Emma fica surpresa com a revelação, parando em seu lugar assim que ouve as palavras da adolescente.‘Como assim entregou seus sentimentos a Nicolas? De que sentimentos ela está falando e o que mais ela falaria se a gente não chegasse?’A senhora se indagou por alguns segundos enquanto olha atentamente o semblante assustado dos dois que ficam em silêncio assim que os vê na porta. Focando no filho, Emma tenta ter uma conversa não dita com ele, o questionando sobre o que ela tinha escutado. Nicolas por sua vez, entende bem o que ela pergunta, mas a ignora, desviando o olhar em meio ao seu nervosismo, confirmando ainda mais as suspeitas que algo indevido realmente acontece entre eles.Percebendo o desconforto entre os dois, ela decide fingir não ter ouvido nada e entra no ambiente falando com o máximo de naturalidade possível.—Vim ver como andam as coisas por aqui. Você está bem, Bianca? O Dr. estava me dizendo que tudo dando certo com a transfusão, Francesco poderá realizar o procedime

Se sentindo um idiota por ter tentado se explicar e por ter sido tão atingido por uma adolescente aparentemente inocente apenas com palavras, ele caminha pelo corredor sem saber o seu destino final. Quando se deu conta, ele passava pela porta principal do hospital. Chegando do lado de fora, foi recebido pelo sol quente da estação, que abraçou o seu corpo sem cerimônia. A claridade incomodando seus olhos, o fez franzir a testa a fim de protegê-los, dificultando parcialmente a visão. Mas olhando ao redor, avistou um banco vazio, onde se dirigiu e se sentou, colocando os cotovelos em cima das coxas enquanto pensa: ‘Porque eu inventei de me aproximar de uma adolescente? Principalmente ela sendo a minha meia-irmã comprometida. Seria muito mais fácil para nós dois ter me mantido afastado.’O Don começou a refletir sobre suas escolhas, suas ações, no que sente quando vê Bianca, e em como as outras mulheres perderam a graça para ele. E só aí ele relembra que seria impossível viver como antes

Bianca permaneceu dentro da sala, magoada, chorando e sem saber o que faria da sua vida agora que descobriu que duas pessoas sabem do seu maior segredo. ‘O que eu fiz da minha vida? Porque eu aceitei me envolver com Nicolas?’Ela fazia várias perguntas quando a enfermeira voltou, pegando-a desprevenida. —Está tudo bem com a senhora?Se assustando, ela responde rapidamente, passando a mão nos olhos e no rosto para limpar as lágrimas:—Sim… está! Não se preocupe.Sem graça, a adolescente abaixa a cabeça tentando se esconder. Já a enfermeira, entendendo o desejo dela decide apenas respeitá-la, realizando o seu trabalho pois a coleta já era o suficiente, tirando Bianca do equipamento.—Ocorreu tudo perfeitamente, e seu pai já receberá a transfusão.A informação fez a adolescente pensar:‘Será que minha vinda foi apenas para eu ajudar meu pai?’Ao terminar, a adolescente agradeceu a enfermeira e saiu da sala sem saber para onde ir, já que se sentia envergonhada demais ao pensar em encont

Depois de pronta, Bianca se deitou e apagou mesmo estranhando o quarto. O seu sono foi conturbado e cheio de sonhos estranhos e desconexos, fazendo com que a adolescente acordasse ainda cansada pela noite mal dormida.Já Nicolas, deitou mas não conseguiu pregar os olhos. Cansado de se virar a noite toda, levantou cedo, assim que os primeiros raios de claridade apontavam ao horizonte, começando o dia se reunindo com o chefe da sua segurança, para quem passou as últimas informações e o que espera que seja feito.E na hora habitual todos se encontram para o desjejum, exceto Andrea que tinha ficado no hospital. O clima entre Nicolas e Bianca permaneceu estranho, mas ambos tentaram lidar com seus próprios sentimentos. Ele buscando o olhar dela de tempos em tempos mesmo tentando evitar tal ato com todas as suas forças e ela fugindo dele a todo custo. Como sempre, quando terminaram, todos saíram juntos. Nicolas levou primeiro as meninas à escola e de lá seguiu para o hospital para deixar a

Triste, Nicolas permaneceu agarrado à mãe, ouvindo e recebendo o seu consolo por um longo tempo, deixando toda a sua dor sair livremente pela primeira vez. Já Emma, acariciou o filho de forma automática, ainda incrédula pelo o que acontecia com ele e em meio a pensamentos:'Pelo jeito isso é bem mais do que uma mera paixão.’Agarrada a ele, olhando fixamente para nenhum lugar específico e sentindo sua preocupação aumentar, Emma sente quando ele se afasta limpando o rosto, tentando esconder a sua vergonha:—Desculpe, madre. Eu não sei o que aconteceu comi…—Tudo bem, querido, às vezes precisamos apenas colocar tudo para fora. A senhora tentou ser empática com o filho ao despertar do seu transe, mas em seu interior ainda se perguntava como as coisas tinham chegado a esse ponto sem que ela percebesse. ‘Será que eu foquei tanto assim em Francesco que deixei de reparar nas outras coisas?’—Eu não posso me dar esse luxo, madre. Sou um homem, o Don dessa casa e…Educadamente e com carinho,