A doutora examinou Ticiano e disse que era apenas a garganta inflamada. Receitou os remédios. Quando terminou e acompanhou os três até a porta, Kassandra disse:— Muito obrigada, doutora Luisa. Eu não sou dessa cidade e não achei onde atendia meu convênio na hora da pressa. Queria me desculpar pelo ocorrido na escola.A médica interrompeu, educada:— Vamos deixar isso pra lá, não vem ao caso agora. Hoje não dá, mas seria bom você fazer alguns exames, um check-up completo nele para ver se está tudo bem. Vou deixar meu cartão com você e qualquer coisa pode me ligar. Mas acredito que, tomando o medicamento, ele vai melhorar bem rápido.Ela acompanhou Kassandra até a sala de espera. Valentino levantou e foi até elas, perguntando como o neném estava. A doutora Luisa logo falou:— Vocês desculpem minha intromissão, mas vou falar como mãe e médica. Já até recomendei isso à direção escolar.— A Andreyna precisa de ajuda profissional, um

Kassandra não esperava ouvir aquilo, mas manteve a calma. Respirou fundo e respondeu: — Ué, você não disse que eu estava acabando com a sua vida, Rubian? Pra que quer me ver? Ele respondeu sem jeito: — Não deixa tudo mais difícil, Kassandra. Você sabe que é complicado pra mim tudo isso que tá acontecendo... Fui três vezes na sua casa e não te encontrei. Só quero ver o Ticiano, saber como ele tá. Ela disse que ligaria pra ele no domingo. Rubian concordou e desligou. Toda vez que falava com ele, ela ficava mexida, culpada. Lavou o rosto e saiu do quarto. Ao passar pelo quarto de Andreyna, ouviu Valentino conversando com a menina. Parou na porta. Ele se aproximou e perguntou, olhando fixamente: — Tudo bem? Ela balançou a cabeça confirmando. Ele disse que ela estava alterada no telefone. Kassandra respondeu, séria: — Por que você não chegou de madrugada hoje também? Po

Assim que Kassandra mandou mensagem para Valentino, avisando que ficaria na sua própria casa para dormir, ele quis saber quantos dias ela pretendia ficar. Ela respondeu que na segunda-feira já estaria voltando para lá. Ela dormiu abraçada com Ticiano, falando baixinho sobre como o pai dele o amava e ia mudar por ele. Na manhã seguinte, o interfone tocou cedo. Kassandra, ainda de camisola, foi abrir achando que fosse Joana. Mas era Andreyna, acompanhada de Valentino. Ele anunciou que tinha algumas coisas para resolver na cidade e entrou como se estivesse procurando alguém, claramente desconfiado de que ela estivesse acompanhada. Kassandra vestiu o roupão e voltou para a sala. Valentino disse que ficaria fora o dia todo e pediu que ela não voltasse para lá até ele chegar. Ela respondeu, de ótimo humor: — Por mim tudo ótimo. Eu amo a minha casa. Ele retrucou, seco: — Lá você não acorda tão bem-disposta assim. Ela sorriu de canto: — Por isso mesmo. Aquela casa é sua. Aqui

Os dois testes deram negativo.Kassandra saiu do banheiro sem dizer nada, foi direto até a sala e jogou os dois, em cima de Valentino. Fuzilou-o com o olhar.— Você deveria ter vergonha de si próprio. Para de colocar a Andreyna no meio da gente. Você tanto me quis junto de vocês pra ajudar, e agora, sempre que pode, fica usando ela sem pensar nas consequências.Valentino levantou sem pressa, cheio de razão:— Não fiz nada demais. A filha é minha. Não quero deixar ela nas suas costas. Você não é a mãe, né?Ele olhou os testes, suspirou irritado. Começou a pegar a chave do carro, a carteira, calçar o sapato.Kassandra continuou:— Você tem duas opções: me dar o divórcio assim que virar o ano, esquecer tudo isso e seguir a vida de vocês dois… ou aceitar as minhas condições nesses seis meses.Ela apontou o dedo para ele, firme.— Não vou aceitar você se metendo na minha vida ou me forçando a fazer qualquer

Ele respondeu cínico que realmente não tinham deixado ele dormir nada, debochando que tinha tido uma “noite quente, muito agitada”.Kassandra foi para o quarto e deitou. Valentino foi atrás, parou na porta e perguntou se ela não tinha saído.Ela respondeu que tinha.Ele retrucou:— Seus sapatos e sua bolsa estão no mesmo lugar em que estavam quando eu vim aqui, e seu vestido não tá pra lavar. Então suponho que você não tenha ido a lugar algum.Kassandra não respondeu. Virou de costas, se cobriu até a cabeça com o edredom e voltou a dormir.Mais tarde, ele a acordou, já eram quase 10h. Disse que estava indo embora e que, se ela não quisesse, não precisava ir na viagem por obrigação.Kassandra respondeu sonolenta:— Eu vou, quero ir. Quando eu voltar a gente senta e conversa.Valentino falou:— Tá bom. Já deixei tudo certo com a Celina. Boa viagem.Ela agradeceu baixinho, ele foi embora, disse apenas um “tchau” e saiu.Antes da hora do almoço, Rubian ligou perguntando se podia devolver