Difícil era fingir não saber de nada e continuar ao lado de Chris. A desculpa de estar cansada, não era suficiente. Lindsay era humana, uma mulher que sofreu grande decepção e está dando a volta por cima. Ou pelo menos tentando, já que a volta sempre retorna ao início. Fechar os olhos para os depósitos na Suiça não era nada. Afinal, ela estava ocupando a presidência provisoriamente. Mas esquecer que Chris tinha uma filha, já não era tão fácil. Chris estava doente e era praticamente incapaz. Essa era a justificativa que ela usava para não chutar o balde. Mas pensar na traição e no fim do seu noivado, fez com que revivesse toda a dor de um ano atrás. Encarar Christian como se não soubesse de nada, estava sendo um grande desafio. A consciência pesada operava mudanças incríveis, isso ela tinha que admitir. Chris estava se desdobrando para lhe dar atenção e todos os mimos que uma mulher poderia desejar. O café da manhã na cama, jantares sem motivos, roupas e acessórios apareci

Após a alta de Lindsay, Chris a levou para casa e não saiu do seu lado. Tudo era na mão e até pediu a Inês para passar mais tempo na casa. - Chris, eu estou bem. Não precisa desse cuidado todo. - Cuidado nunca é demais. A gente deveria adiar a viagem, assim você descansa melhor. Quatro dias em casa sem fazer nada? De jeito nenhum ela iria aceitar. - Não vamos adiar, quero muito fazer essa viagem. - Amor, você tem certeza que está bem para viajar? - Vou me estressar se ficar aqui pensando no que aconteceu. O telefone dela vibrou, era de NY. Olhando o visor se surpreendeu ao ver que era Maysa que ligava. Atendeu sem se importar com a presença de Chris. - Oi Lindsay, como você está? - Sra Montenegro, estou bem. E a Sra. - Estou bem. Fiquei sabendo o que houve ontem. Você acha que tem ligação com o que descobriu? - Penso que sim. Não vejo outro motivo. - Eu queria te dizer que já estamos nos testes finais. É provável que na próxima semana, já possamos enviar a med

No final da tarde, saiu do prédio da Bioquímica Boolt e Chris a esperava para ir juntos. - Ainda aqui? - Como vamos para o mesmo lugar, não precisamos de dois carros a partir de agora. Pegou a mão dela e abriu a porta para ela entrar, em seguida entrou puxando Lindsay para seus braços. - Chris, por favor. - Está tudo bem amor, não precisa ficar tímida. Tentou se afastar, mas ele não permitiu. Desde o dia em que ficou presa no laboratório, Chris estava sempre por perto, o carinho e a atenção redobrada. Claro, Lindsay estava achando ótimo. Lembrando de quando começou a namorar e como ele era atencioso, pouco depois foi estudar nos EUA e ela entrou para a faculdade no Canadá. Pensou em que momento eles perderam essa conexão especial onde um priorizava o outro sempre. Mas ao pensar que ele poderia recuperar a memória e se afastar, chegava a sentir dor no coração. - O que foi amor? Vendo que ela parecia distante, ele a apertou mais em seus braços. - Estava pensand

A campainha tocou outra vez, quando Lindsay chegou na sala, Chris já havia aberto a porta. - Boa noite, Sr Norton! Com um aceno de cabeça, Chris o deixou entrar. Lindsay aproveitou para comunicar a ele. - Não fico sobre o mesmo teto que essa mulher. Ou ela ou eu! Ia saindo sem esperar resposta. Mas a mão de Chris foi mais rápida, segurando sua cintura, voltando para Diana. - Philip vai acompanhar vocês até o hotel. - Mas você nem viu sua filha direito. - Imagino que trouxe os papéis do laboratório. Por favor entregue a Philip. Depois de examinar, a gente discute o resto. Diana não se deu por vencida, levantou-se do sofá e colocou Eloah nos braços dele. - Segura ela um pouco. A menina que estava cochilando, acordou no momento em que ele a pegou. Imediatamente começou a chorar e a espernear como se tivesse levado um tapa. - Deus, como ela chora alto. - Para você ver como é difícil cuidar de uma criança. Quando ela se acostumar com você, não vai chorar mais. Ch

Philip chegou pela manhã com o resultado do DNA. Os dois abriram juntos o envelope e sem surpresa confirmaram, Eloah era filha de Chris. Mesmo esperando por isso, ele não se sentia feliz. Não tinha aquela emoção de se sentir pai e se culpava por se sentir assim. Deveria haver uma conexão entre pais e filhos não? De certa forma, ele estava buscando essa conexão. - Sr Norton, o laboratório pode repetir o exame. Se houver dúvidas. - Não acho necessário. Não vou protelar mais isso. Cometi um erro, a criança não tem culpa. Ele não queria dar a Lindsay falsas esperanças. Fazer outro exame seria doloroso para ela. Melhor encerrar logo o assunto. - O que quer fazer agora? - Melhor chegar a um acordo. Diga a ela que vou assumir todos os gastos da minha filha. Escola, convênio médico, tudo. Você providencia isso. - De acordo. Vou entrar em contato com a Sra Keller agora. - Philip, negociei as visitas anuais para não prejudicar a criança. Ela deverá vir com a babá. Com um aceno