POV: Aslin VenturaEu estava no quarto, dobrando roupas sobre a cama enquanto as crianças brincavam no quarto delas com uma das babás. O silêncio do meu quarto me dava um respiro, mas não uma paz completa. Minha mente seguia alerta. Sempre estava. Como se algo dentro de mim soubesse que aquela calma não podia durar.E então… o telefone tocou.Não era meu número habitual. Era um celular de emergência, um que quase não usava, um que ninguém deveria ter.Meu coração deu um salto.Tremi por dentro… mas atendi.— Alô?Houve alguns segundos de silêncio. Apenas uma respiração do outro lado. Uma respiração que eu conhecia bem demais.— Olá, boneca — disse ele, enfim.Alexander.Meu corpo se tensionou como se tivessem cravado uma faca em mim. A voz dele me paralisou por um instante, como se uma sombra antiga envolvesse meu peito. Mas desta vez… eu não recuei.Eu não era mais a mesma mulher que ele destruiu. Não era mais a que chorava nos cantos implorando para que parasse. Não. Essa Aslin tinh

POV: Aslin VenturaTranquei-me no quarto com as mãos trêmulas. Fechei a porta e desabei no chão, sentindo as lágrimas queimarem meu rosto. Eu não sabia quanto tempo havia passado desde que Cinthia caiu no chão. Desde que a vi fingir. Desde que vi Carttal defendê-la.Cerrei os dentes. Meu peito doía, mas não era uma dor física. Era algo mais profundo, como se tivessem me rasgado por dentro.Do outro lado da porta, ouvia sua voz. Ele me chamava. Batia na madeira. Mas eu não queria ouvi-lo. Tapei os ouvidos, querendo silenciar o mundo, querendo que tudo desaparecesse. Mas sua voz continuava ali, insistente, desesperada.E de repente, um golpe.A porta se abriu de repente, mas não com fúria. Não com gritos. Carttal entrou, respirando pesado, com os olhos fixos em mim.Virei o rosto, recusando-me a olhá-lo. Eu não queria vê-lo. Não podia. Doía demais.—Aslin, você não me ouviu? Eu estou te chamando —disse ele com aquela voz quebrada que sempre mexia comigo por dentro.Eu não respondi. Apen

POV: Alexander LíbanoEu o tinha exatamente onde queria.Aquela maldita ratazana achou que podia zombar de mim. Achou que podia me arrancar a única coisa que importa nesta vida… Aslin. Por culpa dele, ela fugiu. Por culpa dele, acabou nos braços daquele desgraçado do Carttal. Toda a desgraça, toda a minha raiva, tinha um único nome: Demon.Eu o observei ali, no chão, coberto de sangue, mal respirando. Suas costelas marcavam-se a cada suspiro fraco. Um olho fechado pelo inchaço. A boca arrebentada. Parecia patético. E eu me regozijava.Eu ri. Juro que ri com a alma. Porque, enfim, depois de tanto tempo, ele estava pagando. E o melhor de tudo: eles já tinham visto a foto. Aslin. Carttal. Aquela imagem perfeita dela ao meu lado, como devia ser. E depois, a outra… Demon caído, destruído. Uma mensagem clara. Precisa.Aproximei-me com calma, saboreando cada passo. Ajoelhei-me diante dele e o virei para que pudesse me ver. Embora mal conseguisse focar, seus olhos se encheram de medo. Eu ador

POV: Aslin VenturaSubi correndo as escadas, sentindo meu coração bater forte no peito. Doía respirar, doía pensar. O que eu acabara de ver ainda estava gravado nos meus olhos como um maldito pesadelo. Fechei a porta do meu quarto com um golpe e me deixei cair no chão, com as pernas trêmulas e a garganta apertada.Não podia acreditar.Não queria acreditar.Mas lá estava, diante de mim… a imagem dos lábios daquela mulher sobre os de Carttal.Cobri a boca para sufocar um soluço que ameaçava me despedaçar. Não era o beijo em si que doía… era tudo o mais. Era o fato de que, mais uma vez, eu havia confiado. Havia acreditado. Havia me permitido sentir, e me destruíram de novo.Ouvi passos pesados se aproximando, e antes que pudesse reagir, a porta se abriu com força. Era ele.Carttal.—Aslin, por favor… deixa eu te explicar, eu te imploro —disse, com a voz entrecortada, aproximando-se e segurando meus ombros.Senti repulsa.Repulsa pelo toque dele, pelas palavras dele, pela forma como ele s

POV: Cinthia CarranzaEu a vi ir embora.Vi como aquela pobre iludida de Aslin arrastava suas malas pelo corredor, com os pirralhos atrás. Achava que estava vencendo… que escapava com dignidade. Mas o que ela não sabia era que estava fugindo exatamente para onde eu queria.Direto para a boca do lobo.A cena era perfeita.A sua derrota.A minha vitória.Apoiei-me na grade do segundo andar, justamente onde sabia que ela me veria se ousasse olhar para trás. Mas ela não olhou. Que covarde. Que fraca.Sorrí. Um sorriso lento, venenoso, cheio daquela satisfação que só se sente quando se ganha algo que parecia impossível.A foto funcionou.Afinal, quem melhor do que eu para manipular a verdade como se fosse plastilina? Uma edição aqui, um recorte ali… e pronto. Uma imagem suficientemente real para destruí-la por dentro.E deu certo.Aslin estava fora.Finalmente me livrei dela.Peguei o telefone e disquei sem pensar. Alexander atendeu rápido.—Ela já foi —disse sem cumprimentar, quase sem re