IsabelaA porta se fecha sem barulho quando Lúcia deixa o banheiro, e eu continuo sentada no chão frio tentando assimilar o que acabou de acontecer.Minhas mãos tremem, meu corpo inteiro treme. Tento conter minhas lágrimas, mas não consigo. Elas escorrem sem piedade, me deixando desarmada.Ela me encostou.Aquela… faxineira ousou colocar as mãos em mim.Olho para meu pulso latejante, a pele vermelha marcada, e sinto um nó no estômago. O choro já molhou meu vestido, borrando maquiagem perfeita que construí de manhã com tanto cuidado.— Maldita… — sussurro entre dentes, a voz carregada de ódio.Levanto cambaleante e me encaro no espelho. O reflexo me devolve uma versão distorcida de mim: maquiagem borrada, rímel escorrido formando círculos escuros sob os olhos. Eu, Isabela Villar, filha de família tradicional, criada para ser impecável, estava acabada por causa dela. Uma ninguém.Cada palavra dela ecoa na minha mente como uma lâmina.Cada olhar dela me desafia.Sinto meu corpo inteiro f
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