Lucas disse: — Camila é uma mão de vaca... só dá cinco mil. Mariana respondeu, rindo: — Ué, cinco mil já é bastante. Você nem fuma, nem paga conta em reunião social... Pensando bem, você nem precisa de mesada, né? — Posso até viver sem mesada, mas não dá para ficar sem. — Lucas se aproximou dela e disse: — Me dá dez mil, vai? — Dez mil? — Mariana disse. — Isso é mais do que Sebastião recebe. — E por acaso eu não mereço mais que ele? — Lucas arqueou a sobrancelha. — Merece, claro que merece. — Mariana, segurando o riso. — Então transfere logo. — Lucas pegou o celular. — Mas tem que colocar na descrição: mesada. Mariana, sem entender muito bem, acabou mandando o valor. Lucas saiu todo satisfeito, segurando o celular. Ela limpou as mãos e foi atrás dele, com o celular na mão. Lucas já estava sentado na cama, encostado na cabeceira. Mariana se sentou ao lado e espiou o que ele fazia. Ele estava mandando mensagens no grupo dos três. Primeiro, mandou um print do comprovante da tra

Algo acabou dando errado antes da cerimônia. Naquele dia, os seis estavam jantando juntos. Como a cerimônia estava marcada para acontecer na capital, Jaime e os outros praticamente ainda não tinham voltado para a Cidade do Norte. Eles costumavam se reunir com frequência para acertar os detalhes da cerimônia. Naquele jantar, enquanto estavam todos à mesa, o garçom bateu à porta e trouxe um prato de moqueca caprichada. Luísa sempre gostava muito desse preto, então Camila girou o prato e o colocou bem na frente dela. Como eram todos amigos, ninguém ligava muito para formalidades. Jaime conversava com Sebastião, mas isso não o impediu de escolher o pedaço mais macio e o colocar no prato da Luísa. Colocou com cuidado no prato dela. Luísa, no entanto, já tinha comido quase tudo. Seu apetite sempre foi pequeno. E, por algum motivo, assim que o prato chegou, Luísa sentiu uma estranha falta de vontade de comer. Mas como Camila tinha virado o prato bem na direção dela, e Jaime ainda s

Lucas disse apressado: — Que ótimo, parabéns! Sebastião também falou: — Parabéns! O exame deu tudo certo, né? — Foi ótimo. — Respondeu Jaime, apoiando Luísa. — Vou levar Luísa pra casa primeiro, não vou ficar com vocês. — Vai descansar logo. — Disse Mariana. — Você se lembrou de tudo que o médico falou, né? Qualquer coisa, é só me ligar! Jaime respondeu: — Lembrei de tudo, mas vou precisar te incomodar de novo. — Que nada, nem é incômodo. — Falou Camila. — Luísa tá grávida, a gente tá feliz demais! Jaime ajudou Luísa a entrar no carro. Assim que ela se acomodou, o celular dele tocou. Ele olhou o visor e disse: — Vou atender rapidinho. Se afastou um pouco para falar ao telefone. Enquanto isso, Mariana e Camila se aproximaram de novo, dando mais algumas recomendações pra Luísa. Logo depois, Jaime voltou. Ele parecia querer falar, mas sem coragem. Camila foi direta: — Que foi? Jaime segurou o celular com força, olhou pra Luísa e falou: — Eu... eu preciso voltar pro exército.

— Nem quero papo com você. — Disse Ana. Mariana, do lado, falou defendendo o Renato: — Mãe, você acabou de falar que não tem problema se alguém não quiser ter filhos... Renato já tem Andinho, e mesmo assim você ainda pega no pé dele! Ana respondeu: — Eu não tô falando que ele precisa casar e fazer filho! O que eu quero é que ele arrume alguém pra fazer companhia. Porque daqui a pouco Andinho vai ter a própria família, e ele vai ficar lá, sozinho, todo velho. Dá até dó! Renato disse: — Mãe, fica tranquila. Quando eu ficar velho, vou pra um asilo, jogar dominó com os amigos, tomar um cafezinho, pescar um pouco, nem imagina como vai ser bom. Ana logo alfinetou: — Com a sua idade, quem é que não quer uma esposa? Só você mesmo que só pensa em pescar. Nem chegou aos 40, e já parece um velhinho de 80! Renato já estava acostumado com as alfinetadas diárias. — Vou tomar um banho e trocar de roupa. — Falou, querendo escapar. Ana resmungou: — Sempre que você vira assunto, logo muda o papo.

— Sei lá, mandar um presente ou algo assim. — Sugeriu Sebastião. Como os três casais iam se casar no mesmo dia, todo mundo acabou combinando de não trocar presentes. No fim das contas, ficar comprando coisa um pro outro não tinha nada de especial, então ninguém deu presente pra ninguém. Mas agora que Luísa estava grávida, aí já foi outra história. Camila levou a mão na testa: — Nossa, se você não fala, eu nem ia lembrar disso! Sebastião franziu a testa, confuso: — Lembrar do quê? — Ué, eu vou ser a madrinha, né! Sebastião perguntou, surpreso: — Madrinha de novo? Camila respondeu: — A gente combinou desde o começo, lembra? Que eu seria madrinha dos filhos delas. — Então elas também vão ser madrinhas dos nossos filhos? — Perguntou Sebastião. Camila olhou para ele: — Você sabe por que eu tô tão empenhada em ser madrinha dos filhos deles? Sebastião balançou a cabeça, sem saber. Camila disse: — Como eu não pretendo ter filho, quero mesmo é ter um afilhado pra matar a vontade. S