Capítulo 92 - "Isolados na Escuridão"(Narrado por Elira) A escuridão ao meu redor era sufocante, como um véu espesso que me isolava do mundo. Quando a explosão de magia de Ashedar nos separou, senti o vínculo com Draegon e Thalrik enfraquecer, como se um fio de luz estivesse prestes a se romper. Meu coração pulsava acelerado, não apenas pelo medo do que poderia ter acontecido com eles, mas também pela sensação constante de algo sombrio me observando nas sombras. — Draegon? Thalrik? — chamei, minha voz ecoando no vazio. Nenhuma resposta veio, apenas o som de minha própria respiração ofegante e o zumbido inquietante que parecia emanar das paredes da caverna. As runas negras nos cristais brilhavam fracamente, emitindo uma luz doentia que lançava sombras dançantes ao meu redor. Eu precisava me concentrar. Precisava encontrá-los. Mas a sensação de estar sendo observada tornou isso quase impossível. "Você não pode salvá-los."

Capítulo 94 - "A Verdade Sombria"(Narrado por Draegon) A caverna ao nosso redor parecia pulsar, como se fosse um organismo vivo. Cada parede, cada sombra, cada som reverberava com a essência de Ashedar. O ar estava pesado, carregado de algo indescritível, como se a própria escuridão estivesse sussurrando segredos proibidos. Enquanto Elira ajudava Thalrik a se manter de pé, meu olhar percorria o ambiente. Não era apenas o ambiente que estava errado. Eu também sentia a mudança dentro de mim. Não era apenas o cansaço físico ou a exaustão de enfrentar essa batalha interminável. Era algo mais profundo, uma verdade incômoda que Ashedar parecia estar forçando a emergir. Ele era mais do que um inimigo, ele era um espelho sombrio, refletindo tudo o que evitávamos enfrentar. — Precisamos seguir em frente. — minha voz saiu mais áspera do que eu pretendia, mas os dois assentiram. — Para onde? — Elira perguntou, seus olhos brilhando com

Capítulo 96 - "Sombras Dentro de Nós"(Narrado por Thalrik) O retorno ao território da matilha deveria ter trazido alívio. Era o que eu esperava sentir enquanto cruzávamos o limite das árvores que cercavam nosso lar. O vento carregava o aroma familiar da floresta, um misto de terra úmida, folhas secas e o cheiro reconfortante dos outros alfas. Mas algo estava errado. O ar parecia mais denso, como se uma sombra invisível pairasse sobre nós. Eu sabia que isso vinha de dentro de mim. Desde o momento em que deixamos o covil de Ashedar, senti uma mudança. Não era apenas o cansaço ou as feridas físicas que ainda doíam, era algo mais profundo, uma inquietação que não conseguia afastar. A energia de Ashedar ainda pulsava em mim, e mesmo que eu tentasse ignorar, ela sussurrava em cada batida do meu coração, alimentando pensamentos e impulsos que não eram meus. Quando atravessamos os portões do território, os outros alfas nos receberam com olhare

Capítulo 98 - "O Deserto do Silêncio"(Narrado por Draegon) O Deserto do Silêncio nos envolveu como uma fera paciente, seu abraço caloroso escondendo intenções mortais. A luz do sol parecia um inimigo, inclemente, sempre presente, transformando as dunas em um oceano brilhante que cegava e confundia. O ar vibrava com uma energia que não deveria existir em um lugar tão desolado. Caminhávamos em silêncio, cada um lutando contra os próprios pensamentos. A primeira coisa que percebi ao cruzarmos a fronteira do deserto foi a ausência de som. Não apenas o silêncio usual de um ambiente árido, mas um vazio absoluto, como se o próprio espaço sugasse as vibrações antes que elas pudessem alcançar os ouvidos. Nossas palavras soavam abafadas, como se estivéssemos submersos. — Isso é estranho. — disse Thalrik, sua voz mais baixa do que o normal. — É o nome do lugar. — respondi, tentando manter a calma. — O Deserto do Silêncio não é apenas um nome, é u

Capítulo 100 - "A Voz da Lua"(Narrado por Elira) O silêncio da caverna parecia mais intenso após o retorno de Thalrik. Ele havia passado em seu teste, mas o peso de sua provação ainda estava evidente em seu olhar. A caverna não era apenas um espaço físico, era um reflexo de nossas almas, e o guardião, com sua aura inquietante, parecia saber exatamente onde cada um de nós era mais vulnerável. Eu sabia que era a próxima. O guardião, com seus olhos dourados brilhando como fogo líquido, virou-se para mim. Seu rosto permaneceu inexpressivo, mas sua presença parecia ainda mais opressora do que antes. — Está pronta, Elira? — ele perguntou, sua voz tão suave que parecia sussurrar diretamente na minha mente. Eu queria dizer que estava. Queria dizer que enfrentaria qualquer coisa para alcançar o Oráculo Lunar. Mas minha garganta estava seca, e meu coração batia tão forte que parecia ecoar pelas paredes da caverna. — Sim. —