Ponto de vista do HectorCoco e limão.O cheiro forte da Kaia invadiu meus sentidos e precisei enrijecer o corpo para manter meu lobo sob controle. O perfume dela estava incrivelmente intenso naquele momento que o vínculo com Than havia sido rompido para sempre.Arrepios... Arrepios dançavam pela minha pele como nunca antes. Meu braço interno encostava na cintura dela, tocando levemente a pele exposta logo acima da calça justa.Será que ela sentira aquilo o tempo todo? Será que sentia meu cheiro desde o momento em que me encontrou?Eu me sentia um impostor... Um companheiro falso.— Você está bem? — Murmurei perto do ouvido dela.— Estou bem, estou aliviada que ele foi embora. Mas não vou me iludir achando que ele não vai voltar por ela. Ele não consegue ficar longe dela.Ela tinha razão. Ele buscaria vingança e eu provavelmente seria o primeiro da lista.— Ezra? — Liguei mentalmente com meu Beta, que estava na casa do alfa.— Sim, Alfa?— Preciso que entre em contato com a Matilha Fan

Ponto de Vista da KaiaEu tinha deixado de lado, por ora, a atração crescente que sentia por Hector. Meu pai e minha irmã estavam prestes a passar por uma cirurgia que mudaria suas vidas, cada um de um lado, e eu precisava me concentrar na família naquele momento.Não tinha cabeça para pensar em outra coisa além de fazer com que eles passassem pela operação e rezar para que os dois acordassem no final.Meu pai tinha me pedido para ficar com Alora enquanto ele era sedado com anestesia geral. Alora já estava inconsciente. O médico já tinha administrado os remédios necessários para manter ela naquele estado.Então fiquei sentada ao lado da cama dela, enquanto ela estava conectada às máquinas... Como da primeira vez em que a vi.Mas o que eu sentia por ela naquele momento era completamente diferente...Uma lembrança me veio à mente... De como eu quase desliguei os aparelhos dela, meses atrás. Imagine se eu tivesse feito aquilo... O quanto minha vida teria se despedaçado ainda mais, talvez

Ponto de vista do Hector— Os dois ainda estavam desacordados, mas quando acordassem, você deveria estar ao lado deles. — O cirurgião disse para Kaia, antes de sair da sala.Ela ficou olhando o médico se afastar, um sorriso de alívio surgiu no rosto dela e, por um instante, aquele jeito despreocupado tirou meu fôlego. Durou só um segundo antes dela limpar a garganta, percebendo que eu estava olhando para ela.— Eu vou com o pai, você devia ir para a Alora. — Kaia sugeriu, com uma voz neutra, a máscara já estava de volta no rosto.— Tem certeza?Claro que eu queria ver a Alora. Não importava o que tivesse acontecido entre a gente, eu ainda me importava com ela, ainda queria garantir que ela estava bem.Ela morou na casa do meu pai por anos, jantou na mesa da nossa família... Sempre foi uma presença constante na casa do alfa.Com ou sem vínculo de companheirismo, eu jamais deixaria de me importar com o bem-estar dela.— Sim, tenho certeza.— Me avisa se o Beckett acordar... Kaia... Você

Ponto de vista da KaiaNunca tinha visto meu pai daquele jeito... Ele sempre foi meu porto seguro. Mesmo quando estivemos separados, nunca me preocupei de verdade com a segurança dele. Eu sabia que, onde quer que estivesse, ele estaria bem... O problema era descobrir o que tinha acontecido e se ele estava pronto para me receber de volta.Eu me lembrava perfeitamente de quando ele me mandou embora... Ele acreditava que a matilha seria atacada, e a primeira reação dele foi garantir minha segurança... Me tirar de lá.Lembrava de ter corrido o mais rápido que pude... Porque minha vida estava realmente em risco. O comando dele me atingiu com força, mesmo que eu tenha tentado resistir. Tentei voltar. Teria ficado... Teria lutado ao lado dele, ao lado dos membros da minha matilha... Da minha família de infância.Tudo o que eu conhecia estava ali.Só quando entrei no trem e deixei o território da matilha para trás, rumo a um destino completamente desconhecido, foi que as ordens dele perderam a

Ponto de Vista da Kaia— Vá! — Ofeguei, soltando minha ordem. O corpo do doutor relaxou imediatamente, depois de ter lutado contra o comando que eu impus.Se algum membro da matilha estivesse em colapso, eles precisariam mais dele do que meu pai naquele momento.— Eu volto já... — Ele passou correndo por mim, e sua preocupação com o estado do meu pai estava estampada no rosto cada vez mais pálido.Ele era o alfa da nossa matilha. Era antinatural termos um alfa incapaz de nos liderar. Um estado mental instável não combinava com ele. Assim que os remédios saíssem de seu sistema, ele voltaria a ser o alfa forte que todos seguiam.Voltei minha atenção para o meu pai, que continuava se contorcendo na cama como se algo o incomodasse debaixo das costas.— Tente descansar, pai... — Sussurrei, tentando acalmar ele para que dormisse de novo.Ele devia estar completamente confuso. O remédio era forte e estava dominando sua mente.Naquele estado alterado, a cabeça dele estava pregando peças... Ele