Hunter KnoefelMad me abraçava sem parar. Parte daquele aperto era saudade, mas parte também era culpa, a forma dela tentar se desculpar por aquela foto ter chegado até mim. O que minha irmã não entendia é que aquela imagem não me feriu… pelo contrário, ela reacendeu uma esperança que eu já acreditava morta.— Hunter, eu a Léa… não era a Maitê. — Mad segurou meu rosto, tentando me convencer. — Elas se parecem, sim, mas têm muitas diferenças. Essa moça estava com a mãe dela. Eu segui as duas, mantendo distância, e ouvi claramente a moça, que se parece com a Maitê chamar uma mulher que estava com ela, de “mãe”.— Se não for ela, então é parente. — retruquei, firme. — A Maitê é adotada… e queria saber da origem dela. Então, de qualquer maneira, ter encontrado essa mulher pode me ajudar. Pode me dar uma pista… me motivar.— Vai ficar no Airbnb comigo? — Mad perguntou, tentando mudar o foco.— Não. Reservei hospedagem no hotel, para mim e para o Wayne. Ele foi levar as malas. Mas e agora?

Hunter KnoefelWayne me olhava como se eu tivesse perdido completamente o juízo, como se fosse um lunático sem salvação. E o pior é que, depois que ele começou a falar, uma parte de mim começou a dar razão a ele. Ele arrancou o carro com pressa, saindo das proximidades da casa onde Maitê estava.— E aí, você vai até a delegacia dizer: "Olha, a minha mulher se afogou em Connecticut, a mãe dela viu ela cair no mar, e agora, dois meses depois, ela aparece aqui no Novo México. Ela não lembra de mim, tem traços físicos diferentes, uma mãe e um pai que eu nunca vi, mas eu juro, é a minha mulher." — Ele falava com ironia, sem tirar os olhos da estrada.— Mas é ela! Eu tenho certeza! E essa história de pai e mãe pode até ser real... já que ela é adotada! — insisti, sentindo meu coração disparar.— Meu Deus, Hunter, cada vez que você fala mais, a lógica desaparece. Me explica por que, em sã consciência, a Maitê se afastaria do próprio filho e fingiria não te conhecer?— EU NÃO SEI, POMBAS! — g

Hunter Knoefel— Hunter, meu filho… — começou minha mãe, tentando manter a calma, mas seu tom estava entrecortado, como se cada palavra fosse uma martelada na própria cabeça. — Eu não quero ficar batendo sempre na mesma tecla, mas isso que você está dizendo... é uma loucura! Me explica, por favor, o que foi exatamente que a Mad lhe contou?— A Mad está em um bar, lá no Novo México. Parece que vai começar a tocar uma banda universitária. Ela estava esperando o show começar quando viu o Edward… beijando uma loira. A mesma que vocês insistem em dizer que apenas lembra a Maitê… Mas eu sei. Eu tenho certeza. Aquela mulher é a minha esposa.— Meu Deus… Será que ela se enganou, meu filho? — minha mãe levou a mão ao peito, atônita. — Olha, eu já espero de tudo do Edward… mas se essa moça for mesmo a Maitê… então ela é pior que ele.— Mãe, a Maitê está sem memória. Ela não sabe quem eu sou. Ela não se lembra de nada. Essa vida, nossa história, tudo foi apagado da mente dela.— Então… o acident

Hunter Knoefel Léa era uma louca… mas uma louca apaixonante. Só ela teria a coragem, ou a ousadia de trazer Maitê logo na primeira vez em que, supostamente, a conheceu. E, ainda assim, eu não conseguia me irritar com ela. Se não fosse por essa amiga tão peculiar, talvez nunca teria a chance de ouvir a voz de Maitê, de sentir o calor do seu olhar, de ver de perto aquela delicadeza que me deixava em transe. Eu estava grato, absurdamente grato a Deus por ela estar viva… e já contava os minutos para poder levá-la para casa. — Acho que saquei… é a jovem da planta que deixou você todo entusiasmadinho, estou certa? — Léa disse, com aquele sorriso maroto que só ela sabia fazer. Maitê e eu não desgrudávamos os olhos um do outro desde que ela chegara. Ao ouvir a provocação, lancei um olhar de repreensão para minha suposta irmã, enquanto Maitê, corando, baixou o rosto como quem é pega de surpresa. — Márcia, assim você constrange a moça. — era estranho chamar Léa pelo nome da madrinha de M

May Alencar Ele estava encostado no carro, me aguardando. Cada vez que eu o via, sentia como se meu coração perdesse uma batida. Richard estava impecável, usando um jeans justo que valorizava suas pernas e uma camisa polo preta que moldava perfeitamente o seu corpo atlético. Que homem… lindo e cheiroso, exalando aquele perfume amadeirado que me deixava levemente tonta. — Está linda… Na verdade, você é linda — disse, com um sorriso ladino que fazia seus olhos verdes brilharem ainda mais. — Você também está muito bem — respondi, tentando não deixar transparecer o quanto ele me afetava. Ele abriu a porta para mim com um gesto elegante, e eu entrei no carro. Richard deu a volta, sentou-se ao volante e, sem perder tempo, arrancou com o veículo. (...) Richard nos levou a uma pizzaria charmosa, iluminada por luzes quentes e suaves. Eu amei fazia tanto tempo que não comia pizza. Entre um pedaço e outro, Richard começou a falar sobre sua vida, sobre viagens que havia feito pelo Méxi