Enquanto falava, Breno colocou o pincel de lado, abriu a gaveta da mesa e retirou uma caixa de madeira de jacarandá, a entregando a Íris.- Íris, abra e veja. Íris pegou a caixa e a abriu com cuidado. Dentro havia uma medalha, com gravuras de uma pomba da paz e uma espada. Ela olhou para Breno com curiosidade, perguntando:- Vovô, o que é isso? - Minha querida, isso é algo que seu avô me entregou antes de morrer, um objeto muito precioso para ele, um símbolo de sua vida de herói. Agora, estou passando para você. – Explicou Breno. Ele recordou a vida lendária de seu grande amigo Issac, suspirando. – Seu avô estava mais preocupado com você antes de falecer. Ele me instruiu várias vezes a entregar essa medalha a você depois de quatro anos de casamento com Ângelo... Agora que vocês completaram os quatro anos, ela irá levar ela com as bênçãos de seu avô, abençoando a felicidade do casal, até que fiquem velhinhos juntos! Íris segurou a medalha de ouro em sua mão, como se estivesse atraves

- Implicação? – Perguntou Íris, completamente perdida.Ela deu as pérolas negras a vovô Breno com a simples esperança de que elas trouxessem saúde e paz para ele. O que ela estava insinuando? Ela não fazia ideia.- Assim que vi as pérolas, pensei em essas palavras: gravidez clandestina... – Breno ficou ainda mais sério, questionando Ângelo, que estava ajoelhado no chão. – Seu moleque, seja honesto, os rumores são verdadeiros? Você realmente engravidou outra mulher enquanto estava com a Íris? Ângelo viu que não havia mais como esconder a verdade. Apesar de estar ajoelhado, ele mantinha as costas retas, sua voz era fria e firme: - Agora que você já sabe, não tenho mais nada a dizer. A criança é realmente da família Dellamonica e precisa de uma identidade adequada e de um pai digno. - Você! – Breno segurou o peito, quase sem conseguir respirar e bateu com a bengala nas costas de Ângelo, repreendendo. – Você está louco! Se a criança precisa de uma identidade e de respeito, e quanto à no

Na sala ancestral da família Dellamonica, onde os antepassados da família eram homenageados, ficar de joelhos era a punição mais severa de toda a família.Ângelo permaneceu em silêncio, açoitado nas costas, ajoelhado diante das placas de ancestralidade. O chão gelado e duro parecia querer esmagar seus joelhos.- Deixe alguém aqui vigiar ele. Ele não comerá nem beberá por três dias. Veremos até quando seus ossos aguentarão! – Ordenou Breno, ao mordomo, com um rosto severo e autoritário.O mordomo olhou para as costas ensanguentadas de Ângelo, muito preocupado, e com coragem pediu: - Sr. Breno, Sr. Ângelo acabou de ser chicoteado e está gravemente ferido. Se ele ficar três dias sem comer nem beber, nem uma máquina aguentaria, quanto mais um ser humano vivo! - Quem faz algo errado deve ser punido e ele mesmo concordou com isso. – Breno foi implacável, não olhando para Ângelo nem por um momento.- Mas, mas a Sra. Dellamonica acabou de dizer que foi ela quem pediu o divórcio. Ela também t

- Esse cara é louco, tem paranoia! – Íris saiu da sala ancestral, resmungando com raiva.Ela realmente estava se sentindo idiota por ter sido tão prestativa, só para acabar sendo tratada daquela maneira. Se ela tivesse esse tempo livre, poderia muito bem voltar para casa, tomar um banho relaxante, assistir a uma série e aproveitar a vida.O mordomo, que estava esperando do lado de fora, se aproximou apressado e perguntou:- Srta. Íris, por que você saiu tão rápido?- Ele está delirando e me tratando mal, para que eu iria ficar lá? – Retrucou Íris.- Isso não pode ser assim! – O mordomo fez uma expressão séria, continuando implorando. – Você sabe como é o Sr. Ângelo, ele só fala grosso, mas não tem más intenções. Você precisa insistir para que ele coma, ajudar ele a aplicar a pomada nas feridas, senão ele não vai aguentar até mesmo esta noite.- Eu não quero! – Recusou Íris, mantendo uma expressão determinada e apertando os lábios. – Ele mesmo disse que se viver ou morrer não tem nada

- Recatada e obediente? – Ângelo passou casualmente os olhos pela pilha de documentos, seus lábios finos se curvando um sorriso que parecia frio, mas não totalmente. – Afinal, qual é o mal-entendido de vocês sobre essa mulher?- Não diria que é falta de um mal-entendido? – Zeca engoliu em seco, reunindo coragem para falar. – Nos últimos anos, a Sra. Dellamonica tem sido realmente obediente e dedicada. Ela sempre tratou você com devoção, sendo uma esposa exemplar em casa e uma figura elegante e digna em público. Ela é praticamente o modelo ideal de esposa e mãe. Mas de repente mudar de comportamento... Eu sinto que a responsabilidade recai sobre você, Sr. Ângelo.- Sobre mim? – Questionou Ângelo, lançando um olhar frio para ele.- Claro que sim! – Arriscou Zeca, defendendo Íris. – Se não fosse por você sendo tão frio e insensível com a Sra. Dellamonica ao longo desses anos, e até mesmo traindo ela dentro do casamento, isso teria magoado profundamente o coração dela. Se não fosse por iss