De manhã cedo, Jéssica acabou dormindo demais.Quem também dormiu demais foi Ian.Na noite anterior, ele havia levado Jéssica para seu quarto e os dois dormiram na mesma cama. Desta vez, ele não a abraçou por fora do cobertor, e sim por dentro. A jovem estava aconchegada em seus braços, dormindo profundamente, esquecendo até de programar o despertador. Quando acordou, já eram nove horas da manhã.Jéssica tinha aula às dez, então se acelerasse, talvez pudesse chegar em cima da hora. A menina resolveu descontar a raiva no responsável pelo atraso, batendo no braço dele e ficando emburrada:— É tudo culpa sua! Por que não me acordou?Ian, de bom humor, deixou ela desabafar. Quando ela se acalmou, ele beliscou seu rosto, dizendo:— Vai se arrumar, o café da manhã você toma no carro, eu te levo para a escola.Jéssica não fez cerimônia, respondendo:— Claro que você vai me levar.Sua voz soava macia e doce, Ian sorriu. Cada um foi se arrumar e trocar de roupa, sem tempo de admirar a aparência

Ao entardecer, um carro preto parou lentamente. A porta do banco de trás se abriu, e Ian abraçou a jovem com apenas um braço.Vendo isso, Yasmin balançou a cabeça, mas, incapaz de controlar a situação, resolveu não se intrometer. Ela e Helena foram embora.No crepúsculo, o vento da noite soprava no rosto, trazendo o aroma de flores. Ian segurava a cintura fina da jovem e perguntou em voz baixa:— Você passou a tarde toda lá tomando chá?— E li metade de um livro. — Jéssica levantou o livro que segurava.Ian pegou o livro dela e, ao ver que era um romance, olhou para ela de lado, dizendo:— Quer aprender a namorar? Não precisa ler isso, eu te ensino.O rosto de Jéssica corou.— Não é isso, eu só estava passando o tempo. — De repente, ela se lembrou de algo. — Eu vi a Regina no salão de chá. Ela realmente está com o Jonas?Ian folheava o livro com os dedos longos e respondeu de forma indiferente:— Claro que está. Senão, como ela iria gastar naquele tipo de lugar?Jéssica não mencionou m

Cidade H.Originalmente, Jonas tinha reservado um hotel diferente do de Ian, mas como precisava de Ian, ele fez questão de agradá-lo e alterou a reserva para o mesmo hotel onde Ian estava hospedado. Ian não se importou, mas no fundo guardou ressentimento. Sentimentos eram sentimentos, negócios eram negócios, e Jonas, mesmo sabendo da ambição de Romilda, ainda a trouxe para perto dele, isso era algo que Ian achava bastante desagradável.Mas esconder a aversão fazia parte da educação de Ian.Todos os dias, Ian terminava o trabalho muito tarde. Ele sempre ligava para Jéssica às nove, para supervisionar que ela precisasse pensar nele todos os dias. Bem, amor de jovens, doce a ponto de enjoar.Nessa noite, enquanto Ian ainda trabalhava, Jéssica ligou primeiro. A menina reclamou baixinho:— Já estamos no começo de inverno, como ainda pode ter mosquito? Ian, um mosquito picou minha perna, estou com dois calombos!Ian riu suavemente e a consolou:— Deixa eu ver.Logo depois, ele recebeu uma fo

O banheiro estava cheio de vapor quente. Ian tomava banho no chuveiro, enquanto a jovem estava sentada sozinha na banheira, segurando um sabonete artesanal. Ela esfregava o corpo enquanto se perdia em pensamentos.Há pouco, embora ela e Ian não tivessem realmente tido uma relação completa, faltou muito pouco. Depois de certa confusão no escritório, Ian a levou para a cama da suíte principal. O Ian daquela hora não tinha nada da elegância habitual, estava intenso, feroz. A jovem ficou assustada e ao mesmo tempo ansiosa. O que aconteceu ali ultrapassou completamente sua imaginação, ela jamais pensou que Ian, naquele momento, fosse daquele jeito.A água escorria sobre a pele delicada como marfim, deslizando para baixo. A jovem abaixou a cabeça, distraída, o rosto e o pescoço tingidos de um rubor encantador.Ian terminou o banho, colocou um roupão branco e saiu. Quando viu a jovem ainda sentada na banheira devaneando, não pôde deixar de rir baixinho. Ele se ajoelhou ao lado dela, roçou de

Dentro do carro, Jéssica virou o rosto para Ian, mas não disse nada. Sua mãozinha foi capturada pela mão do homem. A voz de Ian estava baixa e rouca:— De agora em diante, ela não vai mais aparecer no seu mundo.Ele conhecia bem esse tipo de garota. Confiavam um pouco demais na própria beleza, sempre segurando a última carta na manga, sem coragem de usar tudo de si para apostar em algo totalmente. No pior dos casos, acabavam como amantes de homens ricos. Mas esses homens não eram jovens e bonitos como Jonas, em sua maioria, eram senhores acima dos quarenta. Quanto ao valor que conseguiria ganhar, dependeria da habilidade de Romilda.Jéssica não abriu a boca. Ela não falou pela Romilda, mas também não a insultou. Era exatamente como Ian disse, alguém como Romilda não deveria fazer parte do seu círculo social.O carro preto de luxo seguiu em silêncio até o apartamento. O ambiente era quieto, sereno. Só o perfume leve e adocicado de ameixa que vinha da menina preenchia o ar.Era o perfume