Ela acabou de dizer isso quando as outras duas mulheres a encararam. — Claro, vocês duas não estão na minha situação. Vocês podem ser ótimas mães, eu é que não tenho essa confiança. — Explicou Camila rápido. — Como assim? Nem todo mundo nasce sabendo ser mãe, a gente aprende com o tempo. — Disse Luísa. — Quando eu engravidei, fiquei meio perdida, mas olha Didi, já tá grandinho. E olha, você só vai carregar o bebê na barriga por nove meses, depois que nascer não precisa se preocupar tanto assim. — Acrescentou Mariana. — Quem disse isso? — Retrucou Camila. — Como eu não iria me preocupar com isso? — Ué, você pode sim não se preocupar — Disse Mariana. — Eu sou diferente, mas você tem Sebastião, né? Ele cuida de tudo, certeza. — Chega, chega! Para de falar disso! — Camila pediu. Luísa comentou: — Ué, a gente nem queria falar disso, foi você que puxou o assunto. — Sebastião queria ter uma filha, ele acha que seria legal ela se parecer comigo. Eu, se fosse pra ter, preferia um filho,

Luísa ficou numa mistura de risos e lágrimas: — Não fica tão nervoso assim, vai. Jaime ainda vestia o terno que usava antes, com um visual imponente que realçava ainda mais sua masculinidade. — Como é que eu não vou ficar nervoso? Você tá se sentindo mal em algum lugar? — Perguntou ele. Luísa balançou a cabeça: — Não, não é isso. Só que de repente lembrei que Camila sabe o quanto foi difícil eu engravidar. Ela queria ter um filho, mas agora parece que nem quer mais. Por que eu sou tão fraca assim? Jaime respondeu: — Se ela quer ou não ter filho não depende de você. Mesmo que você fique sem reação, ela pode arrumar outro motivo para não querer. Ela o encarou e perguntou: — Você não gosta dela, é? — Não. — Disse Jaime. — Ela é sua amiga, e Sebastião a ama de verdade. Se eles querem ter um filho ou não, é problema deles. Por que você está carregando essa culpa toda? — Tá certo. — Disse Luísa. — Camila é legal, então não fique com preconceito contra ela. Jaime sorriu e disse: — Ela

Luísa conhecia tão bem Camila que, antes, já tinha comentado com Jaime que se ela visse o estado em que estava, ia acabar se assustando. Mas Jaime só disse para ela não ficar pensando demais nisso. Se Camila queria ter filho ou não, isso não foi problema dela. E foi verdade. O que Jaime falou faz sentido. No fim das contas, o que realmente importava foi se Camila queria mesmo ter um filho. Se ela quisesse ter, mesmo que Luísa vomitasse por oito meses seguidos, ela iria ter o bebê. Agora, se ela não quisesse, nem que Luísa não tivesse reação alguma, ela não teria o bebê. De qualquer forma, quando o assunto foi filho, Jaime só queria que Luísa se preocupasse menos e se alimentasse melhor. No fim, Luísa acabou tendo que ser internada. Não teve jeito, ela vomitava tudo que comia, e nem água conseguia beber. Se continuasse assim, os eletrólitos do corpo iam se desregular. Mariana era médica e disse claramente a Jaime que, para a condição de Luísa, não existia remédio específico.