Narrado por Noah Assim que Ana Júlia me contou sobre a droga na bebida, algo dentro de mim virou. Era como se meu corpo tivesse sido invadido por gelo e fogo ao mesmo tempo. O meu irmão. O sangue do meu sangue tentando me destruir. Mas eu não sou qualquer um. E se eles achavam que iam acabar comigo e com a Bianca assim, estavam jogando xadrez com o rei na mesa errada. Noah: — Ana Júlia, me escuta. A gente vai fazer o seguinte. Eu vou voltar pra mesa, fingir que bebi, fingir que tô dopado. Você segue a gente discretamente, vê pra onde ele vai me levar. Eu quero saber o que ele tá planejando. Tudo. Até o final. Ela me olhou assustada, mas assentiu. Ana Júlia: — Você tem certeza? Noah: — Tenho. E você vai me tirar de lá se a coisa passar do limite. Fica no carro, disfarçada. E avisa a Bianca de tudo. Cada detalhe. Mas me deixa ver até onde eles vão. Respirei fundo, balancei os braços e o corpo como se estivesse começando a ficar zonzo. Treinei a respiração, os olhos pesados, as

Narrado por CarolinaA taça de champanhe que eu segurava estalou entre os meus dedos.Eu estava no fundo da recepção, atrás de uma das colunas do salão de festas, assistindo de longe aquela vadia sorrir. Sorrir como se tivesse vencido. Como se tivesse o mundo aos pés.Bianca.A mulher que destruiu tudo o que eu planejei. Tudo o que era meu por direito.Meu corpo tremia de ódio. Eu tentava manter a postura, mas por dentro... por dentro eu tava pegando fogo.Carolina: — Aquela vagabunda enfiou minha cara dentro daquele vaso sanitário naquele evento. Agora a gente não conseguiu dopar o seu filho. E eles se casaram. Ela teve um filho dele. E eles vão viver felizes para sempre?Olhei pra Viviane como quem espera uma resposta que me acalme. Mas ela só sorriu. Aquele sorriso gélido que ela dava quando estava prestes a fazer merda.Viviane: — É claro que não.Ela se levantou da poltrona de veludo, cruzou as pernas como se fosse a porra de uma rainha e pegou uma taça da mesa.Viviane: — Esse c

Narrado por BiancaDepois da caixa. Depois da foto. Depois do veneno tentando estragar o nosso momento… eu tomei uma decisão.Eu não ia deixar aquelas duas vencerem.O dia passou entre passeios, risadas e um clima estranho que a gente disfarçava com carinho. Mas quando o sol se pôs e o céu ficou laranja atrás das janelas da nossa suíte, eu sabia que era hora de lembrar o Noah — e a mim mesma — do que realmente importava.Amor. Desejo. Nós dois.Entrei no banheiro devagar, com uma lingerie nova, branca como o vestido que usei no casamento civil. Tão fina que quase sumia contra minha pele. O sutiã de renda revelava mais do que escondia. A calcinha era só um fio preso nas laterais.Me olhei no espelho.Bianca: — Ele vai babar.Saí descalça, os cabelos soltos, molhados, caindo nas costas. E lá estava ele, de pé, encostado na varanda de frente pro mar, tomando um gole de whisky, com o vento bagunçando a camisa aberta no peito.Lindo. Inteiro meu.Ele se virou devagar. Me olhou. E prendeu a

Narrado por BiancaSe alguém me dissesse há um ano que eu estaria aqui, num chalé no meio de uma floresta na Itália, casada, com um filho nos braços e rindo como uma adolescente apaixonada… eu teria mandado internar.Mas ali estava eu. De moletom, cabelo preso num coque torto, carregando um potinho de biscoito na bolsa e vendo o amor da minha vida lutar contra um carrinho de bebê em uma estrada de pedrinhas.Bianca: Amor, você não precisa empurrar como se fosse uma Ferrari quebrada.Noah: É esse chão! Eles podiam asfaltar, né? Quem é que vem passar lua de mel no meio do mato com bebê?Bianca: A gente.Ele parou. Me olhou. E riu.Noah: E a gente tá feliz pra caralho, né?Bianca: Muito.Nosso bebê estava com quase cinco meses e parecia mais interessado no sol batendo nas folhas do que no brinquedo que eu sacudia na frente dele. A babá tinha insistido em nos acompanhar no passeio, mas eu e Noah queríamos essa manhã só pra gente.Bianca: Vai descansar um pouco. Vai tomar um café na cidade

Narrado em terceira pessoa com foco em VivianeViviane estava sentada na escrivaninha do escritório improvisado que montara no pequeno apartamento alugado. O computador à sua frente iluminava seu rosto, refletindo o brilho frio de quem não dormia direito há dias. Sobre a mesa, pastas, fotos e anotações. Um verdadeiro dossiê.Ela mordia a ponta da caneta enquanto observava o feed de uma rede social.Viviane: — Vamos ver, Bianca… o que você anda escondendo.Havia aprendido com os erros. Quando Noah apareceu casado com a mulher que ela jurava que jamais seria aceita naquela família, sentiu o chão sumir. Mas não chorou. Ela se calou. E planejou.Passou semanas seguindo os rastros digitais de Bianca. Começou pelas redes sociais da própria — Bianca agora era muito mais discreta, mas não o suficiente. Comentários deixados por conhecidos, curtidas em fotos antigas, amigos em comum... tudo isso era informação.Mas o verdadeiro trunfo veio de um velho conhecido do mundo dos bufês de casamento —