~ Bônus Lourdes (Elza Gonzales) ~ O céu arde em tons de fogo enquanto o sol se põe atrás das colinas. A brisa suave traz o perfume das flores do jardim, mas nada é capaz de silenciar a tempestade dentro de mim. Cruzo os braços contra o peito — não é o vento que me gelam, mas as memórias que nunca me abandonaram. — Um dia… meu nome foi Elza Martinez. — sussurro para mim mesma. — Mas aquela mulher morreu na noite em que fugi. Agora sou apenas Elza Gonzales. E esta é a única forma que encontrei de sobreviver. Conheci o pai de Gael quando ainda era jovem, cheia de sonhos tolos sobre amor. Ele parecia perfeito: atencioso, apaixonado, quase um príncipe sombrio. Eu acreditava nas promessas, acreditava que éramos eternos. Mas logo percebi os sussurros, homens armados. As conversas sobre negócios que ninguém deveria ouvir. A cada dia, o olhar dele mudava… até que um dia o amor virou corrente, controle e prisão. Quando vieram os primeiros t***s, descobri o verdadeiro inferno. Ele dizia me

~ Summer ~ Sento-me na varanda da casa, o crucifixo apertado nas mãos. A brisa noturna traz o cheiro do jardim, misturado ao aroma de madeira e velas do interior. Tento controlar minha respiração, mas cada passo que ouço dentro da casa faz meu coração disparar. Observar Gael é mais difícil do que imaginei. Ele anda pelos corredores como se fosse dono de tudo — e talvez seja mesmo. Cada gesto, cada olhar distante, cada palavra seca é como uma armadilha. Mas eu sei que há fissuras em sua armadura; eu só preciso encontrá-las. Vejo-o na biblioteca, sentado sozinho, os dedos tamborilando na mesa. Ele parece concentrado, mas seus olhos se perdem na escuridão da lareira. Algo nele estremece, mesmo que tente negar. É nesse momento que me aproximo devagar, sento-me a alguns metros e fingo estar distraída com um livro. Ele levanta os olhos e me encara. Por um segundo, quase sorrio ao ver a confusão nele. Depois volta a se concentrar. Eu respiro fundo, lembrando das palavras de Lourdes: “Empa

~ Summer ~ Arrasto as roupas pelo chão enquanto tento enfiá-las na mala. Cada peça de roupa se transforma em um peso que parece carregar toda a minha raiva, frustração e desespero. O som metálico do zíper batendo contra a estrutura da mala ressoa pelo quarto como um tambor de guerra. Tudo dentro de mim grita para que eu saia daqui, para que eu fuja de tudo e de todos, antes que seja tarde demais. Mas a culpa e a dor também me prendem, me impedem de mover as pernas e simplesmente desaparecer. — Summer… por favor… — a voz de Elza surge atrás de mim, suave, quase implorando. — Não faça isso. Não agora, ainda podemos ajeitar tudo. Dou um tapa na cama com força, fazendo-a tremer sob minhas mãos, e me viro para encará-la. O coração dispara, cada músculo do meu corpo tenso, cada fibra elétrica de raiva pulsando em mim. — Ajeitar? — grito, a voz quebrando em alguns tons, mas carregada de toda a frustração que estava engasgada. — O que você quer de mim Elza? Me convencer de amar alguém que

~ Summer ~O céu está cinza, pesado, como se soubesse da minha decisão. Sinto o frio na pele e o vento que arrasta meus cabelos, mas não ligo. Hoje é o dia em que preciso fechar um ciclo.O cemitério parece menor do que eu lembrava, ou talvez eu tenha crescido demais para sentir medo do que já não existe. Aproximo-me do túmulo da minha mãe, as mãos tremendo levemente. Meu coração aperta.— Mãe… — sussurro, engolindo a dor. — Eu precisava dizer adeus. Por mim, por tudo que fui e tudo que quero ser.As lágrimas escorrem silenciosas. Fico ali por um longo tempo, lembrando dos dias antes da minha vida ter se tornado um inferno, antes de Hades existir em qualquer sentido em meu mundo. Respiro fundo, tentando absorver cada memória, cada fragmento de amor que ainda me liga a ela.Quando finalmente me afasto, meu destino me leva à fazenda onde cresci. Tudo parece intocado, mas ao mesmo tempo estranho, distante, como se o tempo tivesse passado sem me esperar. Caminho pelo campo, tocando a gram

~ Tiffany (Bônus) ~Sempre soube que tinha um talento especial para conseguir o que queria. Charmosa, confiante, calculista… aprendi cedo que podia usar qualquer gesto, olhar ou palavra como arma. Quando cheguei à Sicília, o bordel de elite da máfia foi minha chance. Ali não era apenas um lugar de prazer — era um campo de provas, onde eu podia garantir meu espaço e minha sobrevivência.Foi ali que conheci Gael. Intenso, frio, arrogante… desde o primeiro instante, algo em mim se mexeu: desejo, fascínio e aquela necessidade irracional de estar perto dele. Mas rapidamente percebi: eu nunca seria mais do que uma das suas ficantes fixas. Ele sempre dizia: “Você nunca será mais que minha p***.” E, ainda assim, eu não conseguia me desprender. Nutro