Januzi sorriu feliz e convencido. Sentia-se agraciado pela deusa com uma companheira muito especial. Perguntou-se se estava à altura de tão nobre fêmea.— Do que você está rindo?— De felicidade. Ter você como companheira é ser um afortunado, conseguir o prêmio máximo. A escolha da deusa não poderia me deixar mais satisfeito. Pena que Januzi não podia ver através da pele Negra dela o quanto ela ficou corada, pois sentiu-se tímida e sem o direito de ser taxada como uma pessoa tão especial. Ele não resistiu ao jeitinho tímido dela, com ela ainda nos braços, ergueu-lhe a cabeça e colou seus lábios nos dela, com um beijo cheio de carinho e respeito. Não foi um arroubo de paixão, mas o reconhecimento de que foram feitos um para o outro e mereciam aquela União.Dandara sentiu uma paz como a muito tempo não sentia e Dora, dentro dela, estava dócil e ronronava de amores por seu companheiro Luxor.— Não preciso sentir seu cheiro para saber que você é minha, não me mantenha afastado de você,

Fandara fez o tratamento nos cabelos, com seus cremes especiais para definir seus cachos, hidratando-os e secando-os. Agora, era a Dandara verdadeira, sem disfarces ou camuflagens. Torceu para que os inimigos não atacassem ou ela não seguiria seus próprios planos.Sentindo-se limpa e fresca, deitou-se para dormir. A noite estava calma e uma brisa suave e fresca entrava pela janela aberta, fazendo tremular as cortinas brancas e leves.Em seu quarto, após tomar seu banho, Januzi vestiu uma calça de moletom e antes de vestir a regata, sentiu o aroma mais delicioso do mundo. Inspirou profundamente e murmurou:— Protea, só podia ser, a flor que representa nossa nação, a rainha das flores.Ele seguiu o aroma, saindo no corredor e chegando ao quarto de Dandara. Parou em frente à porta e inspirou profundamente, mais uma vez, identificando o perfume de sua companheira. “ Companheira! “ — disse Luxor na mente de Januzi.— Sim, é a nossa companheira.Ele não bateu e nem pediu autorização, abriu

Foi como uma explosão de luz, que irradiou por todos os lados e no meio da sala, um portal se abriu e do outro lado, via-se uma floresta e um pequeno monumento.— O que é isso? — perguntou Pietro.— Eu reconheço esse lugar, fica no reino de Kuchá, a terra das banshees.Os olhos de Dandara reviraram as órbitas para dentro, ficando totalmente brancos. Seus braços se ergueram e ela flutuou, passando pelo portal que se fechou logo depois dela ter atravessado.—Nãããooooo, Dandaaaráááá! — gritou Januzi quando não conseguiu passar atrás dela.O desespero dos dois machos causou preocupação a Augusta e seus gritos e uivos chegaram aos ouvidos do rei, que imediatamente ligou os fatos, percebendo que o que temia, aconteceu, a banshee acasalou com seu companheiro e o portal se abriu para ela voltar a sua terra.— JANUUUUZIIII! — gritou o rei.Januzi ouviu o chamado do pai e passou pela sombra. Intuiu que era justamente aquilo que o pai queria evitar. Ao invés dele sair na própria cela, saiu na c

Augusta ouvia toda a história, quieta. Sentia a aflição de seu companheiro e também estava preocupada com Dandara. Pelo pouco que conheceu da jovem fêmea, percebeu que ela tem muito poder em si, além de uma miscigenação difícil de entender. Dandara mistura três espécies diferentes dentro de si, a humana, a lupina e a ave de rapina, sem contar com os poderes da bruxa. União difícil de entender, além de ser necessário muita força para suportar tanto poder em um corpo humano.— Existe algum perigo por lá? — perguntou Augusta, finalmente se pronunciando.— O único perigo seria o rei, mas sem ele por lá para dar suas ordens sem nexo, ela está protegida pela própria magia das banshees.Pietro suspirou, aliviando sua preocupação, Só esperava que sua filha voltasse logo, pois justamente agora que ele voltou para a Alcateia, não admitia ficar separado dela, novamente.*No momento em que Dandara chegou ao outro lado e pisou os pés no pó da terra, percebeu que estava em um lugar inóspito. Pare

Pietro acordou com os gritos dela e correu até a porta do seu quarto encostando a orelha para escutar se era ela mesma. Não bateu na porta e nem gritou por eles, percebendo que seria um momento muito impróprio, mas sorriu e voltou para o seu quarto, feliz por sua filha ter retornado.O dia amanheceu com o céu limpo, com um azul vívido e claro, como se a chuva tivesse lavado os problemas e tudo estivesse em seu lugar devido. Augusta cantarolava na cozinha e Pietro arrumava a mesa, sorridente.— Será que eles vão demorar muito a descer? — perguntou Augusta, colocando uma bandeja com bacon frito na mesa.— Já são dez horas.Pietro tinha razão, pois logo o casal desceu e se juntou aos dois para o desjejum.— Bom dia, pai, Augusta.— É muito bom tê-la de volta, minha filha.— MINHA! — rosnou Luxor.Pietro riu.— Sim, lobo ciumento, sua, toda sua, só um pouquinho minha, afinal ela tem o meu gene e isso você não pode negar. Todos riram da cara feroz do macho ciumento. Januzi puxou sua fême