Josie – Ponto de VistaBesteira. Pura, completa e absoluta besteira.Bang... errei.Bang... mais um erro.Bang, bang, bang.As balas até atingiam o alvo, mas nenhuma cravava no centro — e é só isso que eu aceito de mim mesma. A raiva queimando nas minhas veias estava acabando com a minha mira.Sozinha no campo aberto, deixei a cabeça pender para trás, tentando domar esse fogo que crescia dentro de mim. Eles passaram a conversar pela ligação mental, me excluindo totalmente.Eu sei por quê. Foi para que o Knox não ouvisse o que tinham a dizer... sobre mim. Mas isso não impede que doa. Ainda machuca. Ainda me faz sentir de fora... mesmo hoje.Fizeram isso por causa dele. Aquele sujeito dos olhos sombrios.Argh... o que ele está fazendo aqui? Por que está se metendo na minha vida? Quem ele pensa que é...?Primeiro apareceu na mesa do café da manhã, do nada, sentado ao lado do George. Depois foi no hospital, invadindo meu espaço. Logo lá, o único lugar onde ninguém me visita. O meu refúgio.

Knox – Ponto de VistaEsta matilha é, sem dúvida, a mais bem protegida que já visitei. Não há uma única medida de segurança que o Alfa Hector e a Alfa Kaia não tenham considerado — sinceramente, não tenho quase nada a acrescentar.Então... por que estou realmente aqui?Eu aguardava enquanto o Alfa Hector e seu Beta, Riley, finalizavam o relatório da noite. Jaxon e Jace devem ter falado muito bem de mim. Já fui chamado para avaliar a segurança de outras matilhas antes, mas nunca me deram acesso total como fizeram aqui, na Matilha Fantasma das Trevas.Reclinado na cadeira, meus olhos passeavam pelo impressionante escritório dos Alfas — duas mesas lado a lado, símbolos claros de uma liderança compartilhada. Não existe um lobo vivo hoje que não se sentiria pequeno diante do poder que esses dois representam, juntos e individualmente.Cresci ouvindo histórias sobre essa matilha — lendas que deixariam qualquer criança em pânico. Mas a verdade aqui dentro é bem diferente. O clima da matilha é

Knox – Ponto de VistaJá vi centenas de campos de treinamento, milhares de exercícios, mas havia algo naquele campo da Matilha Fantasma das Trevas que me chamou atenção.Com a reunião encerrada, todos voltaram às suas rotinas. Acompanhei Jaxon e Jace enquanto eles seguiam rumo ao treinamento.Eu estava desesperado por uma volta de moto. Precisava clarear a cabeça… recuperar o foco. Só uma boa aceleração podia me dar isso.Já estive entre famílias Alfa antes, mas essa era… diferente.— Precisa ser sempre tão babaca? — Jace cutucou o ombro de Jaxon ao ultrapassá-lo numa descida em direção ao campo.— O quê? — Jaxon levantou os olhos do celular e encarou o irmão com irritação.— A Josie…— Você está feliz por ela estar treinando com armas?— Se isso deixa ela feliz, sim.— Jace. Fala sério. — Jaxon parou abruptamente, rosnando.— Ninguém está apontando arma para ela. É ela que está no controle… Não vejo problema nisso.Jaxon então me lançou um olhar, como se só então lembrasse que eu aind

Josie – Ponto de VistaEle fez isso? Ele machucou esses guerreiros… com que propósito?Tenho que admitir: fazia tempo que não via tanto sangue de perto. Normalmente, os tratamentos que faço envolvem fortalecimento muscular ou, no máximo, o realinhamento de ossos — não o fechamento de feridas abertas. Tento conter a excitação que sobe dentro de mim com a possibilidade de, finalmente, colocar as mãos na massa, testar novos métodos, explorar diferentes tipos de cura.— Foi você? Você machucou membros da minha matilha? — Ele ultrapassou completamente os limites da visita. Era para observar e dar pareceres, não sair atacando guerreiros… Jaxon e Jace não estavam com ele? Como é que deixaram isso acontecer?— Antes de me julgar, Rubi, verifica os fatos. Aproveita bem o que trouxe para você hoje, porque tenho a impressão de que vai demorar até aparecer outro guerreiro ferido. — A voz dele é fria, mas dá pra sentir a irritação por trás do tom controlado.Esse macho é impossível. Está ali parado

Josie – Ponto de VistaO ronco da minha motocicleta vibrava até os ossos, relaxando imediatamente meu corpo e mente. Correndo entre o trânsito enquanto acelero a moto a todo vapor, é aqui que me sinto... este é o meu santuário.Um lugar onde eu não precisava pensar, apenas agir.Saindo da rota principal, segui as direções para um mirante local, um lugar que me daria uma boa vista das terras próximas. Voando pela estrada sinuosa, minha mente foi para Rubi. Como era possível ela continuar me afetando assim… e mais importante, por que eu deixava isso acontecer?Eu não tinha planejado segui-la para aquele esconderijo, fui pego de surpresa pela raiva contra aqueles idiotas que se machucavam de propósito só para passar tempo com ela… “dar uma de tapinha”, um deles disse. Minhas pernas já a seguiam antes de minha mente entender o que estava fazendo, e então… seu cheiro me atingiu. Laranjas queimadas e especiarias.Ela me lembrava da casa onde cresci… das florestas, daquele aroma outonal das f