Joseph olhou para Eloisa com um olhar impiedoso, seu rosto endurecido e sem qualquer traço de compaixão. Ele segurou no braço dela que ainda doía pela queda com brutalidade, como se estivesse segurando uma coisa inútil. — Menos Eloisa, você sabe bem que nunca quis ter filha mulher, mas sua mãe só foi capaz de me dar você.— disse ele, com a voz fria e cortante, como uma lâmina afiada que cortava o coração de Eloisa. — Você veio e não podia fazer nada. Pra alguma coisa você precisa servir. Eloisa sentiu o desprezo nos olhares do pai, como se ela fosse uma coisa sem valor. Ela tentou se libertar da mão dele, mas ele a segurou com mais força. — Não importa o que vai fazer, trate de engravidar de novo!— ordenou Joseph, sem qualquer consideração pela dor e pelo sofrimento da filha. — Eu não quero ouvir desculpas ou justificativas. Você precisa me dar um neto, e precisa me dar agora. Eloisa sentiu as lágrimas escorrerem pelo seu rosto, enquanto tentava segurar a dor e a raiva que sen

Eloisa sentiu um arrepio ao ler as palavras escritas no bilhete. Seu coração estava acelerado e suas mãos tremiam enquanto segurava o papel. "Você acha que pode esconder a verdade? Que pode enganar Oliver e todos os outros? Eu sei o que aconteceu com o seu bebê. E se você não fizer o que eu quiser, eu vou contar a todos a verdade sobre você. Seus dias de glória estão contados, Eloisa. Logo, tudo será revelado e você será exposta por quem você realmente é. Você não pode mais esconder a verdade, não pode mais manipular as pessoas para fazer o que você quer. Te dou até final de semana para você me encontrar no Palace hotel com um milhão de dólares." Eloisa leu e releu inúmeras vezes o bilhete, seus olhos escaneando cada palavra, cada letra, como se procurasse por uma resposta, por uma pista que pudesse levar ao autor daquela ameaça. Quem poderia ter escrito isso? Quem sabia sobre seu aborto? A ideia de que alguém estava ameaçando expô-la, de que alguém sabia sobre o seu segredo, fez c

Eloisa entrou na clínica com Judite ao seu lado, uma sombra silenciosa que a acompanhava em cada passo. Eloisa passou despercebido por todos, ela havia se disfarçado com uma peruca vermelha, que caía em ondas suaves sobre seus ombros, e lentes azuis que ocultavam seus olhos castanhos, sempre tão expressivos. Suas roupas modernas e sofisticadas, que sempre chamavam a atenção, foram substituídas por uma camiseta larga e calça de moletom, que a tornavam quase anônima. Ninguém a reconheceu, nem mesmo Cléo, que tinha um passado conturbado com Eloisa. A médica olhou para ela com uma expressão neutra, sem suspeitar que a mulher que estava diante dela era, na verdade, Eloisa. — Posso ajudar?— perguntou Cléo, imersa em seus pensamentos com o olhar fixo na porta, esperando por Eloisa. Mas, quando Eloisa respondeu, Cléo sentiu seu coração saltar com o tamanho do impacto que Eloisa tem nela. — Acredito que esteja esperando por mim, não é?— perguntou Eloisa com um sorriso sarcástico, seu olhar

O dia passou lentamente com muito trabalho e atenção. Fazia alguns dias desde a inseminação. A ansiedade e o medo de Antonella está visível em cada ação, em cada gesto. Quando a noite caiu Antonella entrou no apartamento, exausta após duas noites intensa de plantão no hospital. Ela sentiu um misto de alívio e cansaço ao fechar a porta atrás de si. Seus olhos estavam pesados e sua mente estava ainda processando sua última cirurgia. Ela se dirigiu ao sofá, onde Collor estava sentado, olhando para a televisão com um rosto sério e o olhar vazio. Antonella sentou-se ao lado dele, com delicadeza tocou sua mão e acariciou levemente. — Oi, amor. Faz tempo que chegou?— perguntou Antonella, tentando quebrar o silêncio, mas Collor não pareceu notar sua presença. Collor olhou para ela por um momento, seu olhar estava distante e vazio, incapaz de responder sua pergunta. Ele não conseguia aceitar que Antonella seguiu em frente com a inseminação, mesmo que ele tenha concordado com isso. Ele não

Na manhã seguinte, Antonella acordou e percebeu que estava sozinha na cama, seus olhos inchados e ainda sonolentos percorreu pelo quarto como se procurasse um vestígio de que Collor esteve lá. Ela sentou na cama envolta em um silêncio opressivo que parecia sufocá-la. Ela se sentia estranha, como se estivesse em um mar de emoções contraditórias. A lembrança da noite anterior ainda estava fresca em sua mente, e ela não podia evitar de se sentir usada, como um objeto do prazer de Collor. Ela se levantou lentamente, sentindo o peso da solidão em seu coração. O banho quente que tomou não conseguiu lavar a sensação de vazio que a consumia. Ela se vestiu mecanicamente, escolhendo um conjunto rose. As sandálias de salto grosso branco e dourado que calçou pareciam pesadas, como se estivessem carregando o peso da noite anterior. Seu cabelo castanho, que por causa do trabalho sempre esteve amarrado, agora caía sobre seus ombros como uma cascata. Ao se olhar no espelho tentou esboçar um sorri