O auditório da Montenegro Capital, um espaço de design modernista com cadeiras de couro e iluminação focada, parecia mais um teatro de gladiadores do que uma sala de reuniões. No centro do palco improvisado, sob a luz de um holofote, Isabela estava de pé. O blazer escuro e a calça de alfaiataria a faziam parecer menor do que a sua ambição, mas a postura ereta e o olhar inabalável denunciavam a mulher que ela realmente era. Do outro lado da sala, na primeira fileira, estava o Conselho de Administração, um grupo de homens e mulheres mais velhos, com expressões sérias e desinteressadas. E, no fundo, em uma sala de vidro, como se estivesse em um camarote de luxo, Lucas Montenegro a observava. Seus olhos eram de um ódio tão gélido que ela sentiu um arrepio na espinha. Ele estava lá para vê-la cair, e ela estava lá para começar a destruí-lo.Isabela ligou o microfone, e sua voz, cheia de confiança e clareza, ecoou pelo auditório. "Boa tarde. Meu nome é Isabela Figueiredo, e fui encarregada

O beijo de Lucas foi um choque, mas a atração entre eles era mais forte do que a raiva. Ele a beijou com ódio, com raiva, mas também com desejo. Seus lábios se pressionaram contra os dela, e a eletricidade que eles sentiam era tão intensa que Isabela sentiu seu corpo estremecer. Ela não reagiu, não o empurrou, não o beijou de volta. Ela ficou parada, uma estátua de gelo, observando a tempestade em seus olhos. O beijo foi um ato de posse, um ato de fúria, mas também um ato de rendição.Lucas a soltou, a respiração pesada, e a realidade o atingiu como um soco no estômago. Ele a beijou. A mulher que ele odiava, que ele tentava destruir, a mulher que estava tentando arruinar sua família. Ele se sentiu humilhado, enojado de si mesmo. Ele a olhou com uma expressão de ódio, e a culpa que ele sentia era tão intensa que ele a transferiu para ela."O que você fez comigo?", ele perguntou, com a voz rouca. "Você me enfeitiçou. Você é uma bruxa. É isso o que você é."Isabela o olhou com desdém, e

Capítulo 15: A Verdade InconvenienteConsumido por uma fúria fria, Lucas passou os próximos dias como um fantasma na Montenegro Capital. Ele se trancou em sua sala, usando seus contatos mais confiáveis e sua própria expertise para mergulhar nos arquivos digitais da empresa. Sua missão era simples: encontrar a prova de que Isabela era uma mentirosa. Ele queria desmascarar a farsa da "Fênix S.A." e enterrar a história de uma vez por todas. Ele trabalhou sozinho, não confiando em ninguém, nem mesmo em Daniel, o seu assistente. Ele precisava de uma prova irrefutável de que Isabela havia falsificado os documentos. Ele procurou por senhas, registros e qualquer coisa que pudesse ligá-la à rede da empresa.O que ele encontrou, no entanto, foi o oposto do que esperava. As transações que Isabela mencionou em seu relatório eram reais. Os pagamentos para a Fênix S.A. eram consistentes e estavam escondidos sob uma complexa rede de empresas de fachada. Ele passou por dezenas de arquivos, códigos e

Capítulo 17: O Jogo do Gato e do RatoA primeira ação de Lucas, ao retornar ao seu escritório, foi tentar apagar o rastro de Isabela. Ele instruiu Daniel a remover todos os arquivos relacionados à auditoria da Divisão de Desenvolvimento de Tecnologia. Em uma reunião a portas fechadas com membros de confiança do Conselho, ele desacreditou o relatório de Isabela, classificando-o como "fabricado por uma auditora desonesta" e um "ato de chantagem". Ele queria que a verdade fosse enterrada antes que pudesse sequer ser considerada. Sua lealdade a seu pai era tão forte que ele estava disposto a mentir para as pessoas que ele mais respeitava para protegê-lo. A raiva o consumia, mas a vergonha de ter sido enganado era a sua maior motivação.Mas Isabela estava sempre um passo à frente. Ela havia antecipado a reação de Lucas. Já tinha feito cópias dos arquivos e os enviado para um servidor seguro. Ela sabia que ele tentaria desmentir suas descobertas, e ela usou a sua previsibilidade contra ele.

Capítulo 19: A Verdade na Ponta dos Dedos​A Fundação Montenegro de Artes era um mundo à parte. Longe das torres de vidro da Montenegro Capital, o edifício era um oásis de mármore branco e madeira escura, exalando uma riqueza atemporal. As paredes, adornadas com obras de arte de mestres renomados, pareciam ter vida própria. Para Isabela, no entanto, aquele cenário idíaco era apenas a fachada de uma operação sombria. Ela estava no centro do palco, no lugar que Lucas acreditava ser o coração intocável de sua família.​Lucas a observava de longe, como um predador. O ódio por ela era um fogo frio em seu peito, mas a atração que ele tentava reprimir era como uma brasa escondida. Ele a viu percorrer os corredores, a postura confiante de uma mulher em missão. Ela não parecia uma auditora; parecia uma detetive, uma caçadora. Isso o irritou. Ele se aproximou, sua voz baixa e carregada de escárnio. "Está gostando da nossa fundação? É tudo real, sabe? Diferente do seu 'relatório'."​Isabela se v