Eduardo LiraMinha família estava feliz. Nossa vitória com a Helena parecia ter dissipado a nuvem da tempestade sobre nossas cabeças, e ver minha esposa radiante era a sensação mais gratificante que eu poderia sentir naquele momento. Os dias foram passando, e planejamos contar para a Helena no seu aniversário de cinco anos — desta vez, não seria uma festinha de princesa, mas outro tema que a Bia combinou com ela. Eu estava bastante curioso para descobrir qual seria.O único que ainda não estava feliz e continuava se metendo em confusões era meu irmão. Ele saía com várias mulheres, se deixava fotografar e parecia tentar superar a Vanessa desse jeito. A Bia sempre conversava com Vanessa, sabia o quanto ela estava triste e magoada, e, pelo que entendemos, agora ela tinha medo de se aproximar e ser maltratada.Todos tentamos conversar com ele, mas ele não quis ouvir. Brigou com nossos pais e disse que moraria em Vegas para curtir a vida sem que ninguém o incomodasse. Ele não queria aceita

Bianca LiraAntes que a festa chegasse ao final, Henrique chegou com a Laís e o Augusto, mas a expressão dos três não estava nada boa. Percebi que meu menino tinha mudado as roupas — nunca o vi tão social assim. Era hora de conversar com ele sobre o que eu sabia.Observei como ele interagia com todos. Ele estava retraído, desconfiado e parecia distante. Ele só se soltava perto da Helena e da Laís, que, por sua vez, também estava mais à vontade ao lado dele. Os dois, com suas famílias, tinham um senso de observação e inteligência incríveis.Enquanto as meninas brincavam no, pula-pula, Henrique não largava o celular e mantinha o olhar atento nelas o tempo todo.— Ele está diferente… — ouvi Cleide falando atrás de mim, e quase levei um susto. Ela riu ao perceber e respirei aliviada.— Percebi assim que chegaram. Ele está mais arredio, parece desconfiar de tudo e de todos. Ele disse alguma coisa para vocês? — perguntei, tentando entender.— Quando ele saiu do desembarque, não era o mesmo

Bianca LiraNossa mudança para Miami foi bastante tranquila. Pensei que teríamos mais complicações, principalmente com a imigração, já que começar uma vida em um país diferente, com uma língua e cultura completamente novas, sempre é difícil.Helena tem se esforçado com o idioma. Decidimos que, até todos falarmos inglês com facilidade, em casa só usaremos esse idioma; o português ficará restrito aos momentos em que não conseguirmos nos fazer entender. Minha menina amou conhecer seu novo quarto e percebeu que não estamos tão longe da casa dos meus sogros, que ainda tentam aceitar que não fomos morar com eles.Estamos vivendo uma mistura de sentimentos: a alegria de saber que teremos o Adam, a dificuldade de escolher o nome, lembro da Helena querendo, a todo custo, que fosse Simba, e como foi difícil convencê-la do contrário. Passamos o último mês nos adaptando à mudança.Helena começou a estudar em uma escola bilíngue no bairro, e foi por isso que eu e a Jess escolhemos este condomínio,

Bianca LiraHoje tenho apenas gratidão no coração. Eu e meu lindo marido, em forma de armário, estamos completando nossos primeiros cinco anos de casamento. Estamos em perfeita sintonia, cúmplices e companheiros, levando à risca os conselhos da minha sogra:“Nunca vá para a cama no fim do dia sem resolver os conflitos com o seu marido no mesmo dia. Manterá seu casamento saudável dessa forma.”Helena está com dez anos e continua a mesma menina amorosa de quando era minha pequena aluna e paciente. Esses últimos dias têm sido um pouco tensos em casa: Laís e Matheus estão de férias escolares com a Helena, e os três estão colocando fogo em tudo. Quase enlouquecem todos ao redor!Graças a Deus, todos estão de férias e vieram se divertir juntos. Matheus e Lucas se deram muito bem, formando o “trio parada dura”, mais unido do que nunca.— Bia, loirinha, cadê você? — Ouço a voz do meu marido vindo da piscina.Estou sentada no escritório, tentando descansar a mente depois de um dia de trabalho.

Gustavo LiraQuando entro no escritório de advocacia onde meu irmão trabalha, sou recepcionado por uma morena de cabelos com luzes, lábios carnudos e olhos azuis lindíssimos. Seu corpo tem curvas nos lugares certos. Ela me observa com curiosidade e certo interesse.— Bom dia, senhorita. Me chamo Gustavo. Estou à procura do senhor Eduardo Lira, ele se encontra no momento? — Fixo meus olhos nos dela, até que ela quebra o contato e olha para o tablet.— Desculpa, mas não tenho ninguém marcado com esse nome aqui… — ao ouvir seu sotaque, percebo que ela não é brasileira.— Posso garantir que ele vai me atender. Apenas o avise. Diga que tenho alguns negócios para cuidar na cidade e preciso ver com ele alguns restaurantes para reuniões de negócios. — Tento explicar, mas ela ainda parece desconfiada.— Verei o que posso fazer por você…E assim conheço a colombiana que passa a atormentar meus sonhos. Só preciso convencê-la a largar tudo aqui e ir comigo para a Flórida. Bruno me cobra há dias o