O rugido inconfundível de um predador ecoava, aproximando-se cada vez mais das sombras. Tentei obrigar minhas pernas a correr, mas elas se recusaram a obedecer. Quis gritar, mas nenhum som saiu. Tudo o que consegui foi ofegar, enquanto o pânico tomava conta de mim. Enquanto isso, meus joelhos tremiam sob o peso do medo, prestes a ceder.— Não se mova. — Uma voz sussurrou atrás de mim. Eu queria responder que não conseguiria me mover, nem se quisesse, mas as palavras me falharam. Ouvi um som de vento e, então, um enorme cão apareceu ao meu lado, rosnando agressivamente de volta ao predador que espreitava nas sombras. O cão se colocou na minha frente, protegendo-me, com seu pelo negro e espesso brilhando sob a luz da lua. Ele avançou, rosnando e mostrando os dentes. Então eu vi - olhos azuis brilhantes emergiram das sombras, encarando meu protetor com desafio. Foi nesse instante que compreendi: não eram simples cães de grande porte... Eram lobos! O que diabos aqueles lobos faziam ali? Mi

— Você se vinculou com ela? — Mason perguntou, claramente incomodado, com seus olhos passando rapidamente entre mim e Theo.— Não. Por que você está aqui? — Theo perguntou com um suspiro, e eu não pude deixar de notar o alívio no rosto de Mason.— Porque você me acordou quando estava saindo sorrateiramente do meu quarto. Depois, fui até o seu quarto e não te encontrei. Logo em seguida, ouvi você aqui. O que você queria e por que está aqui? — Ele perguntou.Theo hesitou.— Porque eu estava verificando se era você que estava nos observando enquanto dormíamos, e estou aqui para mantê-la segura.— Você acha que eu estava aqui, os observando? — Mason bufou.— Bem, você é o único que tem problemas com ela, então sim, você foi minha primeira suposição. — Theo deu de ombros.— Tenho coisas mais importantes para fazer do que ficar te observando na cama com ela. — Mason resmungou antes de sair furioso. Enquanto isso, Theo fechou a porta com um suspiro e eu podia ver o quanto ele queria ir atrás

— Pare! — Theo gritou, agarrando minha mão quando ela estava a poucos milímetros de tocar em Mason.— Pode deixar. Aquilo tudo é besteira. Não vai acontecer nada. — Mason protestou.— Não, o Sr. Collins disse que ela não deve tocar em nenhum homem não vinculado até que a vidente tenha feito a verificação. — Theo explicou.— Quando foi que eu me importei com o que Deacon diz? — Mason resmungou, como o arrogante idiota que sempre foi.— Estão em um momento ruim? — Uma voz educada interrompeu e eu olhei para cima, vendo o rapaz da Starbucks parado à nossa mesa.— Sim. — Theo e Mason disseram em uníssono.— Não. — Eu sorri para ele, grata pela distração. Ele se abaixou e colocou um grande copo da Starbucks sobre a mesa, deslizando-o em minha direção.— Vi que você parecia precisar disso. — Ele sorriu e meus olhos se encheram de lágrimas.— Obrigada, você não sabe o quanto eu precisava disso. — Eu agarrei o copo quente com as duas mãos e levei até os lábios, soltando um gemido de satisfação

— Já nos tocamos, mas nada aconteceu. — Luke deu de ombros.— O quê? — Sr. Collins explodiu. Sim, um ataque cardíaco parecia iminente para o charmoso diretor.— Calma, diretor, foi minha culpa. Eu esbarrei nele. — Expliquei rapidamente antes que ele também suspendesse Luke. Theo soltou uma risadinha, e eu percebi meu erro. Enquanto isso, a mandíbula do Sr. Collins estava tensa, e eu não sabia se ele estava lutando para não soltar um sorriso ou prestes a perder completamente a paciência.— Desculpa, Sr. Collins. — Corrigi, oferecendo o sorriso mais doce que pude.— Tudo bem, Luke, acompanhe a Srta. Banks até a primeira aula e não saia de perto dela. Theo, escolha mais três para a sua equipe. Vou enviar uma mensagem a todos os tutores para avisá-los. Agora, para a aula! Vocês estão atrasados. — Ordenou o Sr. Collins, com um tom tenso, evitando olhar para qualquer um de nós enquanto se afastava. Ficamos todos em silêncio observando sua saída.— Será que os Greys podem ter ataque cardíaco?

— No meu país, a idade consensual para ter relações sexuais é de 16 anos. — A risada e os sons de surpresa atingiram meus ouvidos. — E aqui, qual é a idade?— 18, quando encontramos nossos vínculos. Quer dizer que você já teve relações com alguém que não era seu vínculo? — Ele sorriu, fingindo uma expressão triste para Theo. Enquanto isso, senti o calor subir ao meu rosto enquanto inúmeros olhares se voltavam para mim, mergulhando a sala em um silêncio desconfortável, todos à espera da minha resposta.— Com isso, seriam duas perguntas, Matt. Vamos seguir em frente. — Alice interrompeu, percebendo que eu não queria responder.— Existem lobos no mundo humano? — Um homem alto de cabelos longos e escuros perguntou.— Existem, sim, mas são apenas lobos comuns e bastante raros no meu país. Na verdade, só os vi em zoológicos. O que acontece com as suas roupas quando vocês se transformam em lobos?— Não temos uma explicação precisa. De algum modo, as roupas permanecem intactas na forma humana