Solange segurou a mão de Melissa e disse a Joaquim:— A propósito, a irmã de Melissa tem uma reunião de pais hoje. Veja só, uma criança tão pequena e os pais não se importam, deixando a irmã mais velha ir à reunião no lugar deles. A escola da irmã dela fica perto do Grupo Camargo. Que tal você levá-la até lá?Melissa abaixou a cabeça, permanecendo em silêncio, mas, em seu coração, ela estava ansiosa. "Finalmente terei uma oportunidade de ficar a sós com Joaquim. Preciso aproveitar bem esse momento."Joaquim, no entanto, parecia relutante. Ele franziu o cenho e disse:— Ela pode pegar o metrô. Vou fazer uma inspeção na filial esta manhã, e não passarei pelo Grupo Camargo. Não está no meu caminho.Solange insistiu:— A estação de metrô é tão longe daqui, e além disso, qual linha do metrô de Cidade M não está sempre lotada? Vamos, faça isso por mim, só desta vez. Você pode me ajudar com isso, não pode?Enquanto conversavam, Natacha observava atentamente as interações entre Solange e Melis

Não demorou muito para que eles chegassem ao local da Gala de Beneficência. De longe, Natacha avistou uma figura familiar.— Olha, não é a Rosa? — A empolgação era evidente na voz de Natacha, enquanto ela puxava a mão de Joaquim.Nesse momento, ao ver Manuel chegando junto com Rosana, algo veio à mente de Natacha, e seu olhar imediatamente se apagou. Natacha perguntou baixinho a Joaquim:— Qual é exatamente a relação entre a Rosa e o Manuel agora?Afinal, Natacha já havia recuperado a memória. Ela se lembrava claramente de que, cinco anos atrás, aquele homem desprezível, Manuel, havia levado Rosana pessoalmente até ela, apenas para humilhá-la com palavras cruéis. Será que Rosana havia se submetido por cinco anos, aceitando uma posição tão humilde ao lado de Manuel?Joaquim percebeu o que Natacha estava pensando e apertou a mão dela, tranquilizando ela:— Não sei ao certo qual é a relação entre eles, mas, Natacha, esta ocasião é muito importante. Você precisa manter a calma.Natacha r

Natacha, na verdade, não tinha muito interesse nem conhecimento sobre joias. Ela apenas achava aquele colar bonito. Já Rosana, ao seu lado, sussurrou em admiração: — Meu Deus, esse colar é lindo! Natacha, olha só, essa peça é realmente maravilhosa. As joias desenhadas pela Karen são sempre deslumbrantes. Manuel, que estava ao lado, observava atentamente a reação de Rosana. Seus olhos mantinham um brilho sereno, mas ele não desviava o olhar daquele rosto vivo e radiante nem por um segundo. Rosana, completamente perdida em seus pensamentos, não fazia ideia de qual magnata da noite seria capaz de arrematar aquele colar. — Este colar de diamante azul se chama Lágrimas do Oceano, uma nova criação de Karen deste ano. O lance inicial é de 6 milhões de reais! — Anunciou o leiloeiro. Rapidamente, lances começaram a ser feitos: — 7 milhões de reais! — 8 milhões de reais! ... — 16 milhões de reais! Quando Joaquim fez o lance final, o salão caiu em silêncio. Natacha ficou u

Rosana temeu que Manuel percebesse algo, então rapidamente balançou a cabeça e disse:— Nada.Manuel era esperto demais, e às vezes, apenas com um olhar, o Sr. Manuel já sabia exatamente o que Rosana estava pensando. Assim como agora. Mesmo que Rosana tivesse respondido de forma evasiva, era evidente que Manuel não acreditava nela.O olhar afiado de Manuel pousou sobre Rosana, e ela, nervosa, engoliu em seco. Decidida, ela se aconchegou no peito do Sr. Manuel, abraçando ele suavemente pela cintura, como um gatinho dócil.Rosana sabia que Manuel gostava dela assim.E, de fato, o Sr. Manuel sorriu de leve, com um traço de satisfação nos lábios, enquanto seus longos dedos brincavam com as pontas dos cabelos de Rosana. Ele perguntou:— Por que está tão obediente de repente? Você quer algo de mim?Rosana hesitou um pouco antes de falar com cuidado:— No fim de semana é o aniversário de cinquenta e sete anos do meu pai. Eu poderia ir vê-lo?Assim que Rosana terminou de falar, Manuel a empurr

Sr. Manuel estava de pé diante da enorme janela panorâmica, contemplando toda a vista de Cidade M. Até mesmo a silhueta de Manuel exalava uma frieza que tornava impossível se aproximar dele. Não, aquilo já não era mais apenas frieza, mas crueldade. Rosana, incapaz de conter sua frustração, perguntou: — Por quê? Manuel, por que você está fazendo isso comigo? — No final, sua voz se quebrou, e as lágrimas começaram a cair enquanto ela chorava. — Se você não quer que eu veja meu pai, poderia simplesmente me dizer! Por que você faz isso? Meu pai já está velho, por que você precisa torturá-lo dessa forma? Os lábios de Manuel se abriram lentamente, e ele respondeu com uma calma cortante: — Eu já te disse que não gosto de ser ameaçado, não é? Rosana, ontem à noite você teve a ousadia de me ameaçar. Você realmente acha que vai escapar? Você pode ir embora, mas e o seu pai? Vai abandoná-lo? O coração de Rosana parecia ser dilacerado lentamente, como se uma lâmina a cortasse pouco a p