Chase HarrisonAma-la me deixava louco, mas, foi o olhar de desprezo a me atormentar de vez, e tornar-me praticamente lunático. — O que eu deveria ter feito? — Sussurrou. Sua voz em um fio que mal podia ser ouvida. — Acha que eu prenderia você a um quarto e te obrigaria a escutar a maldita verdade. — Gritou, dessa vez, com raiva. Porra, eu merecia. Cada maldito ódio, soco, ou o que quisesse me dar. — Tentei, Chase. Mas se existe algo de útil que os Finchs me ensinaram, é que não se deve insistir em quem não quer ser consertado. — Me encarou, e as maçãs do rosto vermelhas, a palidez, e os olhos vermelhos de lagrimas deixaram-me a um passo da intervenção. — Nunca soube a verdade Chase, por que nunca quis isso. Queria estar certo, e ser poderoso. Ai você estaria por cima, e poderia falar a cada briga o quanto foi benevolente ao me aceitar. A verdade era dura demais, e te obrigaria a encarar seu maldito erro. Não o meu. Por que nunca houve um para que fosse julgada e sentenciada como fez!

Chase HarrisonVer a mulher que ama doente não me pareceu o ideal de lua de mel. Porra, as núpcias sem sexo, também não. E ao me ver sentado no chão de um banheiro, percebi o quanto estava fodido.A água subia em nuvens de vapor, e ela, porra, parecia se dissolver junto com aquilo. Harper estava encostada contra a borda, os olhos semicerrados, sonolenta demais, como se cada músculo estivesse cedendo. Quase apagando dentro da banheira. E eu a encarava, obcecado, incapaz de desviar os olhos, mesmo sabendo que não deveria.Merda, se fechasse os olhos de vez, poderia se afogar ali, na minha frente, e eu jamais me perdoaria.Levantei de súbito, ignorando o estalo dos ossos e o desconforto da roupa que já começava a ficar úmida com o vapor. Abaixei-me, passei os braços sob seu corpo pequeno e molhado, e a ergui sem hesitar. Não me importei com a água que escorria e encharcava minha camisa, grudando no peito. O que importava era tirá-la dali.Ela murmurou algo, mas estava fraca demais para p

Harper Ward— Meu deus, o que é isso? — Perguntei, percebendo que havia uma enxurrada de jornalistas esperando no heliporto.Nada havia me preparado para o fato de que me tornaria estranhamente famosa por casar-me com um governador de estado, e agora, parecia que, se arrotasse, ou tivesse comida escorrendo por um canto da boca, haveria alguém escondido em algum lugar para fotografar.— Não sei... — O fato de que Chase também pareceu preocupado não ajudou em nada.Colocando suas mãos possessivas sobre minha cintura, pegamos o elevador para descer do prédio. Estranhamente, o tempo estava ruim, e o trajeto até o local mais próximo de pouso fora recomendado. Agora, no entanto, parecia quase combinado entre o tempo, e jornalistas.— Como souberam que nós estaríamos aqui?As portas se abriram, e apesar do saguão calmo, havia uma grande quantidade deles, e flashes esporádicos apontados para nós, ainda que não pudéssemos ser vistos através dos vidros espelhados.Tyler chegou, e com ele, a enxu

Chase HarrisonA porta se abriu abruptamente, desviando meus olhos até a entrada da sala. Encontrar um Tyler surtando não fora surpresa, tê-lo visto usar uma maldita bomba de asma sim. Porra, o infeliz não precisava daquilo desde que estávamos na faculdade. — Estamos de volta com Aprill Miller, em uma exclusiva bastante reveladora a respeito do nosso governador. Senhorita Miller, o que pode nos contar sobre a relação. Quero dizer, se sua amiga não aceitou as joias, como acabaram se reencontrando?Merda!Podia sentir que Harper estava entrando em desespero a meu lado. Deveria dirigir até a maldita emissora e arrancar a infeliz pelos cabelos loiros, porra. A desgraçada era o pior exemplo de burrice que já conheci na vida. Duvidava que soubesse o quanto essa merda poderia acabar comigo. As intenções eram nobres. Mas, porra, no fim isso sequer seria cogitado.Esfregando os dedos contra os fios que começavam a nascer em meu rosto, encarei a tela. Meu olhar assassino não voltou a encontrar

Harper Ward— Harper! — A infeliz não parava de gritar. Podia vê-la pela janela, mas escolhi ignorar, ainda que Aprill tivesse acampado em frente a casa do Thomas, esmagando cada grama recém-colocada, ou alguns canteiros de flores. — Hei, não se esconda. Estou te vendo! Essas cortinas não são tão boas assim! — Gritou.Podia ver a sombra atrás da minha janela. Os seguranças do Thomas provavelmente não conseguiram conter o furacão Miller de praticamente invadir meu quarto.Sob a ameaça de que teria que conversar com ela, me encolhi, abraçando um travesseiro, e fechei os olhos. Estava magoada, claro. Quem não estaria? As desculpas que recebi sob mensagens de texto por dois dias seguidos pareceram sinceras. E para falar a verdade, era a cara dela cometer o tipo de maluquice, e me expor daquela maneira. Mas agora, eu não queria parar e pensar sobre isso, ou ao menos ter que olhar para ela. Não quando ainda estava magoada. O fato de que era previsível, e que, a intenção fosse a de ajudar, n