Os dois olhavam por algum momento, ainda não havia entendido como tudo vinha à tona assim, como a família dele estava saindo como a principal culpada. O maior medo dele era ver Lola se fechar, não aguentar toda aquela história e se afastar de vez. Não sabia o que era pior, sensação da noite em que conversaram sobre o passado ou agora vir tudo à tona. Sentia que talvez os dois estivessem por um fio. Então Max pegava o celular, precisava saber que estava dizendo ou acontecendo de verdade. Pelo que Lola havia descrito e a irmã havia contado, em tudo que aconteceu, a única errada era Isabelli. Nem precisou procurar muito, assim que digitava o nome de Ellora, via-o ligado diretamente ao de Isabelli, Max e outros termos relacionados ao chá. A imagem mais repetida era da loira a segurando pelo braço assim que Ellora se afastava dela. E só pelo olhar da namorada na foto ficou imaginando como ela teria reagido diferente, se estivesse em outro lugar e namorando outra pessoa. Isabelli ia

Rapidamente, os três percorriam o espaço do gramado até a porta, que logo quem aparecia era Marco, com um olhar sério e irritado com tudo que acontecia com a irmã. Assim que ela passava pela porta, seguida pelos seguranças, só ouvia, falando em alto som a todos, que iria chamar a polícia se aproximasse da casa novamente. Demorou alguns segundos para Lola realmente reconhecer o lugar, todos os irmãos estavam reunidos, toda a família e a da Patrícia também. Mas diferente dos dias comuns, o ambiente era tenso e cheio de preocupação. A mãe era a primeira a vir até ela, e os braços dela traziam para realidade, o calor do corpo e do abraço trazia de volta. — Mãe, me desculpe. Não queria que tudo acontecesse assim. — Lola apenas apertava a mãe, naquele momento se sentia culpada por trazer tudo aquilo à tona e sobre eles. Tudo aquilo bagunçava a rotina da família, e agora todos estavam em cima deles querendo respostas de algo que eles nem estavam envolvidos. Tirava toda a paz que

Ela se levantava como se tivesse sido derrotada, levantava as mãos se rendendo. E ainda não havia ido para o próprio apartamento, talvez conseguisse pensar melhor quando estivesse por lá sozinha. No fundo, só queria a companhia de quem mais entendia a situação dela e estava passando por tudo aquilo também. Mas agora ele devia estar em alguma outra reunião de crise a mais de 8 mil quilômetros dele. Já sentia falta dos dias juntos, sem agendas, sem datas marcadas. De acordar todos os dias ao lado dele, e dá voz baixa, abafada na pele enquanto a beijava e tentava despertar. Do calor dos braços a envolvendo e puxando para mais perto, agora tudo parecia novamente um sonho. A volta para o escritório era a maior preocupação de Ellora. Passou a noite explicando a Max como se sentia, de manhã, quando estava pronta para sair, recebia a ligação dele. Fez questão de estar com ela naquele retorno, mesmo estando acompanhada de dois seguranças que se manteriam presentes ali por mais alguns dia

No sábado de manhã, como sempre, ela acordava cedo, não porque precisava. Mas gostava da paz da manhã, e ia correr no parque. Depois que calçava os tênis mais confortáveis e colocava fone, boné, se isolava do mundo. Apenas corria, por uns bons minutos, até se sentir exausta e longe o suficiente de tudo que a preocupava, às vezes as corridas duravam mais de 1h. Naquela manhã, era necessário, o parque parecia um borrão em volta dela, as pessoas e até os animais, nada importava. Só a batida da música que a empurrava e as passadas firmes. O sol aquecia a pele, a fazendo suar um pouco junto ao movimento do corpo. Era libertador, ali nada podia interferir nem a questionar. Era só ela. Depois de uma passada rápida no apartamento para um banho e se trocar, já estava nos bancos do estúdio outra vez. Ajustando as joelheiras para proteger os joelhos dos movimentos repetitivos que teria que praticar, enquanto via a professora e dona do lugar dando as últimas orientações para Patrícia e qu

O final de semana passou voando, parece que quanto mais ansiosa ela ficava, menos tempo tinha para se organizar. Era o trabalho cheio de novas demandas e as coisas que precisava deixar prontas para o dia seguinte, e ainda tinha que deixar tudo pronto para receber Max que chegaria em poucos dias. Há tempo não se sentia tão vibrante e com energia sobrando como naquele momento. Amava aquela confusão, as coisas acontecendo e ela seguindo o ritmo. Aquela era a vida dela, e sentia falta disso, e era bom poder voltar a tomar controle como sempre fez, sem se preocupar ou pedir autorização de outra pessoa. Quando a gravação terminava, Lola estava ofegante e até tremendo devido à adrenalina. Havia saído melhor que planejado. E foi necessário apenas dois aquecimentos para encontrar a versão final. As demais colegas aplaudiam as duas em puro êxtase enquanto elas se levantavam para se abraçar. Felizes com o resultado. — Conseguimos! — Patrícia abraçava de novo. Naquele momento, até parecia