Silêncios que Gritam Isabela Depois daquela conversa, o ambiente ficou carregado. Carlos havia prometido respeitar minha decisão, mas o brilho teimoso em seus olhos dizia outra coisa. A linha tênue entre o profissional e o pessoal estava prestes a se romper, e isso me assombrava mais do que as ameaças de João ou as traições de Letícia. Eu precisava me concentrar. No entanto, quando me sentei na minha mesa para analisar os documentos que Carlos havia deixado sobre o possível envolvimento de Letícia, senti uma onda de exaustão mental me atingir. Minha mente vagava entre os números e as suspeitas, mas tudo que eu conseguia pensar era na última frase dele: “Eu não vou desistir tão facilmente.” Respirei fundo, afastando o pensamento. Era uma promessa, uma ameaça velada de que ele continuaria avançando em nosso relacionamento, mesmo sabendo dos riscos. Mas antes que eu pudesse mergulhar de vez nesse conflito interno, uma nova notificação no meu celular me tirou do foco. Dessa vez, era

Alianças PerigosasCarlosAo ouvir as palavras de Isabela pelo telefone, um frio percorreu minha espinha. Letícia se juntando a João? Isso mudava tudo. Eu sempre soube que João não jogava limpo, mas Letícia… ela era diferente, ou pelo menos eu acreditava que fosse. Talvez eu tivesse sido ingênuo, ou pior, subestimado sua ambição.Saí do escritório às pressas, a mente já maquinando sobre como nos antecipar ao próximo passo deles. O problema é que, dessa vez, não parecia haver uma saída fácil. A aliança entre João e Letícia poderia causar danos irreparáveis. Precisávamos agir rápido e com precisão cirúrgica.Cheguei à empresa, onde Isabela já me esperava na sala de reuniões. Seu rosto estava pálido, mas seus olhos faiscavam determinação. Fechei a porta e, sem rodeios, perguntei:— O que exatamente eles disseram?Ela me contou tudo, cada detalhe. A ameaça velada de João, o tom cínico de Letícia. Quando ela terminou, o silêncio caiu sobre nós. O ambiente estava carregado de tensão, e ambo

Armadilhas InvisíveisIsabelaO relógio no canto da sala parecia acelerar enquanto eu me concentrava nos contratos e revisava cada detalhe. Meu corpo estava tenso, como se soubesse que a qualquer momento algo poderia desmoronar. Não era apenas o desafio de enfrentar João e Letícia que pesava, mas a sensação crescente de que algo escapava por entre os dedos.Tentei afastar esses pensamentos, focando nas cláusulas do documento em minhas mãos. Qualquer detalhe, qualquer linha mal interpretada poderia ser o trunfo que eu e Carlos precisávamos. Só que, enquanto meus olhos deslizavam pelo papel, o que realmente me distraía eram as palavras que ele tinha dito antes de sairmos do restaurante.“Não vou desistir tão facilmente.”Essas palavras ecoavam na minha mente, criando uma tensão que ia muito além dos negócios. Como eu deveria lidar com o desejo que surgia sempre que Carlos estava perto? Por mais que minha razão me dissesse para manter as coisas estritamente profissionais, havia algo entr

O Último JogoIsabelaO ambiente na sala estava cada vez mais carregado. Aquele jogo de poder estava prestes a explodir. O olhar de Letícia era frio, mas eu a conhecia bem o suficiente para saber que sua confiança era apenas fachada. Ela tinha alguma carta escondida, mas também estava na corda bamba.Carlos, ao meu lado, não desviava os olhos de João. O ar estava repleto de tensão, e eu sabia que era questão de tempo até que o confronto se tornasse mais agressivo. Precisávamos de uma estratégia, e rápido.— Você subestima o quanto estamos preparados — Letícia continuou, seu sorriso tão calculado quanto suas palavras. — João e eu já previmos cada um dos seus movimentos.Dei um passo à frente, encarando-a de frente. Eu não tinha tempo para seus joguinhos psicológicos. Letícia sempre fora uma peça-chave no plano de João, mas ela subestimava minha capacidade de agir no limite.— Acha mesmo que tem o controle de tudo, Letícia? — perguntei, sem alterar o tom de voz. — Se vocês tivessem tudo

Compromisso SilenciosoIsabelaAquela noite no restaurante marcou o início de algo novo entre Carlos e eu. O jantar foi tranquilo, sem as pressões do mundo corporativo ou as tensões que sempre nos cercaram. Pela primeira vez, parecia que podíamos ser apenas nós mesmos. No entanto, ao mesmo tempo, havia um certo desconforto por não sabermos exatamente onde aquilo nos levaria.Quando ele me deixou em casa, a despedida foi delicada, quase silenciosa. Havia uma troca de olhares que dizia mais do que qualquer palavra que poderíamos proferir. Sabíamos que, dali em diante, estávamos nos aventurando em um território novo.Na manhã seguinte, no escritório, as coisas seguiram o fluxo normal, mas havia algo diferente no ar. Toda vez que nossos olhares se cruzavam, eu sentia o calor daquela conexão crescente. Ainda que estivéssemos focados no trabalho, a tensão entre nós era quase palpável.O projeto de reestruturação estava indo bem. Carlos e eu havíamos conseguido estabilizar as contas, recuper