@noticianacionalO assassino de colarinho branco.Ela colocou a boca no mundo. Raica Vásquez, irmã de Renan que foi cruelmente morto no estacionamento da UP, não se calou após a soltura de um dos suspeitos pelo assassinato, Álvaro Munhoz. O vídeo atingiu o mundo e se tornou o assunto de alcance mundial em menos de 24 horas. Raica expressa em palavras reais o quanto sofre com a incompetência da justiça brasileira, e ainda ressalta numa frase direcionada ao suspeito.“Álvaro, você tem o sangue do meu irmão nas mãos. E a justiça brasileira compactua com isso após deixá-lo em liberdade”.Quando gravei o vídeo a intenção era atingir pessoas, agredir autoridades e principalmente desafiar os assassinos. Precisava me certificar que o mundo ouviria o meu clamor desesperado por justiça, só não

— Eles quem?— Eles. — Sua voz morre, seus olhos fecham, seu corpo fadiga no cimento. Tudo dentro de mim se diluiu em desespero. — Eram três e não sei como tiveram acesso à minha área particular, armados me renderam, até tentei vir atrás, mas já era tarde. Olha o que fizeram comigo. Desculpe…, cara.— Gael, fale para os seguranças percorrerem a região — grito para o homem e pelo rádio ele dá o comando aos outros. Já com Deloy, prendo sua camisa na mão e o trago para perto. Perto o bastante para sugar seu hálito de nicotina. — Por que a chamou até aqui, seu porra?Isso é algo que batuca na minha cabeça. Qual a intenção de Deloy ao atrair Raica para a UP?— Me solta, porra!Sua cabeça sacoleja, quando sacudo seu tronco.— Responde.— Precisava informar sobre o pai, o homem é um chute no saco. Comprimo o tecido da sua camiseta enforcando-o, fazendo-o abrir a boca em busca de ar.— Não te disse que esse assunto era meu? Colocou minha garota em risco, seu merda.Forço seu limite assistindo

— Sinto muito, preta. — Ela une sua mão na minha e aperta num voto de confiança.— Deloy, o desgraçado foi preso?— Não.— Como não, ele conseguiu fugir? Ela me encara expressão rígida.— Deloy morreu.Arregalo os olhos, surpreendida. Mas não sinto pena por ele.— Confronto com a polícia?— Nicholas o matou, Raica.Tapo a boca, zonza de como as coisas chegaram a esse ponto. Aurora explica os pontos cruciais, deixando claro que muito foi explicado por Gael, o único que acompanhou o Nicholas até o encontro com Deloy.— Certo, então, por que o Nicholas não está aqui, Aurora?Aurora deixou vários furos no relato e sei que os detalhes esquecidos têm a ver com ele.Ela enche as bochechas de ar e as esvazia de uma vez.— O desgraçad

— Ele vai sair dessa. — Ela tenta sorrir. — Nicholas é um sobrevivente, Raica. E você também.— O que faz aqui? — Sem rodeios.— Preciso te explicar sobre Dubai.— Sim, precisa.Aline relaxa os ombros, antes de prosseguir:— Sou advogada, cuido da rede UP aqui no Brasil, eu estava inclusa na viagem, independente de você ir ou não. Nicholas e eu misturamos prazer com trabalho até você entrar na vida dele. Na noite que nos encontramos no corredor, ele desistiu de ficar comigo para ir atrás de você. Nunca presencia um Nicholas transtornado como naquele dia.— Vocês dois transam há muito tempo?— Alguns anos, primeiro ele me contratou como advogada e depois me rendi ao seu charme. — Respiro fundo, meramente incomodada com a intimidade. — Mas fica tranquila, nunca rolou sentimento, era só se

— O que disse? — indago num fio de voz.— Me apaixonei, Nick. — Veda as pálpebras e quando as abrem, uma gota escorre do canto.Inigualavelmente seus olhos confessam muito.— Não me pergunte como ou quando. Não saberia definir uma data ou um momento, aconteceu.Desenho seu rosto com cuidado, fixo na sua boca entreaberta, sua respiração vaza rápido por ali. Raica está nervosa, e confesso, também estou.Encosto meu nariz no dela, e perpasso de um lado para o outro roçando sua boca. Suspiro como um adolescente a sua declaração, só não me sinto suficiente para declarar os meus sentimentos.Raica retoma a posição anterior com cautela devido ao curativo, a marca que sempre irá lembrar que há dentro de mim uma parte viva do meu irmão.— Sua mãe quase me bateu. — Ela que