— Adrian, eu... — Ele fica com o olhar fixo no celular e se afasta de Mayla, vendo tudo aquilo como se fosse o fim do mundo. A mulher que ele ama está ali, pelada com outro.— Adrian, essas fotos são de mentira. — Carol defende Mayla, que não consegue falar nada, só observa a reação de Adrian.— Não são de mentira. Não é montagem. Mayla realmente está pelada com... aquele professorzinho?— Eles me doparam, para ter alguma coisa contra mim.— Ah, estou entendendo. Então você preferiu pedir o divórcio a me contar sobre isso? Você é incrível, Mayla, meus parabéns.— Não é só isso. Tem mais coisas...— O quê? Vídeo de vocês dois trepando?Mayla fica sem reação. Ela toca na maçaneta da porta e a abre.— Saia da minha casa. Você nunca vai acreditar em mim. Não temos por que continuar essa conversa.— Você se engana, Mayla. Ainda temos muito o que conversar. — Adrian passa pela porta e olha para ela. O mundo de Mayla parece desabar. Parece que depois do sol vem a tempestade, e não o contrári

Depois do banho, Adrian, mesmo cansado e com sono por ter virado a noite toda, vai conversar com seu avô. Ele precisa saber das coisas que Adriano, filho dele, anda fazendo.— Vô, precisamos conversar. — Ele se senta ao lado de Leone, que parece triste por estar sozinho. — O seu querido filho andou aprontando.— Como assim?— Mayla e o senhor Júlio não foram embora porque quiseram. Mayla não me pediu o divórcio porque ela quis. Adriano mandou sequestrar eles, e os sequestradores chantagearam a Mayla. Essa parte ainda me falta descobrir, mas, pelo que eu entendi, ou ela se divorciava de mim, ou eles matavam o Júlio.— Eu não sei onde foi que eu errei com o seu pai. Ele e você tiveram a mesma criação. A diferença é que, quando eu levava você à empresa junto comigo, você adorava, e ele ficava chorando para não ir. Mas tudo que dei a um, dei ao outro. Sua avó também deu o mesmo carinho e atenção aos dois. Eu não sei o que eu fiz de errado com ele.— Às vezes, não é a criação, Vô, é o cará

Lucy fica sem graça, sem saber o motivo de o aparelho ter apitado. O segurança pede para ela colocar a mala em cima da mesa, e ela recusa, falando que só tem dinheiro ali dentro. De longe, Adrian vê toda a confusão e até se senta para apreciar melhor a cena.— A senhora tem que colocar a mala aqui, para eu verificar. Quanto tem em dinheiro aí?— Cem mil dólares. Não vou deixar que um espertinho como você mexa para me roubar.— Não vou roubar. Tem câmeras no aeroporto. Fora que... a senhora fez a declaração desse dinheiro na aduana?— Claro, eu não sou burra. — Ela mente, tentando enganar o segurança.— Pode me mostrar o documento?Lucy decide deixar ele verificar a mala enquanto finge pegar a declaração na bolsa. Mas, assim que o homem abre a mala e pega no dinheiro, ele vê que são notas falsas. Ele ainda pega uma das notas e a levanta, só para ter certeza.— Temos algo estranho aqui — diz ele para o colega, apontando a mala e mostrando a cédula.O outro observa e vê do que se trata,

Adrian entra e se senta na cadeira. Seus olhos caem sobre o homem de terno que está à sua frente.— Estou atrapalhando alguma coisa? — ele pergunta, depois de perceber que os dois pararam de falar e rir um para o outro quando ele chegou.— Não. Adrian, esse é o Joe. Somos amigos desde o primário — Mayla apresenta os dois, e Joe olha para Adrian e dá um sorriso.— Amigos do primário? — Adrian pergunta, incomodado. Joe percebe o ciúmes de Adrian e resolve provocá-lo ainda mais.— Sim... — ele pigarreia, fazendo uma voz grossa. — Éramos melhores amigos... Éramos não, ainda somos, não é, Lalá?— Lalá? Esse não é o apelido que o senhor Júlio usa com você, Mayla?Mayla olha para Joe, sem entender o motivo de ele estar agindo assim. Joe é gay, mas está se comportando como se fosse hétero.— Sim, eu peguei o apelido do avô dela mesmo. Isso pra você ver que realmente somos amigos desde pequenos.— Engraçado que me falaram lá fora que Mayla estaria aqui dentro com um cliente, e não com um amigo

Adrian e Mayla chegam em casa e percebem a casa escura. Mayla dá um passo para trás, pois tem medo do escuro, graças às histórias de terror que Adrian contava na adolescência dos dois.Mayla tenta ligar a lanterna do celular, mas tanto o dela quanto o do Adrian estão descarregados.— Eu não vou entrar aí, vou ficar dentro do carro. — Ela dá um passo para trás, mas Adrian segura na mão dela.— Não me diga que uma mulher da sua idade tem medo do escuro? — Mayla concorda com a cabeça e tenta puxar a mão dela da mão dele. — Por causa das histórias? Mayla, era tudo mentira.— Mas fiquei sonhando com aquilo por dias. Vou dormir no carro, de preferência na Urubu.— Urus, Mayla! Para de chamar meu carro de Urubu. E não precisa dormir lá, não. Eu vou descer lá no porão e ligar a chave. Espera aqui, sua medrosa.Adrian solta a mão dela, e Mayla fica olhando o breu dentro da casa. Ela até alucina ver algumas coisas e se benze três vezes. Adrian parece ter sido engolido pela escuridão, pois, mesm