POV GAIA.Cinco dias já se passaram desde que cheguei ao castelo de Morgana. Esses dias foram difíceis, mas decidi que não posso ficar aqui, sofrendo eternamente. Preciso cuidar da minha vida — afinal, tenho duas vidas que dependem de mim. Então, hoje estou voltando para casa e também para meu trabalho. Sei que Belle cuidou muito bem dos nossos negócios, não posso deixar tudo nas costas dela.Agora, a alcateia Crescente não está mais em perigo. A maldita Thalassa está morta e com ela a doença que ele criou. Caspian me disse no dia que me marcou, que havia enviado meu remédio para fora da alcateia. Para ajudar, outros lobos e alcateias. Fiquei feliz por poder ajudar minha espécie. Como a alcateia está fora de perigo, não preciso mais ficar lá.Já estive tempo demais fora de casa. O único problema que ainda tenho é Theodoro, que não foi encontrado. Mas esse não é problema para mim. Com a raiva que estou, e querendo alguém para descontar. Se esse infeliz aparecer em minha frente, eu acab

POV GAIA.Cheguei à sala da minha casa. Finalmente estava na minha amada cidade de Halifax. Era bom estar de volta. Puxei minha mala para o quarto, deixei-a num canto e me deitei na cama. Estava com sono e cansada. Devem ser sintomas da gravidez. Acho que vou ficar só um pouquinho aqui descansando; depois, vejo o que faço. Fechei os olhos e abracei meu travesseiro.Comecei a ouvir um barulho insistente. Abri os olhos e percebi haver dormido e até babado. Olhei em volta, ainda sonolenta. O barulho continuava, até que percebi ser a campainha. Levantei-me e saí do quarto, caminhei pelo corredor até chegar à sala. E a infeliz da campainha não parava de tocar. Que inferno! Quem será esse infeliz que veio me atazanar? Destranquei a porta e abri, pronta para xingar o ser que estava me incomodando. Mas fui abraçada com força.— Graças a Merlin, você está bem! Achei que tivesse acontecido alguma coisa. Morgana avisou Adam de que você havia voltado para casa, mas você não atendeu o telefone, e e

POV CASPIAN.O helicóptero pousou na minha propriedade em Halifax. Eu tinha algumas propriedades pela cidade, onde, às vezes, me hospedava quando vinha para reuniões em minhas empresas. Desci do helicóptero, e um funcionário pegou minha mala. Caminhei em direção à mansão. Por aqui, ninguém sabia que eu era um lycan. Todos os funcionários da mansão eram humanos. Fui cumprimentado pelo mordomo da casa.— Bom dia, senhor Roy — disse ele, com a formalidade de sempre.— Bom dia — respondi, causando um leve espanto nele. Geralmente, não respondo aos cumprimentos, nem dou a mínima para esses funcionários humanos, mantendo uma distância fria e calculada. Mas, ultimamente, me tornei um pouco melhor, graças à minha companheira.— Mandarei preparar seu quarto, senhor, e sua refeição — comunicou o mordomo, solícito.— Não precisa preparar a refeição. Estou de saída — falei, sério.— Perfeitamente, senhor — respondeu ele, com um leve tom de desconforto, talvez por eu estar mais falante dessa vez.

POV GAIA.Entrei e fui direto para a cozinha, com Belle e Levi me seguindo. Pedi que se sentassem enquanto eu preparava algo para comermos. Comecei a fazer algo rápido, estava faminta, mas não iria pedir para Belle cozinhar. Ela era péssima na cozinha. Quarenta minutos depois, já estava servindo a refeição, e começamos a comer em silêncio. Bem, não totalmente em silêncio, já que Belle e Levi ficavam suspirando e gemendo com a minha comida. Sorri satisfeita.— A comida está boa? — perguntei.— Você sabe que cozinha divinamente, nem preciso te falar isso. Sua comida é sempre gostosa — disse Belle, gemendo com um pedaço de carne na boca.— Sua comida é muito saborosa e gostosa, minha Luna — disse Levi, sorrindo alegremente.— Ei, nada de pensar em vir comer todas as refeições aqui, lobo de guarda — falou Belle, fuzilando Levi com os olhos. — Gai, não ouse alimentar esse lobo sem me convidar. Se alguém tem direito de comer sua comida, sou eu — disse, enciumada. Cibele parecia movida pelo

POV CASPIAN.Meu coração batia forte, a sacola com o presente balançando na minha mão. Enquanto eu olhava Gaia parada à porta, seu olhar sério me acertou como um soco. Ela questionou minha presença ali, lembrando que havia dito que nunca mais eu a veria. Senti Odin se agitar dentro de mim, mas mantive a calma.— Calma, Odin. Ela está raiva de nós, mas o vínculo ainda pulsa. Sei que ela disse aquilo num momento de raiva. Sinta-a — comentei, tentando acalmar meu lobo, que se sentia aflito com a ideia de nunca mais ver nossa companheira e filhote.— Eu sei. Mas ela não facilita — respondeu ele mentalmente. Expliquei a Gaia que vim vê-la, saber se ela e nosso filhote estavam bem. Subi os degraus devagar, parando a centímetros dela. O cheiro dela invadiu meus sentidos, acendendo ainda mais o amor que eu sentia, forte e inquebrável.Ela rebateu, dizendo que eu já havia visto e que podia ir embora, levando Levi junto, pois não queria ninguém a vigiando. Virou-se para entrar, mas segurei seu