Capítulo 22 Ele se virou devagar, caminhando até a grande janela da sala. As costas largas, os ombros tensos, a mão segurando o copo como se quisesse esmagá-lo. Isadora respirou fundo e andou até o sofá. Sentou-se, tentando parecer tranquila, mesmo com o coração descompassado. Sem olhar para ela, a voz dele saiu baixa: — Onde está seu noivo? Ela hesitou. Engoliu seco. A pergunta era simples… e sem resposta para ela. — Ele... precisou sair. Alexander ergueu o copo, observando o reflexo da bebida sob a luz da tarde. — Certo. — A pausa veio com um estreitamento de olhos. — Para onde? Ela vacilou. Apertou levemente o tecido do vestido com os dedos. — Eu… não sei. Silêncio. Ele virou-se lentamente para encará-la. O olhar afiado como uma lâmina. — Noiva e não sabe onde ele foi? Isso é comum entre vocês dois? Ela sentiu o rosto corar. Sustentou o olhar dele por um instante, depois desviou. — Eu não sou o tipo de mulher que vigia o homem com quem está. Se ele quis sair sem dar d

Capítulo 24Seus olhos azuis sorriram, mas logo se tornaram sérios, intensos. O olhar desceu, e seus lábios aproximaram-se do seio desnudo, pairando por um instante antes do toque. A pele delicada, marcada pelos traços do biquíni, e o bico já se endurecia, pelo calor da respiração dele.Ela arfou de ansiedade. Há quanto tempo esperava por isso, dessa vez, sóbria, consciente de cada arrepio, cada desejo que a percorria. Finalmente, ele deixou a língua escorregar devagar, num movimento que a fez arquear as costas.— Ah, céus!Com a mão esquerda, ele apertou suavemente a pele macia, trazendo-a ainda mais perto antes de abocanhar o bico com firmeza.O gemido escapou dos lábios dela na primeira sugada, um som doce, rouco, que só aumentava a fome dele.Ele não tinha pressa. Cada movimento era calculado, cada toque, um tormento delicioso. Quando sugou com mais intensidade, os dedos apertando mais a pele macia, ela gemeu alto, as pernas tremendo. O calor entre suas coxas crescia, e o líquido

Capítulo 26Naquela noite, eles não fizeram amor apenas uma, duas ou três vezes, foram várias. Dormiam e acordavam ao longo das horas, como se seus corpos se buscassem mesmo no repouso, incapazes de se afastar por muito tempo.Depois da meia-noite, Alexander despertou mais uma vez. Ainda nu, vestiu um robe e desceu até a cozinha em silêncio. Pegou uma garrafa de água e um pequeno pote com frutas frescas, precisavam se hidratar, se cuidar, apesar do desejo avassalador.Voltou para o quarto e sentou-se na beira da cama, esperando ela acordar. Quando os olhos dela se abriram, trocaram um olhar silencioso, íntimo. Comeram juntos, beberam a água... mas nenhuma palavra foi dita. A conversa parecia menos urgente do que o toque.E voltaram a se entregar. Só então Alexander adormeceu profundamente, com o corpo exausto e o coração mais leve.Isadora acordou com o corpo ainda dolorido e sensível. O quarto silencioso, ele respirava profundamente. Levantou-se com cuidado, os músculos protestando,

Capítulo 28Alexander dirigia com os olhos fixos na estrada, mas não via nada. Os nós nos dedos brancos de tanto que apertava o volante.A imagem dele chegando no exato momento em que Ethan encostava os lábios nos dela.Isadora não se afastou.Ela não o impediu.Alexander esfregou o rosto com raiva. Por que ela não disse nada? Por que permitiu?Ou, pior, será que só ele queria acreditar que havia algo entre eles? Algo além do desejo. Algo além das noites intensas e dos sussurros entre os lençóis.— Idiota... — murmurou para si mesmo.Encostou o carro no acostamento por alguns segundos, os dedos ainda tremendo.Respirou fundo. Uma. Duas vezes. Mas não adiantava. O gosto amargo da dúvida queimava mais que qualquer whisky.Ele olhou para o celular no banco ao lado. Poderia voltar. Poderia exigir respostas.Mas, não faria nada.Pelo menos não até conseguir entender o que ele mesmo sentia. Porque, no fundo, o que o estava machucando... era a possibilidade de ter se apaixonado por ela.E se

Capítulo 30Três horas depois, Gerald estava ao lado do filho no quarto. As enfermeiras entravam em silêncio para verificar o soro e as medicações, evitando interromper o momento entre pai e filho.Sentado na poltrona próxima à cama, Gerald passou as mãos pelos cabelos grisalhos e sentiu, mais uma vez, as lágrimas arderem nos olhos. Mesmo com Alexander fora de perigo, a dor persistia em seu peito, por ele, e também por Aurora. Sabia que não poderia esconder aquela notícia por muito tempo, e isso o apavorava.Levantou-se e se aproximou da cama. Com carinho, passou a mão pelo rosto do filho, agora com alguns pequenos curativos. Seus dedos tremiam levemente ao tocar aquela pele tão familiar. Uma lembrança o invadiu com força.“— Pai, por que tantos beijos?”Alexander tinha perguntado, ainda criança, tentando escapar dos braços fortes que o envolviam.“— Porque te amo mais que tudo,” ele respondera, com um sorriso.Desde aquele dia, o menino nunca mais reclamou das demonstrações de afeto