Capítulo 31Leon acordou novamente e olhou para o relógio na mesinha de cabeceira. Os ponteiros marcavam dez e três. Um suspiro escapou de seus lábios quando sua mão deslizou pela cintura da esposa, que ainda dormia serenamente ao seu lado."Não foi um sonho. Nem um pesadelo. É real..."Ele se demorou alguns segundos apenas observando Ísis. O jeito como os cabelos dela se espalhavam pelo travesseiro, a respiração calma, o semblante tranquilo.Leon se inclinou e roçou os lábios nos ombros dela, deixando um beijo. Não sabe porque age assim com ela, mas é inevitável tocá-la de alguma forma. Ísis se mexeu, abrindo os olhos devagar.- Já acordou? - ela perguntou, a voz doce e ainda embargada pelo sono.- Sim... - ele sorriu. - E estava aqui pensando que ainda custa a acreditar que você é minha mulher.Ela riu baixinho e se virou para encará-lo de frente.- Pois acostume-se, senhor marido... - brincou, deixando o olhar descer para os lábios dele.Leon ficou alguns segundos apenas a observan

Capítulo 33Molly ficou sem graça por um segundo, mas logo abriu um sorriso para o motorista, que agora era seu namorado e, rindo de si mesma, saiu correndo toda desengonçada.- Preciso avisar a todos! - gritou de longe, desaparecendo porta adentro.O motorista soltou uma risada e balançou a cabeça, indo em direção à garagem. Gostava de Molly exatamente daquele jeito: maluca, sem papas na língua, sempre espontânea.Enquanto isso, Molly atravessava os corredores apressada até chegar à porta dos fundos da cozinha. Entrou arfando, com a mão no peito, como se tivesse corrido uma maratona.- Minha gente, vocês não vão acreditar! - anunciou, dramática, chamando a atenção de todos os empregados que estavam por ali.Alguns ergueram as sobrancelhas, outros pararam o que estavam fazendo para ouvir. Molly ergueu o dedo indicador, como uma repórter prestes a dar uma notícia bombástica.- Ele voltou! - declarou, fazendo suspense. - Mas não é só isso... o patrão Leon está andando! E eu digo mais: e

Capítulo 35Molly pegou os sapatos, olhou para os lados e saiu andando na ponta dos pés pelo corredor. No fim, encostou-se na parede, calçou os sapatos rapidinho e desceu as escadas olhando até para o teto, com medo do caçula estar de olho nas câmeras do hall.Quando passou pelo corredor que levava à cozinha, levou um susto e deu um grito, levando a mão ao peito ao ver a governanta parada ali, de braços cruzados e olhar desconfiado.— Você não estava no quintal? — perguntou a mulher, estreitando os olhos.— Sim, estava... É que... é que... — Molly gaguejou, tentando inventar uma desculpa.— É que o quê? — a governanta rebateu, sem paciência.— É que me deu uma dor de barriga, não conseguia sair do trono... — improvisou, fingindo cara de dor.A governanta suspirou, revirou os olhos e respondeu seca:— Está bem. Já que está melhor, volte ao trabalho.— Sim, senhora — disse Molly, tentando disfarçar o alívio.Enquanto se afastava, pensou consigo mesma, revirando os olhos: “Eita mulherzin

Capítulo 37Não demorou para o caçula se recolher com a namorada, deixando a sala em silêncio. Ísis permaneceu com a cabeça apoiada no peito do marido, observando as chamas da lareira, até que seus olhos foram se fechando devagar. Leon percebeu o peso suave do rosto dela deslizando contra ele: havia adormecido.Com cuidado, pegou sua pequena sereia no colo e a levou para o quarto. Depositou-a com carinho sobre a cama, retirou-lhe as sandálias e, em seguida, deitou-se ao lado dela, puxando o corpo frágil para junto do seu, aquecendo-a em seus braços.Por alguns instantes, ficou apenas observando o rosto sereno da esposa. “Estou casado… É meu dever proteger minha mulher, amá-la, respeitá-la…” — refletia em silêncio, até que o peso das próprias pálpebras o venceu, e ele adormeceu junto dela.Na manhã seguinte, Leon levantou-se cedo, deixou Ísis ainda adormecida na cama e saiu vestido para correr. Do lado de fora, quatro seguranças o observaram atravessar o portão. Um deles olhou para o c

Capítulo 39Depois que Leon e Ísis aceitaram um copo d’água e saíram, a cozinha voltou a respirar. A ajudante, ainda suspirando, encostou-se no balcão com os braços cruzados.— Vocês viram isso? — disse com um sorriso sonhador. — Parecem dois adolescentes apaixonados… o tempo todo de mãos dadas. O senhor Leon é simplesmente perfeito como marido.Os dois cozinheiros trocaram um olhar rápido. O mais baixinho só riu e balançou a cabeça, mas o outro, mais alto, travou o maxilar, empinou o queixo e ficou em silêncio, tentando disfarçar o incômodo.— Ihhh… — cochichou o colega, cutucando-o com o cotovelo. — Tá com ciúmes, é?O grandalhão resmungou, sem olhar para ninguém:— Ciúmes? Eu? … Imagina.Mas a cara fechada denunciava tudo.A ajudante não perdeu a chance de provocar:— Ah, não precisa ficar com inveja… O senhor Leon é único. Nenhum homem aqui se compara.O cozinheiro mais alto bufou, fingindo cortar legumes com mais força do que precisava, enquanto os outros caíam na risada.***— Q