Enzo Narrando Fiquei parado, congelado, como se o chão tivesse sumido debaixo de mim. _Gra… gravidez? -repeti, sem acreditar no que ouvia. Aquela dona Cida não pareceu perceber o peso da revelação, e muito menos meu espanto. _Claro, menino! Essa menina aqui é guerreira, mas não pode ficar se matando de trabalhar desse jeito, grávida. E olha, se eu fosse você, dava graças a Deus que o pai não aparece, porque um homem que some nessa hora não vale nada. Olhei para Christine e ela fazia gestos desesperados para que a vizinha se calasse, mas dona Cida parecia surda. _Porque, vou te dizer, homem que engravida e desaparece, não merece nem ser chamado de pai. Foi como se uma faca atravessasse meu peito, não porque eu não sabia, mas porque naquele instante, a ficha caiu de vez, eu era aquele homem! Eu era pai. Vi Christine empalidecer com as mãos trêmulas buscando apoio na prateleira ao lado. _Christine! corri até ela quando a vi se sentar, pálida, quase sem forças e me a
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