Capítulo 202Maria Luíza Assim que Alexei saiu do jardim, a gargalhada começou. Primeiro, veio de Duda, minha irmã, e depois de mim. Ivete, com sua presença única e jeito exagerado, dominava o ambiente com sua energia, usando um uniforme impecável e sua touca de cozinheira que parecia ter sido colocada apressadamente. Ela gesticulava tanto que quase derrubava a bandeja com suco que trazia.— Ah, mas a senhora vai ficar tão orgulhosa de mim! — começou ela, se dirigindo a Duda com o entusiasmo de quem tinha uma grande história para contar. — Tenho tanto para contar! E vou começar pela minha auxiliar de cozinha, senhora!Minha irmã, Duda, já ria antes mesmo de Ivete terminar a frase. Eu a acompanhei com um sorriso. Era impossível não se contagiar com a presença dela. Até dona Olga não conseguiu se conter, e trazia um sorriso no rosto.— Ninguém bota fé em mim como a senhora, mas, ó, eu peguei! Peguei a safada da auxiliar e dei umas bifas! — Ivete bateu as mãos no ar, dramatizando cada p

Capítulo 204 Don Alexei Kim A sala de controle voltou a ficar silenciosa quando as mulheres saíram. Fred monitorava cada detalhe da operação enquanto Maicon se mantinha atento, de pé ao meu lado, pronto para agir se necessário. Peguei meu celular e disquei o número de Don Antony, observando a sala com atenção. — Don Antony, saudações. Como está a situação por aí? — perguntei assim que ele atendeu. Do outro lado da linha, a voz grave soou firme, com satisfação. — Saudações, Alexei. Tudo sob controle. A ilha de Elba agora é nossa. Paolo e a avó da sua prisioneira, Dora, estão aqui, devidamente contidos. E também o restante da ilha. Eu respirei fundo, sentindo um raro alívio. — Alguma resistência? — Não significativa. Paolo tentou reagir, mas foi rapidamente neutralizado. Quanto à velha, bem... — Antony riu, um som frio e sem humor. — Ela não é páreo para nós. O povo já se prontificou em ajudar, ninguém gosta dos chefes daqui. — Isso é ótimo. Já conseguiram ext

Capítulo 206 Anastasia Kim A sala de estar estava cheia de vozes animadas, mas meu coração parecia bater fora de sintonia. Eu estava ali, sentada no círculo das mulheres, tentando me concentrar nas conversas, mas minha mente vagava para Yuri. Ele estava no porão com Alexei e os outros, lidando com sabe-se lá o quê. Não era difícil imaginar que envolvia violência, mas eu tentava não pensar muito nisso. Ainda assim, uma sensação de inquietação tomava conta de mim. Talvez fosse pelo que prometi a ele. Malu estava radiante, conversando com a irmã sobre os gêmeos, sua empolgação iluminando a sala. Ivete, sempre atrapalhada, estava tentando servir chá para minha mãe e a pequena Sofia ao mesmo tempo, quase derrubando a bandeja ao se virar. — Ivete, cuidado! — Malu disse, rindo, enquanto segurava a Sofia no colo. Eu sorri de leve, mas continuei mexendo na barra do meu vestido, sem conseguir me sentir à vontade. Malu percebeu meu silêncio e virou-se para mim, franzindo o ce

Capítulo 208 Anastasia Kim (Momentos antes) Yuri me pediu para que fossemos pra casa. Estava visivelmente cansado, e eu só queria que ele ficasse bem, logo. Eu estava em pé no corredor, ajustando a bolsa no ombro enquanto dava um último olhar para minha mãe e Malu. Sofia, com suas mãozinhas rechonchudas, acenava animada do colo da Neide, enquanto minha mãe insistia em ajustar minha jaqueta pela terceira vez. — Vai ficar tudo bem, mãezinha. Prometo — sorri para tranquilizá-la, segurando suas mãos antes que ela começasse a arrumar novamente. Parecia preocupada. Malu se aproximou, abraçando-me com aquele sorriso travesso que sempre tinha. — Lembre-se do que te falei sobre ser firme, Anastasia. Você é forte. Mostre isso, até para o Yuri. Eu assenti, sentindo o peso da responsabilidade em suas palavras. Malu era uma mulher que irradiava confiança, e por mais que eu me sentisse pequena diante dela, eu sabia que precisava crescer nesse mundo em que Yuri e Alexei

Capítulo 210 Anastasia Kim O quarto estava mais quente que o normal. Meu corpo exausto, a testa suada, mal conseguia me levantar. Yuri estava deitado ao meu lado, virado pra mim, cotovelo apoiado na cama, com seus dedos deslizando pela minha barriga. "Não é possível que esse homem não esteja satisfeito. Ele vai me matar desse jeito". O meu corpo afundava no colchão macio, sem forças para sequer me mover. A cada músculo que relaxava, eu sentia a exaustão tomando conta de mim. Yuri estava olhando para mim com seu sorriso satisfeito, mas seu toque dizia exatamente o contrário, o que me fazia querer revirar os olhos e sorrir ao mesmo tempo. — Eu avisei que não pegaria leve — ele disse, sua voz com uma provocação divertida. Eu não consegui evitar o sorriso que se formou nos meus lábios, mesmo enquanto suspirava, exausta. — Você é impossível — murmurei, quase sussurrei. Ele riu baixo e se inclinou, deixando um beijo suave em minha boca. Enquanto eu tentava