Henry M I T C H E L - Narrando♛ Eram por volta das sete da manhã, quando passei pelas enormes portas de vidro da empresa, a procura de Ananda com a minha agenda do dia. Eu a liguei algumas vezes, mas não tive respostas, precisava primeiro fazer a visita ao prédio de artes antes de atender a todas as reuniões marcadas para o dia. Entrei no elevador apertando o botão do décimo nono andar, onde ficava a salada diretoria e ao lado o meu escritório. Assim que a cair a metálica se abriu, dei de frente com uma garota de fios curtos avermelhados, o que sem querer me causou um "susto" por quase ter esbarrado nela. —Bom dia senhor Mitchel! - Falou ela de forma gentil. —Senhorita Monero, Bom dia! - Respondi vendo os olhos dela formarem dois traços finos e ela assentir com a cabeça em resposta. Vicktória Monero era a melhor amiga de Hana na época da escola. Elas não se falavam mais desde que a ruiva precisou ir para o exterior para acompanhar a família. O pai dela havia sido transferido de

Hana B A C K E R- Narrando♛ Me afastei de Henry assustada e caminhei em passos rápidos em direção ao banheiro feminino. Fui até o lavabo e ao olhar meu rosto pelo reflexo do espelho, vi o quanto eu parecia miserável. Era estranho ouvir aquilo de Henry depois de tudo o que aconteceu entre nós. Existem lembranças que nunca conseguimos mudar e uma delas foi a vez em que Henry voltou para casa muito embriagado e quanto eu tentei o ajudar, ele simplesmente me beijou me chamou de "Nanda". Não seria irônico ouvir que ele nunca a quis? Abri a torneira e enchi minhas mãos de água, molhando meu rosto em seguida. Eu estava me sentindo muito confusa e cada vez que eu me aproximava de Henry, pior ficava a minha cabeça. Eu realmente o odiava? Respirei fundo e passei a mão no suporte de folhas, notando não haver mais papel. Assim que me virei para buscar no próximo, me assustei ao ver Ananda parada atrás de mim. —Aqui! - Falou com um tom baixo, me estendendo um pacote de lenços. —Obrigada!

Hana B A C K E R - Narrando ♛ Eu me surpreendi comigo mesma ao dizer aquelas palavras; não imaginava que seria capaz de tanto e que partiria de mim dar aquele passo. —Olhe só para nós, bastou mais um momento fúnebre para nos deixar sensíveis...De novo! -Falei com humor, notando Henry ainda parado me olhando. Ele não me respondeu nada de imediato, mas assim que ameacei voltar para o banco do passageiro, Henry puxou minha mão, fazendo com que eu voltasse para o colo dele. —Não se preocupe com isso, porque eu não pretendo mais te deixar em paz. - Disse ele passando as mãos nas minhas costas para nos aproximar. Quando estávamos a milímetros de distância, o celular de Henry tocou e então, nos afastamos. Voltei para o banco e limpei a garganta, me virando para a porta vendo o pôr do sol através do vidro da janela. Henry parecia digitar algo de forma apressada e em seguida ele colocou o celular no suporte do câmbio de marcha dirigindo apressado. —Aconteceu alguma coisa? - Perguntei ass

Hana B A C K E R - Narrando♛ Henry havia se enrolado em um roupão depois de se secar e decidiu pedir algo para comermos enquanto eu estava secando as roupas dele com o secador. Eu havia o ouvido no telefone, Henry conversava sobre os preparativos do funeral, dando ordens dos detalhes para Scarlet e Jeremy por chamada. Terminei de secar as roupas de Henry e quando voltei para o quarto, o vi em pé na varanda desligando a chamada. Ele estava sensual sob a luz da lua vestindo apenas aquele roupão e antes de o entregar as roupas, fiquei mais um instante o admirando. —O que foi? Gostou do que vê? - Perguntou ele vindo até mim. Por um instante parecia até que eu estava enfeitiçada por aquela visão. Me senti privilegiada. —Quantas mais já tiveram essa sorte? - Perguntei instantaneamente, percebendo depois o que eu havia dito. Henry sorriu e veio até mim, encostando o dedo na minha testa empurrando levemente a minha cabeça. —Nenhuma outra, sua boba! - Respondeu ele pegando as roupas da m

Hana B A C KE R - Narrando ♛ Já faziam três meses desde que eu havia presenciado o acidente de Henry. Ele estava em coma e não tinha nenhum estímulo no corpo que mostrasse sinais de vida, fora o coração e o cérebro que, por uma razão se manteve funcionando. Em todos os exames ele se mostrava normal, porém não abria os olhos, não se movia ou até mesmo respondia a picadas de agulhas. Toda semana, Henry era submetido a uma nova tomografia para saber se havia obtido algum progresso, mas era sempre os mesmos. "Não sabemos o que ele tem" "É só questão de esperar" Isso era o que todos os médicos diziam. O fato de Henry ter sobrevivido, virou motivo de alívio para muitos e especulações para outros. Uns chamavam de "Milagre" outros diziam que "Vaso ruim não quebra" E eu chamava de Fé. Eu acreditava que ele logo voltaria para mim. Na verdade, eu ansiava por aquilo o tempo todo! E mais um dia saí da aula de ballet vindo direto para o hospital. Eu queria cuidar dele e estar por perto para