Chase HarrisonNão conseguia contabilizar quanto tempo passara desde que estive encarando a maldita revista. Os ponteiros do relógio caro preso em meu pulso de repente pareciam perder significado. As palavras se embaralhavam diante dos meus olhos.Porra.Tenho que ir até ela. E explicar tudo. Cada maldito detalhe que deveria ter dito, mas que omiti. Só que, merda, meus pés pareciam colados ao chão.Sempre fui o tipo de desgraçado ao qual não se importava com os sentimentos alheios, e diria a verdade, não importa a quem doesse. Mas, merda, agora me sentia incapaz de fazê-lo. E de machucar a mulher que realmente amei, e que amarei por toda a minha vida desgraçada, não importa que me odeie pelo que fiz, ou que duvide de cada palavra que eu tenha a dizer.E foi por pensar assim que agarrei o maldito papel e andei em direção a ela. E a verdade, por mais difícil que fosse revelar.— Ward! — Chamei, e sabia que Harper me ouviria, não importa onde estivesse.Aquele havia se tornado o tipo de

Chase Harrison— Anjo. O que viu na revista... porra, amor, aquela merda não é a verdade.As palavras saíram como uma confissão rasgando minha garganta, e Harper ficou me olhando por longos segundos, com a respiração presa e os olhos marejados, como quem se recusa a acreditar que ainda tem algo mais a ser dito.Não respondi de imediato. Apenas dei um passo em direção a ela, e vi quando recuou.— Preciso que venha comigo — pedi, com a voz mais baixa, e firme. — Não aqui. Não com as crianças podendo nos escutar. — E a segurei, com a certeza de que fugiria de mim se pudesse. — Não posso correr o risco de que saibam quem eu sou. Porra, o que fiz. Não me faça ter que dizer aqui, anjo.Harper hesitou. Os olhos desceram para a barriga, e o gesto de tocar o próprio ventre foi o suficiente para me fazer entender que ela tinha medo, não de mim, mas do que eu estava prestes a dizer. Mesmo assim, depois de um breve instante, assentiu e caminhou ao meu lado até o escritório.Assim que entramos, fe

Chase HarrisonAs palavras não me caíram bem, e sei que, se tivesse a chance, jamais diria a verdade. Por que, porra, eu sabia que ela seria capaz de machucar meus filhos, mas, nunca o fez.E agora, eu não apenas disse a mulher que amo, o quanto posso ser um monstro, também teria que confessar a meus filhos que menti, que mantive o maldito segredo por todos esses anos.— Chase, como... — Sentia-me incapaz de encara-la.O olhar de decepção no rosto dessa mulher me mataria. Sabia que havia cometido um grave erro, e pagaria por toda a minha vida. Mas, não desejava que Harper pensasse que sou um monstro, ou que faria com ela o que fiz a Meredith.Porra, me arrependi da maldita decisão por todos os meus malditos dias. E mantive-me afastado de relacionamentos desde aquele momento.— Como eu a coloquei na prisão, ou como mantive o segredo? — Questionei, ao enfiar as mãos nos bolsos por esconder a tensão. Ainda de costas, senti que Harper se aproximava, ainda incapaz de tocar em mim, ou meus

Chase Harrison— Já olhei em todos os perímetros da casa! — Dario me encarou, e percebi que estava tão preocupado quanto eu, porra.Espero ansioso pela merda de mensagem do Tyler. Cada maldito segundo me atingindo como um soco. E luto para me manter de pé. Merda, não posso cair agora. Não quando meus filhos podem estar com a mã... com aquela mulher, merda.Tyler: Não estão aqui.Leio a mensagem uma e outra vez, até que seja capaz de infiltra-la no meu cérebro. Não quero aceitar a maldita notícia, mas a forma como abraçou Harper, porra. Aquela merda foi uma despedida.— Senhor, encontramos isto. — O vestido é estendido na minha direção.Se o vestido da festa estava e casa, com que porra minha filha saiu, então?Não deveria ter reduzido a segurança, porra. Mas teria feito qualquer coisa pelo sorriso da minha esposa, e a desgraçada soube disso no instante em que paguei para que ficasse longe. Para que não dissesse nada a ela.Sentia-me culpado a cada passo. O que a desgraçada disse? O qu

Chase Harrison— Papai, me perdoa. — Grace estava chorando, e tudo o que mais desejei na vida fora correr em sua direção e beijar cada maldita lagrima até que secassem. Até que as arrancasse de seu rosto.Aquela fora a primeira vez que me lembrava de chorar em público, diante de malditas câmeras. Mas como uma porra de série, estávamos sendo filmados. Todos nós. Graham nos meus braços, agarrado a mim como um garoto da sua vida, e não o nerd mais inteligente que já conheci.Minha filha, no entanto, se mantinha nos braços da mãe. Não por vontade própria, é claro.— Diga a eles, Chase! — Gritou. — Diga o que fez comigo! — E olhou para as câmeras.Sabia o que ela estava fazendo. A conhecia, e seria a porra de um suicídio politico confessar as minhas merdas. Mas, seria o suicídio involuntário da minha filha o que assistiria se não admitisse a verdade.A escondi por tanto tempo, e a merda me corroeu cada maldito segundo da minha vida. Agora, todos saberiam, porra. Nenhum único escândalo poli