AVERY WELLES Meu coração se enche e eu me aconchego, apreciando o conforto e carinho que ele irradia. Não havia como negar o amor que eu sentia por aquele homem, e tudo o que ele fazia por mim era compreensível. Eu sibilo e ele arqueia a sobrancelha, preocupado.— Essas dores de novo?Concordo, com a parte inferior do abdômen contraída com força.— Estou bem.— Já está demorando demais, Avery. — ele me diz, sério. — Vou marcar uma consulta para você quando chegarmos em casa.Quis revirar os olhos, mas concordei baixinho. — Vou nadar mais um pouco, você deveria vir. Vai aliviar suas dores.Ele estava gostando demais daquela piscina, e muitas vezes me disse que esse seria o próximo projeto dele quando voltássemos para casa. Construir uma piscina nos quintal que ele tinha.— Daqui a pouco. — digo, libertando-o do meu aperto de macaco.Ele se levanta parando sobre a borda da piscina e se espreguiça, as ondulações em suas costas fazem meu estômago revirar. Num piscar de olhos, ele desap

AVERY WELLES Tomo banho em tempo recorde e prendo meus cachos em um coque baixo e criativo, pego o vestido azul do meu guarda-roupa e as sandálias plataforma marfim da prateleira, corro de volta para a cozinha e paro cambaleando.As camadas de cupcakes estavam perfeitamente decoradas com uma montanha de tons de rosa e azul, e os biscoitos embalados em pratos transparentes. Logan sorri para mim com orgulho, enxugando as mãos no pano de prato do outro lado da ilha.— Você sabe assar?— Você não é a única com tantos talentos. — Ele dá um sorriso convencido. — Me dá um segundo, vou pegar minhas chaves e te ajudar a chegar ao carro.Fiquei boquiaberta enquanto ele me dava um tapinha na bunda ao passar. Enchemos o carro com as guloseimas fresquinhas, Logan chegando ao ponto de prendê-las nos bancos de trás, antes de partirmos para a casa da Melany e do Lucian.Penduramos faixas, enchemos balões, amarramos tule em fitas perfeitas nas cadeiras e fizemos tudo sob as rigorosas instruções da Me

LOGAN BRYTHE De: Avery,Sinto sua falta. Os fins de semana nunca são longos o suficiente. Ela era natural em tudo. O jeito como se movia, o jeito como falava, a postura. Tudo. Não havia palavras para descrevê-la, mas “simplesmente deslumbrante” era quase isso.— Você precisa mesmo parar de sorrir tanto. — comenta Lucian, interrompendo minha onda de pensamentos. Ele joga uma pilha grossa de papéis na minha mesa. — Sério. É estranho e assustador.Eu resmungo. — O que você quer?— Nossa, que personalidade encantadora. — murmura ele, brincando. — Papelada para a próxima rede de restaurantes. O Harry Donaldson está me dando trabalho para você assinar isso há semanas.Franzo a testa.— Qual é o problema dele? Ele estava me pedindo para assinar antes mesmo do restaurante abrir. Ele sabe o que está acontecendo com a invasão, não sabe? A última coisa que me vem à cabeça é aquele restaurante.— Eu disse a mesma coisa, mas se ele me ligasse mais uma vez, eu rasgaria o contrato e mandaria ele

AVERY WELLES — Não! Não, por favor! — gritei, apertando a toalha ensanguentada. — Faço qualquer coisa, por favor! — Avery! Seus gritos fizeram meu coração vibrar mais do que o medo do maníaco com a faca a poucos metros de distância. Eu não conseguia respirar, o peso no meu peito me fazia ofegar de pânico. Logan batia na porta, gritando cada vez mais alto, em gritos desesperados — Por favor... — supliquei. — A gente pode resolver isso. Você é uma boa pessoa... — Você não sabe de nada! A lâmina brilhou e o golpe me cortou a respiração. O sangue escorria. A voz dele ecoou, robótica: — Você sempre foi a razão. Despertei com um sobressalto, sufocada, envolvida pelo abraço quente e o cheiro familiar. Era um sonho. Tudo um sonho. — Merda, Avery... — murmurou Logan, acariciando meu cabelo. — Isso está piorando. Precisamos procurar ajuda. — Não respondi. Me agarrei a ele, buscando abrigo em seu silêncio calmo. Ele era meu porto seguro. — Ok? — sussurrou. Assenti. Ele relax

AVERY WELLES É incrível como as coisas mudam tão rápido. Num minuto, você pode estar esquiando pelas montanhas dos belos Alpes Franceses com uma sensação de leveza percorrendo suas veias e, no minuto seguinte, pode estar olhando fixamente para o celular do seu parceiro, como se tivesse sido engolida por uma avalanche. Fiquei encarando o nome dela pelos últimos quinze minutos, pensando em retornar a ligação e exigir uma resposta sobre o motivo de ela e Logan terem trocado seis ligações na semana anterior. Todas foram atendidas. Todas duraram mais de dez minutos. Todas foram mantidas em segredo. Por quê? Joguei meu livro e o celular dele de volta na bolsa, cambaleando e saindo para fora do café, no ar frio e cortante. Meus pulmões queimavam enquanto eu caminhava de volta para o nosso chalé no outro extremo do resort. Tudo isso poderia ser pura inocência, não é? Mas por que ele não me contaria? Em meio a toda essa reflexão, veio a verdade assustadora: eu era uma hipócrita. En