Quando era mais jovem, após dar à luz Davi, Kelly ainda sonhava em ter uma filha. No entanto, seu marido, Bernardo, se lembrando de como a gestação havia sido difícil para ela, sempre recusou a ideia de ter outro filho. Embora a cesariana já existisse na época, as condições médicas ainda não eram tão avançadas quanto as de hoje. — Sra. Kelly? — A vendedora a chamou em voz alta. Kelly voltou à realidade, se afastando das lembranças. Com elegância, caminhou até o balcão e apontou para o batom na mão de Letícia. — Quero este aqui, por favor. Embrulhe para mim. — Quero essa cor. Duas vozes femininas soaram ao mesmo tempo. Letícia e Sérgio se viraram ao ouvir. "Parece... é muito parecido!" Kelly olhou para o menino à sua frente com um olhar cheio de carinho. Se Davi lhe desse um neto, provavelmente se pareceria muito com aquele garotinho. — Certo, vou buscar o produto para a senhora. — A vendedora ao lado de Kelly respondeu prontamente. Letícia olhou para Kelly, mas

"Por que os adultos sempre gostam de dizer uma coisa e sentir outra?" Sérgio reclamou mentalmente. — Com qual olho você viu que minha hesitação foi porque eu fiquei balançada? Aquilo claramente foi só uma pausa! — Letícia esticou o pescoço para se defender. Sérgio revirou os olhos em silêncio. Ele tinha visto com os dois olhos! Não entendia por que a tia estava tão indecisa. Ter um namorado antes da mamãe não era algo ruim, certo? — Ah, tia, estamos falando de um banquete de frutos do mar que precisa ser reservado com três meses de antecedência. Você não quer comer? — Sérgio inclinou a cabeça e perguntou. Letícia engoliu em seco discretamente. — Se a tia não quiser comer, eu quero! — Sérgio disse. ... Aromas da Terra. Na sala privativa no terceiro andar, à beira-mar, as luzes brilhavam intensamente do lado de fora. O dono do restaurante havia instalado várias luminárias, e quem se sentasse ali podia ver as ondas batendo ferozmente na praia através da janela. Letícia e

Alzira fez uma careta, ficando sem graça ao ser repreendida pelo pai. A Elzira avançou para bloquear o caminho. — Não ensine coisas erradas para a filha! Ela vai se casar com o Walter, qual é o problema de cuidar disso? Como é que ele faz uma coisa dessas, trazendo uma mulher aqui e nos desrespeitando assim, sem nenhum respeito pela família Rocha? Nos últimos anos, o Grupo Rocha enfrentou várias crises. Se não fosse pelo poder de conexão do Sr. Marcos, já teria falido e sido engolido por outros grandes conglomerados. Murilo tinha muitas mulheres fora de casa, e por causa disso, a esposa sofreu bastante. Qual mulher aguentaria dividir o marido com outras? Ela já suportava essa dor sozinha, e agora queria que a filha também passasse por isso? — Você... você só sabe mimá-la! — O Murilo, apontando o dedo para o nariz da esposa, a repreendeu. — Já chega! Não me enche o saco, vai ficar com o seu avô. Quem vai negociar esse casamento é o seu avô, e o Walter só vai conseguir esse pro

— Dessa vez, a exposição de arte a convidou para vir até a Cidade A. Ouvi dizer que ela é uma beleza, uma mulher muito bonita. — Quando o assunto chegou a esse ponto, os olhos de Benedito brilharam, e ele falou com mais entusiasmo. — Ela é bem diferente daqueles artistas idosos, com cabelo grisalho. Ela é bem jovem. Não sei se dessa vez eu consigo convidá-la para jantar.Benedito sorriu maliciosamente, sentindo uma vontade inexplicável.— Se ela fosse minha namorada, e passássemos uma noite juntos, seria ainda melhor. — Benedito adorava aquela aura artística que as artistas tinham.Davi franziu a testa, lançando a ela um olhar de desaprovação.Benedito não deu importância, acenou com a cabeça e disse, de maneira descontraída:— O que é que não podemos conversar? Somos homens, se você gosta dela, pode ficar com ela.Ele falava como se Laura já fosse uma mulher com quem tivesse tido algo, alguém que poderia ser oferecida como quisesse.Benedito, assim como seu pai, era um verdadeiro mulh

Laura tem a impressão de que veio com aquele oficial que lhe sugeriu um encontro arranjado; provavelmente ela o conhece.— Conversamos tanto tempo e ainda não sei como devo chamá-la? — Perguntou a dama.Laura ficou surpresa. O marido dela, do outro lado, não sabia quem ela era?Bem, faz sentido, pois quando o irmão mais velho a apresentou, a dama não estava presente.— Meu nome é Laura. — Respondeu.— Srta. Laura. — A dama não sabia se a pessoa à sua frente era a esposa legítima de Walter ou uma amante, então a chamou de "senhorita", que era a forma mais apropriada. — A empresa de materiais de construção do meu marido é a maior e mais famosa de toda a Cidade A. Até mesmo o projeto de construção que o governo contratou recentemente foi uma obra que meu marido assumiu.A dama continuou a falar sobre o marido.Laura entendeu. Ela queria que ela fizesse uma introdução, apresentando indiretamente o marido dela a Walter.Mas Laura não tinha nenhuma relação com essa dama, e, além disso, não p