— Mas sobre as provas que o Sr. Gabriel vai apresentar nesse novo processo… Eu realmente não sei ao certo. — Rafael disse em voz baixa, olhando ao redor com cautela. — Só quis te avisar que isso está pra acontecer.— Eu não posso fazer muito mais do que isso. — Completou com um suspiro pesado. — O Sr. Henrique pode até controlar o Sr. Gabriel por um tempo... Mas não pra sempre. Espero de verdade que você consiga sair desse inferno logo.— Obrigada. — Beatriz respondeu, olhando para ele com sinceridade. — Foi você quem me alertou duas vezes. Graças a você, pude me preparar, reunir provas.— Não precisa agradecer. Foi o mínimo que eu podia fazer. — Respondeu Rafael.Mesmo sendo secretário do Sr. Gabriel.Mesmo tendo recebido ordens diretas para manter segredo.Ele simplesmente... Não conseguia mais obedecer de olhos fechados.Gabriel já tinha cruzado todos os limites.Se isso servisse como alguma forma de reparação... Então que assim fosse.Beatriz olhou para Rafael com gratidão.Ele era

O mordomo não teve mais o que dizer. Silenciou, já pensando em outro pretexto para tentar ajudar o Sr. Gabriel a sair daquela situação.Mas, antes que conseguisse bolar qualquer desculpa, ouviu novamente a voz do Sr. Henrique:— Liga pra Bia.— Sim, senhor.O mordomo tirou o celular do bolso, pronto para fazer a ligação, quando o Sr. Henrique, num impulso repentino, disse:— Deixa pra lá. Não liga, não… Eu não tenho mais cara pra isso…Ele não queria pedir desculpas em nome de Gabriel, nem esperava que Bia assinasse algum termo de perdão. O que ele queria mesmo… Era apenas pedir desculpas.Mas…Naquele momento, já nem tinha coragem de procurá-la. Sentia que isso seria o mesmo que se humilhar.Afinal, quem estava errado desde o começo era ele. Forçou aquela menina a se casar com seu neto e, depois disso… Ela sofreu tanto.Dessa vez, Bia foi direto à polícia. E nem sequer o avisou enquanto estava na delegacia. Ele entendeu bem o recado: ela não queria que ele se envolvesse.O que Gabriel

Só tinham se passado dois dias. Dois.De alguém que evitava vê-lo a qualquer custo…Para, agora, ser chamado de volta à mansão da família Pereira.“Gabriel, meu bom irmão… Será que você está mesmo com uma doença terminal?”O humor de Sérgio era excelente. Faltavam apenas três horas para o jantar.Na mansão da família Pereira, Sr. Henrique estava sentado na sala da frente, apoiado na bengala com as duas mãos.Seu rosto estava sério, os traços duros, os olhos fixos… E a boca crispada para baixo.Estava longe de estar satisfeito. Na verdade, estava arrependido.Na noite anterior, tinha deixado a raiva tomar conta.Foi Gabriel, aquele desgraçado, que o fez perder a cabeça, chegou ao ponto de sugerir que chamassem aquele bastardo para jantar.E agora… O sujeito já estava quase chegando.No fim de semana passado, o próprio havia pedido pra vê-lo, e ele recusou na hora.O filho daquela mulher… Que tipo de coisa boa poderia ter saído dela?— Sr. Henrique, o jantar já está quase pronto. — Infor

— Pai, fui eu quem pediu pra transferirem o Sérgio pro setor de marketing. Jovem tem que ralar primeiro, não pode começar já no conforto. Senão, vira mimado. — Disse André, tomando a frente.Sr. Henrique lançou-lhe um olhar de soslaio.Ele nem tinha dito nada ainda… E o outro já estava se confessando.— Vovô, meu pai só quis o meu bem. — Disse Sérgio em seguida, com voz sincera.— Por favor, não o culpe. Se isso for contra as normas da empresa, eu posso voltar pro setor de controle de qualidade sem problema.Ele fez uma pausa e completou com naturalidade:— Pra mim, tanto faz onde estiver. O importante é estar trabalhando. Em qualquer lugar dá pra aprender. Sou muito grato por ter a oportunidade de me desenvolver na sede, graças ao senhor.Sr. Henrique ficou em silêncio por dois segundos.Depois, soltou um leve suspiro:— Fica no marketing mesmo, por enquanto.— Obrigado, vovô. Prometo que vou me esforçar em dobro pra não decepcioná-lo. — Respondeu Sérgio com um leve sorriso.A mesa vo

De fato, ele gostava de peças artísticas.Nos últimos anos, sua paixão por jade tinha aumentado consideravelmente.Mas também não chegava ao ponto de ser um fanático.Ainda assim… O mordomo estava certo.Sérgio sabia exatamente o que agradava ao avô.Informações assim, ele não teria conseguido sozinho, passava anos no exterior.Com certeza foi Tatiane ou André que lhe deram umas boas dicas.— E o que achou dele? — Perguntou Sr. Henrique, de forma direta.O mordomo entendeu na hora de quem ele estava falando.E respondeu com calma:— Respeitoso, humilde, sabe se comportar, tem boa oratória, fala com educação e domínio… Se eu fosse resumir: perfeito. Impecável.Sr. Henrique assentiu levemente.Era exatamente o que ele também havia pensado.— Rafael me contou a primeira impressão que teve dele. E, pelo que vimos hoje, bate perfeitamente. — Completou o mordomo.— O problema… É saber se isso tudo não é só fachada. — Retrucou Sr. Henrique, desconfiado.Ele suspirou fundo, como se falasse mai