Capítulo 152 — Cavalo de TróiaNarrador:Apenas três dias se passaram desde que Azucena tirou a cabeça de Bernardo, e já ninguém mencionava seu nome. Nem na mansão Suárez, nem fora dela. Como se aquele homem nunca tivesse existido. O desaparecimento tinha sido limpo, cirúrgico... e o silêncio posterior, perfeito. Exatamente como ela gostava. Azucena passava aqueles dias agindo como sempre: refeições com a família, algumas saídas breves, conversas banais com os funcionários. A máscara de filha impecável do clã estava intacta. Mas por dentro... por dentro, ela fervia com uma obsessão que já não se dava ao trabalho de disfarçar, pelo menos para si mesma. Ela estava sozinha no jardim da mansão, seu refúgio quando precisava pensar. Uma taça de vinho repousava sobre a mesa, mas ela não a havia tocado. Limitava-se a girar o copo entre os dedos, observando como a luz da tarde se filtrava entre as folhas. O ambiente era sereno, mas em sua cabeça o barulho era ensurdecedor. Sasha Adler. O nome a

Capítulo 154 —A ChefeNarrador:O diabo atravessava a sala com o telefone na mão, verificando uma mensagem urgente, quando ouviu uma voz fraca, mas segura:—Olá, papai.Ele ergueu os olhos e lá estava Sofia, em pé ao lado da poltrona, com aquele brilho nos olhos que sempre o fazia parar imediatamente. Sua expressão severa suavizou-se instantaneamente.—Olá, princesa —respondeu ele e, sem pensar, pegou-a nos braços como se ela ainda fosse uma criança pequena. Sofia riu, envolvendo-lhe o pescoço com os braços.—Não me chame assim —protestou ela, embora se aconchegasse contra ele—. Isso é para meninas bobas.O diabo arqueou uma sobrancelha, divertido.—Ah, é? E como devo chamá-la, então?Sofia olhou para ele com aquela malícia que parecia ter herdado dele.—Chefe.Ele soltou uma gargalhada profunda.—Chefe... gosto disso. Então, a chefe me autoriza a dar um beijo como o seu pai?—Sim —respondeu ela, fingindo magnanimidade —Um, mas rápido, porque tenho coisas para fazer.O diabo deu-lhe um

Capítulo 156 — A promessaNarrador:Sasha entrou no quarto com uma calma que contrastava com o brilho travesso dos seus olhos. Eros estava recostado na cabeceira, sem camisa, com o lençol cobrindo-o até a cintura. Dava para perceber que ele estava se recuperando, mas ainda havia uma tensão em seu corpo que nada tinha a ver com o ferimento. Ela fechou a porta com um leve clique, deixando o silêncio pesar.— Por que você está me olhando assim? — perguntou ele, sua voz grave, quase um grunhido.— Planejando — respondeu ela, e essa única palavra provocou nele uma sensação de alerta.Sasha não se aproximou de repente. Caminhou devagar, como se medisse cada passo, e parou a meio metro da cama. Suas mãos foram direto para a parte superior da blusa dele. Desabotoou um botão, depois outro, lentamente, olhando nos olhos dele. O terceiro botão caiu com um leve estalo e Eros engoliu em seco.— O que você está fazendo, Sash? — perguntou, mas já sabia a resposta.Ela deslizou o tecido pelos ombros e

Capítulo 158 — Aqui está, campeão...Narrador:A rotina de Natalia se repetia quase que de forma calculada. Todas as manhãs, ela saía com os gêmeos para a escola, sempre escoltada pelas duas viaturas de segurança.Na entrada, dois dos homens ficavam de guarda, e o terceiro a acompanhava em suas tarefas, mantendo a mesma distância relaxada, como se o costume tivesse adormecido sua vigilância. Depois de deixar as crianças, ela quase sempre fazia uma parada no mercado ou em alguma loja da cidade, para depois voltar para a mansão. No meio da tarde, ela saía novamente para passar pela escola e voltar com eles, às vezes parando em algum lugar para comprar algo ou dar um mimo, antes de se trancar novamente na propriedade. A única variação acontecia às quintas-feiras. Nesse dia, depois de pegar os gêmeos, o trajeto não terminava na mansão, mas no centro esportivo da cidade, onde eles tinham aulas de natação.O ambiente ali parecia relaxar os guardiões. Conversavam entre si, afastavam-se alguns

Capítulo 160 — O anelNarrador:A explosão de aplausos e felicitações foi imediata. Sofia se lançou sobre Sasha com um forte abraço, enquanto Dominic se limitava a dar um tapinha no ombro de Eros com um sorriso cúmplice. Aylin abraçou os dois, e até Natalia, com lágrimas nos olhos, desejou felicidades a eles.— Já estava na hora! — exclamou Sofia, rindo — Achei que esse bruto nunca fosse se animar.Eros arqueou uma sobrancelha, mas deixou o comentário passar porque Sasha estava radiante. O ambiente se encheu de risadas, taças batendo e comentários cruzados sobre o casamento, o vestido, a data.O diabo permaneceu em silêncio por alguns segundos, deixando o momento fluir, até que decidiu intervir. Sua voz grave cortou a algazarra como uma faca. —Fico feliz em vê-los felizes. E acreditem... eu também quero ver esse casamento —disse ele, olhando primeiro para Eros e depois para Sasha— Mas não se esqueçam de onde estamos. —O silêncio se instalou imediatamente.Eros o observou com atenção, s