Capítulo 71 Narrativa do Autor A semana da inauguração da Fênix começou como um vendaval. O morro inteiro parecia em movimento. Gente pintando muros, montando mesas, ajeitando caixas de som, decorando o galpão. Lavínia, mesmo com a barriga pesando e as costas latejando, estava em todos os cantos. Conferia as flores, checava os brindes, dava instruções, conversava com os coordenadores — ninguém fazia nada sem o olhar dela. A festa ia ser grandiosa, do jeito que o morro nunca tinha visto. Dois dias inteiros de comemoração, com música, comida, dança e apresentações das oficinas. A Fênix ia renascer em grande estilo, e Lavínia fazia questão de cada detalhe. — Quero o portão fechado a partir das seis — avisou a Rico. — Essa festa é do morro, pra quem vive aqui. Gente do asfalto só entra com convite. Rico assentiu, anotando tudo. O som dos martelos e o cheiro de tinta se misturavam ao riso das crianças e à correria dos organizadores. As luzes começaram a ser instaladas, bandeiras com
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