"Você não pode sair por aí dizendo que estou grávida!", Carolina falou, a voz carregada de apreensão."Qual o problema, Carolina? Zola trabalha para a minha família desde que me entendo por gente e será ela quem te ajudará a cuidar do meu filho." Falei direto, sem rodeios. Que mania irritante Carolina tem de se esquivar de tudo!"Olha, Felipe, você precisa entender que as coisas são bem diferentes. Um filho não é algo que você quer muito e depois que consegue, esquece num canto." A voz de Carolina tremia levemente, denunciando uma fragilidade que eu não esperava. "Filho precisa de carinho, atenção, cuidados, amor, proteção. Não sei qual é o seu intuito ao querer um filho, mas te digo que muita coisa muda na vida de um casal quando tem um filho, e nós não somos um casal. Foi algo casual, transamos no calor do momento, esquecemos de nos prevenir. Isso não quer dizer que eu esteja grávida por isso, pare,seja lá qual for sua intenção, apenas pare." A súplica em suas palavras era palpáv

O trabalho sempre foi minha prioridade, mas hoje desejei ficar em casa, ficar com ela. Coralina me irrita com seu jeito frio de lidar com o que está acontecendo entre a gente.Seria um louco se não assumisse que estou gostando dela, aqui na minha casa, vendo-a deitada na minha cama, sentindo seu cheiro espalhado pelos lençóis.Porra, estou ferrado mesmo. Por mais que queira estar com ela, tenho responsabilidades.Deixo o celular de lado, volto minha atenção para o trabalho.O dia foi corrido como sempre, meu caos particular entre reuniões e análise de projetos em andamento mal me fez dar conta que tinha um almoço marcado com um cliente.Deixei a empresa, dirigi para o restaurante. Ao sair do carro, parado em frente ao estabelecimento, recebi a mensagem do meu cliente avisando que teve um imprevisto e não viria.Frustrado e com raiva, decido almoçar. Já estava aqui mesmo, não iria voltar para a empresa sem comer.Dou alguns passos à frente, ouço alguém me chamar. Antes que possa me vir

Depois que a Carolina partiu, a ficha caiu. Fui um idiota. Preparei o jantar, esperei por ela, pronto para, finalmente, abrir meu coração e assumir o que estávamos vivendo, com ou sem a gravidez. Mas o destino, com sua ironia cruel, decidiu que tinha outros planos para mim.Parado no meio da sala, o teste de gravidez amassado na minha mão parecia um pedaço de lixo. Joguei-o para longe e olhei para a mesa, perfeita, com as velas acesas e a promessa de uma noite que não existiria. Ela não estava ali. A Carolina tinha ido embora sem me dar a chance de dizer uma palavra sequer. Apaguei as velas. A noite que era para ser o nosso recomeço se transformou em nada, e a raiva me consumiu por completo.Os dias seguintes foram um borrão. Duas semanas de silêncio, de uma ausência que parecia me sufocar. A Carolina seguiu em frente, e eu tentei me convencer de que era o melhor para nós. Mergulhei no trabalho, nas viagens, em expandir meu império, buscando preencher um vazio que jamais se preencheri