Inclinei-me para frente, cruzando os dedos calmamente.— Eles estão enganados. — Porque ela não é minha noiva, e sim minha esposa.— Eu sei q

CRISTINA SANTIAGOMeu coração parecia querer escapar do meu peito quando a porta da mansão se abriu. A casa dos Petterson era ainda mais intimidadora por dentro e provavelmente a casa mais cara que eu pisaria em toda a minha vida.— Boa noite. — a voz suave veio acompanhada de um sorriso caloroso. Uma mulher alta, elegante, de cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo, estendeu a mão para mim. — Sou Helen, mãe do Ethan. Você deve ser a Cristina.— Sim, prazer em conhecê-la. — apertei a mão dela com firmeza, tentando esconder meu nervosismo.— Richard. — uma voz grave interrompeu. O homem tinha os ombros largos e os olhos escuros mais frios que já vi. — Richard Petterson.Sorri educadamente.— Prazer em conhecê-lo, senhor Petterson.Ele apertou minha mão e deu cumprimentou Ethan com apenas um aceno de que cabeça.— Vamos jantar. — ele indicou o caminho com um gesto de mão, já virando de costas.— Venham queridos. — Disse a mãe de Ethan e a seguimos.A mesa de jantar parecia saída de

ETHAN PETTERSON Acordei com a luz entrando pelas cortinas e o corpo quente dela do meu lado. Olhei para o rosto de Cristina e sorri. Ela era minha. Deixei um beijo rápido em seus lábios e levantei devagar para não acordá-la. Caminhei até o banheiro, liguei a água quente do chuveiro que rapidamente limpou o sono e me trouxe memórias da noite passada. Senti um sorriso idiota. Eu gostava de ver como ela respondia quando eu apertava o botão certo. Terminei meu banho, me vesti e fui até a cama. Toquei o ombro dela com a ponta dos dedos. Ela resmungou sonolenta e virou o rosto para mim com os olhos semicerrados. — Acorda, esposa. — falei baixo. Ela reclamou, enrolou o cobertor e levantou devagar se recostando nos travesseiros. Dei um beijo rápido nos lábios dela. — Deixei a toalha no banheiro para você, ok? — Hum-hum. — Murmurou esfregando os olhos. Quando me virei para sair, vi no tapete a pequena peça que tinha servido de mordaça à noite. Peguei com o polegar e uma ideia rapi

CRISTINA SANTIAGO — Heitor? O que faz aqui? Ele deu aquele sorrisinho cretino de sempre, ajeitou o cabelo com a mão e soltou, todo metido: — Posso entrar? — Não. — respondi no mesmo segundo. — Não. — Rosália repetiu ao mesmo tempo, ficando perto como se fosse minha guarda-costas. Ele piscou, fez cara de “tudo bem” e levantou as mãos. — Ok, ok… Vocês não precisam ficar tão nervosas. Eu só vim comunicar uma novidade. — Ele estufou o peito orgulhoso, como se estivesse prestes a anunciar que tinha descoberto a cura do câncer.— Eu vou me casar com a Beatriz. Eu pisquei uma, duas vezes, mas ainda não concluí onde ele queria chegar, vindo na minha casa dizer uma asneira dessas. — E o que eu tenho a ver com isso? Quer que eu solte fogos? Dê os parabéns? — Seria educado, né? — Uau, só falta o óleo de peroba porque a cara de pau ele já tem. — Mas não é só isso. O noivado vai ser na casa dos seus pais e… — O quê?! — interrompi e minha voz soou tão aguda que poderia ter queb

CRISTINA SANTIAGO Olhei para os três na sala e senti que se eu não falasse tudo agora, eu ia explodir e sair direto no plantão policial por agressão. Respirei fundo e deixei a língua solta. — Vocês só podem estar de brincadeira comigo. Então, só para eu entender direitinho: a filha que foi traída pela única irmã, com o próprio marido, é a errada? Eu virei a “vergonha” da família? Enquanto a santa Beatriz, que se enfiou debaixo do lençol de um homem casado, está aqui sendo exaltada como a restauradora da honra? Minha mãe fez cara de tédio, como se estivesse ouvindo uma reclamação boba. — Cristina, não precisa dramatizar… — DRAMATIZAR? — soltei uma risada histérica. — Quer que eu desenhe? Minha irmã roubou meu marido. E o que vocês fazem? Montam festa de noivado na sala de casa, aplaudem e ainda me convidam para ser plateia do circo! Beatriz cruzou as pernas devagar, e rebateu: — Ninguém roubou nada de ninguém, Cristina. Você perdeu o Heitor por sua falta de cuidado. — Perdão?