Capítulo 111 — Lembranças íntimasNarrador:Roman voltou ao jardim com o cenho ligeiramente franzido, como se não tivesse conseguido clarear a mente, mas forçando-se a retomar o papel de anfitrião. Seus passos eram firmes, medidos, como sempre. Quando se aproximou da mesa, Sasha olhou para ele imediatamente.— E a sobremesa?Ele piscou, um pouco desconcertado.—Ah, desculpe! Recebi uma ligação e esqueci de pedir à Amalia para trazer.Sasha olhou para ele com uma sobrancelha levantada, um gesto que já começava a se parecer muito com o dele.—Você recebeu uma ligação agora?—Foi algo do trabalho — respondeu com naturalidade — Nada importante.Ela não insistiu. Não era uma criança, mas também não se detinha muito quando algo lhe interessava mais do que uma resposta vaga. Levantou-se com agilidade e pegou seu copo.— Eu vou — disse ela, já caminhando em direção à casa — Com certeza Amalia está na cozinha. Se ela esqueceu, não vai perdoar.— Ela não esqueceu — murmurou Aylin, enquanto Sasha

Capítulo 113 — Então descansa comigoNarrador:O sol já começava a se pôr, e a luz filtrada entre as árvores pintava o jardim com um tom mais quente, mais íntimo. De longe, ouviam-se risadas abafadas: Sasha e Miranda ainda estavam no jardim de inverno e, pelo entusiasmo na voz da menina, parecia que ela não parava de falar.Aylin e Roman continuavam no jardim, em pé, perto do caminho. Ele a envolvia com os braços por trás, com o queixo apoiado suavemente em seu ombro. Eles não diziam nada, mas não precisavam de palavras. Eles ficaram assim, respirando calmamente, como se aquele pequeno gesto contivesse tudo o que não podiam explicar. Aylin acariciava os braços dele lentamente, enquanto Roman fechava os olhos, deixando aquele momento durar um pouco mais.As risadas se aproximavam. Sasha apareceu primeiro, com a jaqueta amarrada na cintura e as bochechas coradas.— Ah, vocês não sabem tudo o que conversamos! — anunciou ela, agitada — Nem imaginam o quanto ele sabe sobre plantas! Ele me e

Capítulo 115 — Aquela que ele beijava como se sua vida dependesse disso.Narrador:Sasha caminhava pelos corredores do viveiro com a emoção à flor da pele. Ela tinha as mãos cheias de pequenos vasos e falava sem parar, enquanto Miranda a seguia com um sorriso moderado.— Olha, essas calíeias estão lindas — disse Sasha, apontando para uma prateleira cheia de flores em tons pastéis.— Você quer perguntar à vendedora se eles têm mais na cor lilás? — sugeriu Miranda — Estava perto da entrada, ao lado do roseiral.— Sim! — disse Sasha, virando-se — Já volto!Ela saiu quase correndo pelo caminho de pedras e, assim que desapareceu de vista, Miranda virou o rosto calmamente para onde Aylin observava, escondida entre os fetos. Não houve surpresa. Apenas um instante de reconhecimento silencioso.—Você não precisava manter tanta distância —disse Miranda, com voz neutra—. Não vim armada.Aylin se aproximou lentamente. Caminhou até ficar na frente dela, sem nada nas mãos.—Gosto de observar. Aprend

Capítulo 117 — InestimávelNarrador:Roman desceu as escadas com passos firmes, sem pressa, mas com a tensão visível nos ombros. Ao chegar ao hall principal, ele a viu. Miranda estava em pé ao lado de Sasha, com uma mão apoiada no encosto do sofá, como se aquele lugar lhe pertencesse por direito.Sasha ergueu os olhos e sorriu ao vê-lo.—Pai, Julieta estava me contando sobre algumas esculturas que costumavam estar na entrada da casa. Ela diz que algumas podem ser recuperadas.Roman não tirou os olhos de Miranda.—Sasha, você pode nos dar um momento? Suba e fique com Aylin, por favor.Sasha assentiu, um pouco desconcertada, mas obedeceu sem protestar. Ela se afastou sem entender muito bem a tensão que pairava no ar. Miranda, por outro lado, entendia perfeitamente. Ela caminhou ao lado de Roman em silêncio, até que ele abriu a porta de uma sala lateral. Uma vez lá dentro, ele fechou a porta atrás deles.— O que você está fazendo?— Estava conversando com a Sasha — respondeu Miranda, como

Capítulo 119 — Não foi justo, não foi nobreNarrador:Aylin ainda estava a centímetros dele, ajeitando o colarinho da camisa, com aquele sorriso perigoso nos lábios. Roman não conseguia se mover. Seu corpo começava a recuperar o controle, mas sua cabeça... não. Sua cabeça só pensava nela.Em tudo o que ela era. Em tudo o que ela despertava nele. Em tudo o que ele ainda não tinha feito com ela.—Sabe o que pensei naquela noite? —murmurou Roman, com a voz baixa e rouca.Aylin ergueu os olhos, curiosa.—Que noite?—A primeira. Quando você quebrou o vaso. Quando fechei esta porta.Aylin não disse nada. Roman a segurou pela cintura, levantou-a com facilidade e sentou-a na beirada da mesa, sem quebrar o contato visual.— Pensei no que faria se você fosse minha. Pensei em todas as maneiras possíveis de tirar a roupa que você estava usando... e fazer você implorar por mais.Ela não se moveu. Não precisava fazer isso. Suas pupilas diziam tudo. Ela estava ali para isso. Para o que viesse.Roman