****FELIPE SOSSMEIER**** Quando passamos mais noites juntos do que separados, compreendo que demos um passo sem notar. Será que Lia percebeu? Se sim, ela não reclamou. Talvez porque não precisamos de um rótulo, certo? Mas, desde aquela conversa sobre o maldito João, uma raiva latente ainda ferve dentro de mim. A ideia de que aquele canalha se atreveu a chegar tão perto dela, depois de tudo o que fez no passado, me consome. Para sorte dele, nunca mais apareceu na minha frente. Se o fizesse, eu não teria pensado duas vezes antes de socar a cara dele. Na segunda-feira seguinte à nossa conversa, mandei Liam cancelar qualquer negócio com ele e aquele sócio misterioso. Seja qual for a intenção deles, às custas do meu nome ou das minhas empresas eles não vão ganhar um centavo. Estou imerso nesses pensamentos quando ouço a porta do meu escritório se abrir sem cerimônia. — Então, hoje é o grande dia! — Liam entra sem bater, me arrancando dos devaneios. — Vem cá, deixa te dar um abraço, bro

****LIARA ALMEIDA****Meu coração dispara, e sinto minha garganta apertar. A presença de Britney, tão confiante, me deixa inquieta. Ela se aproxima lentamente, seus saltos ecoando no ambiente tomando por um silêncio constrangedor.Felipe se levanta devagar, mantendo o olhar fixo nela. Sua expressão é uma mistura de surpresa e irritação. Ele respira fundo antes de falar, sua voz baixa e controlada.— Britney... O que você está fazendo aqui?Ela dá de ombros, como se a resposta fosse óbvia.— Achei que deveria vir te parabenizar pessoalmente. — Seus olhos brilham com malícia enquanto ela continua. — E claro, ver minha filha.A palavra "minha" me atinge como um soco no estômago, mas mantenho a compostura. Sei que essa batalha não cabe a mim, Felipe precisa lidar com ela do jeito dele.— Este não é o momento, Britney. — Felipe responde friamente, vejo que está tentando manter o controle. — Estamos em um jantar de família.— Ah, claro. — Ela sorri debochada, seu olhar se voltando para minha

****LIARA ALMEIDA**** Felipe ainda dorme quando abro os olhos. O silêncio do quarto é preenchido pela respiração pesada dele, uma que senti tantas vezes na minha pele durante a noite, quanto as mãos que deixaram um rastro de calor pela pelo meu corpo. A luz da manhã invade pela fresta das cortinas, criando uma linha de sol que dança no chão. Fico ali por alguns minutos, observando-o. É tão surreal, me sinto em um sonho acordada. Sorrio ao lembrar de tudo que fizemos durante a noite. Cada beijo me fazia querer mais, como se ele fosse o único ar que eu precisava. Foi uma dança perfeita, nossos corpos se movendo com tanta naturalidade, como se tivessem sido feitos para se encaixar. Aquele homem, tão controlado e firme no dia a dia, se transforma quando estamos sozinhos, se revelando um amante ousado, me deixando explorá-lo e conhecê-lo de maneiras que jamais imaginei. Decido não acordá-lo. Me levanto com cuidado e desço até a cozinha, onde preparo um brunch rápido para nós dois. Quando

****FELIE SOSSMEIER****Sem paciência para aguardar o tempo do elevador, desço as escadas correndo, o coração disparado, a cabeça rodando com mil pensamentos. Cada passo ecoa como um lembrete de que ela foi embora, e talvez eu tenha estragado tudo. Não quero acreditar, mas é o que parece. Chego à porta do apartamento de Diana toco a campainha como um desesperado. Nada.Bato três vezes, com força. Poucos segundos depois, Diana abre a porta, e só pela expressão dela, já sei que estava esperando por isso.— Entra… — diz, com o semblante fechado — Sabia que viria.— Onde ela está? — A ansiedade em mim é evidente — Passo por ela, invadindo o apartamento na ânsia de encontrar minha mulher — Liara? Lia, amor. Vamos conversar?No corredor, abro porta por porta e não a vejo. Se ela não está aqui, pra onde mais iria? Talvez com Liam? Mas estávamos juntos até minutos atrás.Minha mente está em pânico. Volto para a sala frustrado depois de revirar cada cômodo do apartamento, sem sucesso.— Ela nã

****LIARA ALMEIDA**** Diana para o carro na vaga mais próxima da entrada do hospital. Sinto minhas mãos suando, um frio estranho na barriga. É a primeira vez que verei Felipe desde que o deixei sem aviso prévio. Quase uma semana passou, mas parece uma eternidade. As coisas entre nós estão estranhas, mas Chloe... Chloe ainda é o meu coração todinho, a única coisa que eu não aceito perder. Assim que passamos pela recepção, vejo Liam. Ele está de pé, ao lado do balcão, conversando com uma das enfermeiras. Quando nos vê, ele acena discretamente. — Como ela está? — Diana pergunta, ansiosa, apesar da pose firme de sempre. — Felipe está com ela. Os médicos estão realizando alguns exames. — Ele olha pra mim, posso ver a preocupação em seus olhos. — Vamos lá. — Diana toma a frente. Chegamos ao quarto, a porta está entreaberta, e eu posso ver Felipe de longe. Meu coração acelera. Ele está sentado ao lado da cama, com a cabeça baixa, segurando a mão da filha com carinho. Diana entra prime