Daniel, ao verificar as câmeras externas, viu um grupo suspeito empurrando um grande balde de limpeza, grande o suficiente para esconder duas mulheres de estatura pequena.Ele estava preocupado com a segurança de Beatriz e Bruna, e continuou a investigar.Nesse momento, no escritório, o secretário reportava o incidente.— Certo, eu sei. — Afonso disse indiferentemente, batucando levemente os dedos na mesa, produzindo um som ritmado. — Daniel, oh Daniel, eu realmente não esperava que você se importasse tanto com ela, chegando ao ponto de se preocupar demais. Beatriz, se você tem a habilidade de deixar Daniel completamente apaixonado, por que não faz o mesmo comigo? Esses três anos... você realmente foi sincera?Ele fechou os olhos por um momento, sentindo um nó no peito, difícil de desatar.Foi então que Débora apareceu, já maquiada, usando um suporte e, apesar da aparência abatida, a maquiagem foi cuidadosamente planejada para fazê-la parecer ainda mais digna de pena e ganhar a simpati

— É mesmo? Pode dar mais detalhes?— Os jornalistas insistiram.Beatriz não tinha provas, não podia acusar Afonso diretamente. — Foi só um acidente, uma brincadeira.Ela forçou um sorriso, mas estava pálida, e o sorriso parecia doloroso.Com dificuldade, ela avançou, e os jornalistas, em um gesto de compreensão, abriram caminho para ela. Ao subir no palco, era evidente o esforço para levantar a perna. Quando conseguiu, seu corpo balançou incontrolavelmente, quase caindo.Foi então que Afonso se moveu, incapaz de se conter, querendo ajudá-la. Mas Beatriz se estabilizou, evitando seu toque.A mão de Afonso parou no ar, os dedos tensionados, e ele os recolheu em silêncio.— Débora, estou aqui, peça-me desculpas formalmente.— Ela se posicionou no centro, olhando friamente para Débora.Débora mordeu o lábio, claramente relutante em falar na frente dela.O médico, percebendo a situação, interveio: — Srta. Rocha, não é que a Sra. Silva não queira se desculpar, ela já refletiu sobre seus erros,

Ao abrir os olhos, Beatriz viu um rosto familiar.Ela se sentiu imensamente desamparada, agarrando-se ao pescoço de Daniel com força, abraçando-o apertado. Ela parecia uma criança indefesa.Daniel, com o coração apertado de dor, continuou acariciando sua cabeça e a consolando suavemente: — Foi minha culpa por chegar tarde.Daniel havia pensado que os dois haviam sido levados em um carrinho de limpeza e seguiu o veículo, mas isso acabou sendo uma distração.Ele percebeu seu erro tarde demais, tentando voltar, mas se atrasou demais no caminho. Quando chegou, a coletiva de imprensa já estava quase no fim.Beatriz chorou por um bom tempo antes de se acalmar.Ela não culpava Daniel, qualquer um teria assumido que era um sequestro, mas na verdade, era apenas um truque de Afonso para fazê-la perder a coletiva de imprensa.— Bruna está bem?— Ela de repente se lembrou.Mesmo não gostando dela, Bruna era irmã de Daniel, e se algo tivesse acontecido, ela se sentiria culpada. Naquele momento, ela

Beatriz arregalou os olhos, incrédula com as palavras que ouvia de um menino tão jovem.— Quanto anos você tem? Você sabe o que significa casar?— Eu já tenho dez anos, não sou mais uma criança, eu sei o que significa casar. Significa… passar a vida inteira com você, só posso ser bom para você, e você só pode ser boa para mim.Beatriz ficou chocada, surpresa por ele ter dez anos, já que parecia ter apenas seis ou sete anos, magro e pequeno, claramente desnutrido.— Por que você quer se casar? Você ainda é tão jovem.O menino abaixou a cabeça, parecendo desanimado. — Quando minha mãe estava partindo, ela segurou minha mão e disse que não conseguiria me ver crescer e me casar. Eu… eu também não acho que vá ver a mim mesmo crescer, então queria cumprir esse desejo para ela, encontrar uma esposa para mim mais cedo.Ao ouvir isso, o coração de Beatriz apertou. A mãe do menino havia falecido. E ele também estava doente, sem esperança de viver muito tempo.— Por que você acha que não vai cres

O menino estava um pouco tímido, se fosse apenas com Beatriz, seu sorriso seria genuinamente radiante.Mas agora, com o senhor policial presente, ele não sabia como sorrir, por isso, forçou um sorriso, abrindo a boca e fazendo o sinal de V com os dedos.— Você pode se mover um pouco para o lado.Daniel posicionou-se ao lado de Beatriz, indiferentemente deslocando o menino para o lado. Beatriz lançou-lhe um olhar reprovador, mas logo depois abraçou o menino, aproximando-se para um sorriso suave.— Mana, posso te dar um beijo?— Claro que pode.O menino sorriu feliz e deu um beijo na bochecha dela. Beatriz pegou o celular, pronta para capturar o momento, mas, quando pressionou o botão para tirar a foto, Daniel, que estava ao lado, também se aproximou.Ela foi pega de surpresa e capturou a imagem. Na foto, ela exibia um sorriso radiante, e eles estavam beijando suas bochechas, um de cada lado.Ela olhou para Daniel com uma expressão estranha, realmente era fácil causar um mal-entendido, p