Lily conhecia pouco sobre aquelas estradas inglesas, então se limitou a apreciar a paisagem num dia único de sol. A área urbana dava espaço para o clima agradável e verde do interior.Campos verdes se abriam e ela parecia maravilhada. Sean dirigia segurando a mão da amada contra a perna, admirando o sorriso dela.O carro de Sean avançava pelas estradas de Kent, margeadas por campos verdes e antigas construções de pedra que pareciam resistir ao tempo com um ar de majestade silenciosa. Lily estava ao lado dele, admirando a paisagem que lembrava contos de nobreza inglesa, completamente diferente das ruas modernas de Londres ou da planície texana que conhecia. Ele acelerou até entrarem na antiga propriedade da família, ao longe já era possível ver a grande construção. Os olhos de Lily se arregalaram."Onde nós estamos? I-isso é um castelo?" ela perguntou.Sean riu e olhou para a namorada contente com sua reação. Aquilo não era nada comparado às ruas de Londres, agitação de Nova York ou a

O dia seguinte à entrevista amanheceu mais leve na mansão Thronike. O peso que pairava sobre Sean parecia ter se dissipado, como se finalmente tivesse deixado de carregar um segredo maior que ele. Lily percebeu isso logo no café da manhã: havia uma tranquilidade rara em seu olhar, um jeito de repousar os ombros que a fez sorrir em silêncio.Ela o observava enquanto ele folheava um jornal, ignorando as páginas de fofoca e focando apenas nas manchetes sérias. Para Lily, a coragem de Sean tinha sido algo extraordinário. Ele não apenas dera a entrevista; tinha se exposto, contado sua história e silenciado os boatos.Quando ele ergueu os olhos e a flagrou olhando, Lily riu."Está orgulhosa de mim?" Sean perguntou, com aquela ironia discreta que sempre suavizava seu tom grave."Muito" respondeu ela, sincera. "Você não só se defendeu, Sean. Você deu voz ao seu pai, à sua mãe… ao que eles realmente foram."O silêncio entre eles foi breve, mas cheio de significado. Ele estendeu a mão e ela a s

O sucesso vinha em ondas, e Julie estava surfando em todas.O blog, que começara como um refúgio particular, um espaço para compartilhar impressões sarcásticas sobre filmes, livros e romances improváveis, agora tinha um público fiel. Cada publicação atraía centenas, depois milhares de leitores. As pessoas comentavam, discutiam, pediam mais. E Julie, que nunca teve problema em falar o que pensava, estava descobrindo o prazer de ter a própria voz ecoada tão longe."Meu Deus…" ela murmurou, percebendo um envelope diferente no meio da correspondência, os olhos arregalados. "Não acredito."Lily parou o que fazia. "Aconteceu alguma coisa?"Julie jogou-se no sofá, teatral como sempre. "Alguma coisa não. Aconteceu TUDO.""Julie…" Lily sorriu, paciente. "Conta logo."O convite chegou em um envelope elegante, com o selo dourado de uma produtora britânica famosa no canto superior. Julie o segurava com um brilho de triunfo nos olhos, como se fosse a confirmação de algo que ela já esperava, mas ai

Lily acordou naquela manhã de outono em Londres com a sensação de que algo estava para mudar. A cobertura ainda guardava o cheiro do café fresco que ela havia preparado para si mesma antes de começar a revisar suas anotações para a entrevista final da pós-graduação.Já não esperava nenhuma resposta imediata — a universidade havia dito que levaria algum tempo para enviar as cartas — mas, quando o interfone soou e o atendente no lounge do hotel avisou sobre uma correspondência registrada, seu coração acelerou."Uma carta para a senhorita Liana Thomaz, vinda da University of Cambridge" disse a voz ao telefone.Lily quase deixou a caneca cair. Apressada, calçou as pantufas e desceu para buscar o envelope. Suas mãos tremiam enquanto rasgava o lacre oficial. A leitura das primeiras linhas já foi suficiente para que um grito escapasse de sua garganta:"Eu consegui!" Ela sorriu para os funcionários da recepção, que já a conheciam como a namorada do chefe sorriram de volta em incentivo.Pegou

O carro preto com vidros fumê deslizou pela rua movimentada de Londres até parar diante do arranha-céu que estampava, em letras metálicas e elegantes, o nome Thronike Group. Lily observou a fachada com certo assombro silencioso. O prédio se erguia em linhas modernas de vidro e aço, refletindo o céu cinzento da manhã londrina como se fosse uma torre de cristal. Por mais que já tivesse lido sobre o império financeiro que sustentava Sean e sua família, estar ali, diante da sede que comandava operações em vários continentes, era diferente."Bem-vinda ao meu mundo" disse Sean, abrindo a porta do carro para ela com um sorriso que misturava orgulho e cuidado.Lily ajeitou a bolsa no ombro e o acompanhou até a entrada principal. Os seguranças o reconheceram de imediato, inclinando discretamente a cabeça. Sean tocou de leve na parte inferior das costas dela, guiando-a para dentro. O átrio parecia mais uma galeria de arte do que o hall de um escritório: tetos altos, esculturas minimalistas, lus