Capitulo 5

Passando uma semana chegando à quinta feira à tarde quando o sol estava indo embora, Vanessa começava seu tratamento psiquiátrico. Segredos mais íntimos seriam revelados. Ela precisava tirar um peso dos seus ombros pela tensão que sofria, e a pressão psicológica era enorme, pela necessidade em poder desabafar com alguém.

Era muito amiga de sua vizinha, e sócia Gisele. Mas não confiava segredos como aqueles que só ela guardava. A partir do momento em que ela colocasse pra fora algo que estava atormentando a sua vida, certamente não seria mais a mesma.

Após de ter descido para estacionamento entrando em seu carro indo para a clínica psiquiátrica de Cristóvão Cruz com quem ela faria suas sessões todas as quinta-feira à tardinha sendo sempre às seis horas da tarde. Olhou para trás e disse:  

“Boa sorte menina". 

Ao chegar à clínica minutos antes da hora marcada motivo? Se sentia sufocada por não confiar  em ninguém. Os dois estavam em busca da verdade, psiquiatra e paciente uma união que podia dar certo, ela estava em busca da verdadeira identidade. E ele estava em busca de justiça pela morte do seu filho. Embora não sabendo que ela tinha a chave do mistério, que envolvia a morte do seu filho. Assim quis o destino colocar frente a frente a vítima e a causadora do sofrimento. Ela entrou no consultório, e deitou-se sobre a poltrona maca perto da janela que dava vista para o mar.

E do lado da poltrona havia outra em que Cristóvão Cruz costumava ficar sentado, e ouvia os relatos de seus pacientes. Após deixar seus pacientes bem relaxados e confortáveis para se sentir mais confiante a responder perguntas sobre seus dramas pessoais, e psicológicos.  

        — Então... Vanessa está calma para responder às perguntas que eu vou fazer?  

       — Estou sim, Doutor! 

       — Então... Vamos começar. Em primeiro lugar quero dizer o que disser aqui ficará só entre nós, entretanto conte toda a verdade, nada mais que a verdade, não tenha medo, e nem vergonha. Seja lá o que for, só assim poderei te ajudar, está bem?

       — Sim, Doutor! 

       — Então... Responda-me! Qual é seu nome? 

      — Meu nome é Yasmim! 

      — Yasmim? Você não se chama Vanessa?

      — É uma longa história que mais adiante o senhor ficará sabendo! 

      — Você tem mãe? 

      — Sim! 

      — E como ela se chama? 

      — Claudete. 

      — Tem pai? 

      — Sim, tenho, mas não a conheço! 

      — Como assim? 

      — Bom. A minha mãe conheceu um homem, namorou ele acreditando que ele era solteiro, mas na verdade era casado, e acabou engravidando a minha a mãe, e  covardemente - o abandonou! 

       — E o que aconteceu depois? 

       — Depois... Ela conheceu meu padrasto.

       — Quantos anos você tinha quando sua mãe conheceu seu padrasto? 

       — Eu tinha quatro anos quando os dois foram  morar juntos! 

       — Tem irmão? 

       — Sim, ele se chama Lucas, seis anos mais novo do que eu! 

       — Como se chama seu padrasto? 

       — Jandir! 

       — E como era seu padrasto? — Vanessa fez uma pausa, e respirou fundo, e soltou o verbo.

       — Bom… Pra começar! Ele foi o melhor pai que uma filha pode sonhar em ter na sua vida, era perfeito como pai pra mim, e pro meu irmão, e bom marido para minha mãe, como homem, e como pessoa, batalhador, e honesto.

Um cidadão acima de qualquer suspeita, trabalhava como engenheiro agrônomo, dono de um laboratório de pesquisas de produtos agrícolas, profissão independente. E tinha seu empreendimento próprio.

Prestava serviços para as cooperativas agrícolas no qual era contratado para fazer análise no plantio de soja, milho, feijão, fumo, hortaliças, trigo, arroz. Entre outros produtos agrícolas. Além de ter  suas lavouras. 

      — E, marido de sua mãe, como ele era? — Vanessa fez mais uma pausa.

      — Como marido! Bom... Ele sempre foi atencioso, carinhoso, fiel, e leal, e como pessoa não tinha vícios, não fumava não bebia, entre aspas, bebia sim, mas socialmente só um drinque antes do jantar, e nada mais.

O seu único defeito era ser careta, e religioso, que ia todos os domingos a Igreja Católica. E como padrasto foi melhor pai, sempre me deu atenção, me pegava no colo, e contava histórias infantis, me levava para cama e fazia dormir, e apagava as luzes do meu quarto.

E sempre foi assim desde criança, tinha muita paciência comigo, na verdade ele me mimou demais.

       — E o que a sua mãe achava disso tudo?

       — Maravilhoso, e orgulhosa do marido que tinha, e convenhamos minha mãe era uma mulher de sorte!

      — Como assim mulher de sorte? O que quer dizer?

      — Porque além dele ser fiel, trabalhador, honesto, sem vícios e apaixonado por ela. Era um homem bonito, alto moreno, olhos castanhos, claros, cabelo preto liso que caia sobre o rosto, musculoso, não era gordo e nem magro! Um dos homens mais bonito que já conheci, quase perfeito! 

        — Como assim? 

        — O único defeito, que se preocupava muito com a opinião dos outros! 

        — E a sua relação com seu irmão? 

         — Nós brigávamos muito por ciúmes, porque eu queria atenção do meu padrasto só pra mim, eu  fazia arte e colocava culpa nele só pra ver o Jandir brigar com ele. Como filha eu era muito ciumenta, mas ai um dia as coisas mudaram!  

       — Como assim? Perguntou Cristóvão Cruz!

       — Bom... Mais uma pausa, Vanessa sentiu-se  emocionada, e lágrimas desciam dos olhos, ao  lembrar-se da infância. Respirou fundo, e fechou os olhos, desculpe Doutor. 

       — Tudo bem, mas prossiga! 

       — Bom! Até os meus dez anos, eu tinha um amor de filha, quando completei doze anos era saudável, e uma saúde de sobra. Me tornei uma moça quando tive a primeira menstruação, foi  me transformando, e cresci precocemente, tinha lindas pernas seios fartos! Cristóvão arregalou os olhos.  

          — Não, Dr. Não é isso que o senhor está pensando, não vai tirar conclusões precipitadas! 

          — Calma, não falei nada! 

          — Com a boca não, mas com os olhos sim! Disse ela rindo.  

          — Está bem, conclua! 

          — Bom... Vanessa olhou o teto do consultório cruzando os dedos com dificuldade em responder certas perguntas. 

          — Relaxe; não precisa ter vergonha! Dissera Cristóvão Cruz.  

          — Meu padrasto: costumava viajar muito para a fronteira do Estado fazer análise nas plantações, e ficava uma semana, ou até um mês longe de casa, e quando chegava não tinha hora certa pra chegar; a maioria das vezes chegava à noite!

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