O Segredo do Pub e a Defesa de BrianDaniela MarçalEu segurei o braço de Marina, afastando-a da cachoeira de chocolate. Meus olhos varriam o salão, garantindo que nem Xavier, nem o inquisitivo Brian, pudessem ouvir nossa conversa.— Ele não estava flertando, Marina. Ele estava pescando, como você disse. Mas por quê? Eu sou a conexão com o passado problemático.Marina mordeu o lábio, o olhar ainda fixo no canto onde Brian estava. A tensão era tão palpável que quase sobrepujava o cheiro adocicado dos doces da festa.— Você não vai acreditar nisso, Dani. Mas eu já conheço o Brian. Não nos conhecemos hoje, ele já está há alguns dias tentando contato. - Aquilo não era bom. — O quê? Da onde? Ele nunca mencionou. Estava tão imersa nos meus problemas, que não olhei conversava direto com a minha amiga.— Claro que não mencionou. Ele é o melhor amigo de Xavier Lancaster. Por que ele iria mencionar a garçonete de pub que ele... que ele mal conheceu? — Ela parecia envergonhada. — Eu trabalhava

O Santuário de Tules Daniela Marçal O “atelier” não era uma loja; era um santuário. A Matriarca, em sua ostentação discreta, havia garantido que a escolha do vestido fosse um evento exclusivo. Estávamos em uma suíte privada de um dos mais renomados “ateliers” de alta-costura em Mayfair, com janelas que davam para um pátio interno silencioso, longe de qualquer olhar curioso ou lente de paparazzo. O luxo ali era sussurrado: lustres de cristal, espelhos venezianos e, por todo o lado, sedas e rendas organizadas com reverência. A Senhora Lancaster estava em seu comando supremo. Ela já havia contratado uma “cerimonialista”, uma figura mítica no círculo da realeza e da alta sociedade, cuja discrição era legendária. — Daniela, querida, experimente este aqui. O decote em coração vai realçar a sua clavícula de forma sublime — ela instruiu, a voz firme enquanto passava as mãos pelo tecido de um vestido. — E não se preocupe com a logística. A Sra. Ellington já cuidou de tudo, desde a lista d

O Dossiê Secreto e a Fúria do ReiXavier LancasterEu deixei Daniela dormindo, finalmente em paz após a tensão do convite. Mas a infelicidade que detectei na voz de sua mãe não me dava trégua. Eu tinha prometido protegê-la do padrasto, mas havia uma peça faltando no quebra-cabeça. Eu precisava de informação, e havia apenas uma pessoa que possuía o tipo de dossiê secreto e extra-oficial que eu precisava.Eu encontrei Brian na biblioteca da mansão, lendo um antigo livro de capa dura e, provavelmente, bebendo whisky.— Largue esse livro, Brian — ordenei, fechando a porta com força. — Eu preciso de você. Agora, com a sua capacidade total de investigação.Ele levantou uma sobrancelha, sem se abalar com meu tom. — Problemas na Dinastia, Xavier? Pensei que o Príncipe Consorte estivesse resolvendo tudo com jatinhos e vestidos de noiva.Eu ignorei a provocação. — É sobre Daniela. Eu acabei de ligar para a mãe dela. Ela aceitou vir, mas há algo errado. Ela estava infeliz. Eu preciso saber tudo

A Chegada Imponente: O Pouso da IncertezaXavier LancasterEu estava no meu escritório, observando o monitor de segurança que mostrava a pista de pouso privada que eu havia designado para o jatinho. O plano de Brian estava em curso, e o Boeing 737 convertido em um luxuoso "jato executivo" pousava suavemente. A pontualidade era previsível: Orlando gostava de aparecer.Daniela estava na sala de estar, fingindo tranquilidade ao lado de Olivia, que desenhava um castelo. Eu a havia mantido afastada do aeroporto e da logística, insistindo que era a minha responsabilidade.Quando o monitor mostrou a porta da aeronave se abrindo, senti uma onda de fúria fria. A mãe de Daniela desceu primeiro, parecendo hesitante, deslumbrada pelo luxo e um pouco perdida na paisagem cinzenta de Londres. Ela usava roupas simples, mas a postura denunciava a tensão.Logo atrás dela, desceu Orlando. Ele estava em seu elemento: terno de corte duvidoso, sorriso presunçoso e uma aura de novo-rico que tentava desesper

A Consolação do Rei e o Confronto Final Xavier Lancaster Eu estava no meu quarto, tenso, quando ouvi a porta da suíte de hóspedes se abrir. Não consegui ouvir a conversa final, mas o silêncio que se seguiu à explosão de choro me disse que a verdade, por mais dolorosa, tinha sido entregue. Daniela entrou no meu quarto logo depois, pálida, mas com uma quietude resoluta. Ela estava exausta, mas havia uma luz nova em seus olhos, a luz de quem finalmente havia se libertado do peso de anos de silêncio. Eu fui até ela e a abracei, forte, sem dizer uma palavra. Ela se aninhou em meu peito, e eu senti o peso de tudo que ela havia suportado. — Acabou, Dani. Acabou — eu murmurei, beijando o topo de sua cabeça. — Ela sabe. Sabe de tudo — a voz dela era um sopro. — Do dinheiro, das traições, do meu casamento... do que ele tentou fazer. Eu a afastei levemente, segurando seu rosto entre minhas mãos. O alívio que senti ao saber que ela finalmente tinha dito a verdade era imenso. Ela não