Kisa permaneceu em silêncio, ainda olhando pela janela, tentando ignorar a sensação desconfortável que aquele momento havia deixado. No entanto, foi Royal quem finalmente quebrou o silêncio.— Por que você não senta aqui na frente? — perguntou de repente, referindo-se ao banco do passageiro.Ela virou a cabeça para ele, surpresa com a pergunta.— Não, obrigada. Estou bem aqui mesmo — respondeu com firmeza, ao que Royal apenas assentiu lentamente.— Tudo bem, como preferir.Kisa abaixou o olhar, refletindo sobre o que acabara de dizer. Depois de alguns segundos de silêncio, decidiu acrescentar algo mais.— Não queria que sua esposa visse da janela e pensasse algo errado sobre nós.Royal franziu a testa e lançou um olhar rápido para Kisa antes de ligar o motor e continuar dirigindo.— A Magalí não é minha esposa — disse com calma, como se fosse algo óbvio.Kisa piscou, desconcertada com a resposta.— Ela não é sua esposa? — perguntou, apenas para ter certeza de que havia entendido corre

— Sinto muito que a Coral esteja passando por isso — disse Kisa, com uma expressão de tristeza e compaixão. Levou a mão ao peito, sentindo o coração apertar. — Ela é uma menina incrível, cheia de bondade, doce e carinhosa. É tão atenta e sensível que é impossível não se apegar a ela. A ternura dela transparece em cada gesto, em cada palavra. Não consigo entender como alguém pode ser capaz de fazer algo tão terrível com ela. Dói saber que ela está sofrendo em silêncio, tentando seguir em frente apesar de tudo. Me pergunto como alguém pode ser tão cruel, como pode fazer isso com uma menina tão maravilhosa, tão cheia de luz.Kisa parecia confusa. Ela não conseguia conceber a ideia de que existisse alguém capaz de machucar um ser tão indefeso. Sua mente simplesmente não conseguia processar. A imagem de Coral — tão inocente, tão pura e vulnerável — revirava seu coração.— É realmente incompreensível pra mim. Custa a acreditar que alguém possa ser tão mal. A Coral é só uma menininha... — co