CAPÍTULO 3

"Pena que eu não posso dizer o mesmo de você com essas roupas." Fez uma careta. "Elas escondem muito! Maaaaas... A gente vai mudar isso, já já." Disse, pegando a mão dele e puxando-o na direção do quarto que eles tinham usado no meio da tarde, depois de torná-lo visível.

Dentro do quarto, ela tirou o colete dele, depois abriu os botões da camisa, e deixou que ele a retirasse, mas não tocou nele nenhuma vez e nem deixou que ele a tocasse. Os dois se olhavam intensamente e podiam ver o desejo crescente se manifestando no outro, nas pupilas dilatadas, na respiração ofegante, nos pelos arrepiados. A tensão sexual era enorme, mesmo o contato sendo nenhum, o que para ambos era uma novidade assustadora e, ao mesmo tempo, absurdamente atraente.

"Agora, sim... muito gostoso!" Ela disse, se afastando. "Você pode relaxar enquanto eu coloco uma música. Pode tirar os sapatos, se achar que vai ficar mais a vontade, mas pra mim tanto faz. E pode sentar no sofá ou deitar na cama... tanto faz também. Onde você achar que fica melhor pra me ver..." Se virou e procurou pelo olhar dele. "DANÇAR pra você."

"Ok." Ele engoliu seco, se livrando rápido de sapatos e meias. Escolheu a cama, pois achou que se sentiria melhor nela.

"Dessa vez, eu vou deixar você olhar, é claro." Ela disse, se aproximando do poste de pole dance. "E não vou amarrar suas mãos, por enquanto, mas posso fazer isso, se você não se controlar, ok?"

"Co-como assim?"

"Você não pode usar as suas mãos, Gabriel. Você vai SÓ me olhar... Sem me tocar e sem SE tocar, ok?" Ele balançou a cabeça positivamente, apesar de já estar achando aquela tarefa extremamente difícil.

Ela sorriu e começou a se movimentar em volta do poste, despretensiosamente no início, até porque o ritmo da música era lento. Mesmo assim, já era uma visão deliciosa aquele corpo perfeito embrulhado em cor de laço de fita no Natal, esperando para ser desfeito. Os movimentos começaram a ficar mais ágeis, com jogadas de cabelo, agachamentos com as costas coladas ao poste, pernas se abrindo e fazendo o vestido subir ainda mais, pernas e braços escalando o poste, o corpo rodando em volta dele, com leveza. Viviam fechava os olhos e se deixava levar pela música, alisava o mastro, alisava as próprias pernas, os quadris, o colo, ia roçando o corpo no poste, rebolava, passando as mãos pelos cabelos.

Se não houvesse uma regra e Gabriel não quisesse muito agradar a dominadora mulher a sua frente, ele certamente já estaria com a mão dentro das calças, dando um jeito na já plena ereção de seu membro. Se ele não estivesse curioso para saber até onde iam os jogos de sedução de Viviam ou não se importasse que ela ficasse irritada e talvez não quisesse vê-lo de novo, ele já teria ido até ela e trazido a garota para a cama, para fazer sexo com ela novamente, e dessa vez do jeito dele.

Gabriel podia ser tímido e não ter muitas experiências, principalmente com jogos, sobre o que, aliás, estava realmente disposto a aprender, mas era homem e já tinha tido namorada. Não era nenhum virgem que não soubesse tocar e dar prazer a uma mulher! Dentro dele, também havia uma fera que a vida tinha se encarregado de reprimir e aquela poderia ser uma oportunidade para lidar com ela, tirá-la de sua caverna, mesmo que ele ainda não soubesse exatamente como.

Na medida em que a música ficava mais agitada, o mesmo acontecia com Viviam, que voltara a abrir os olhos e observava Gabriel se movimentar nervosamente na cama, mexer nos cabelos, ajeitar os óculos, ocupar as mãos para não fazer o que ela havia proibido que ele fizesse. Encarou o rapaz e agachou, devagar, abrindo as pernas e mostrando a calcinha de renda, tão vermelha quanto o vestido e os sapatos de salto.

Foi subindo o corpo, encostado ao poste metálico, ao mesmo tempo em que deslizada as mãos pelas coxas, do joelho até a barra do vestido, empurrando o mesmo ainda mais pra cima. Rodou em volta da barra de novo e desceu agora de frente para ela, esfregando o corpo no metal frio muito lentamente, deixando que ele pressionasse a sua intimidade, e gemendo alto, sem tirar os olhos de Gabriel.

Com a mesma sensualidade, olhar provocante e jeito dominador, Viviam caminhou até uma cômoda que ficava em frente a cama e subiu nela, sentando-se de pernas cruzadas e apoiando as mãos um pouco atrás do corpo. Sorriu orgulhosa para Gabriel, que não conseguiu retribuir o sorriso, mas apenas soltou um suspiro, secando o suor da testa e passando as mãos pela calça.

"Você me quer, Gabriel?" Perguntou, manhosa.

"Você..." Secou a garganta, porque a palavra quase não saiu. "Você não te-tem idéia!"

"O que você quer fazer comigo, hum?"

"Tudo!" Respondeu, sem titubear, sincero.

"Tudo?" Deu uma risadinha. "Ambicioso você! Eu gosto disso. Mas não, Gabriel! Não tudo... não hoje. Você tem que escolher uma coisa, uma só coisa pra fazer comigo. O que vai ser?"

"Hum... Te tocar?" Perguntou, confuso.

"Bom, você pode me tocar, é claro. Se for essa a sua escolha. Mas, como você é novo nisso, me deixa te explicar direitinho, gostoso." Ele assentiu, atento. "Vai ser uma coisa só e eu não vou fazer absolutamente nada, só você vai. Se você me tocar, e me der prazer assim, pra mim, tá perfeito, mas eu não vou te tocar, e você não vai poder se tocar enquanto eu estiver aqui e... Bom, imagino que isso possa ser um pouco frustrante pra você, por isso talvez seja bom você aproveitar pra escolher outra coisa, já que, dessa vez, eu to te dando escolha e não vai ser sempre assim."

"Então, se eu q-quero transar com você, eu tenho que escolher transar e..."

" E vir até aqui, de uma vez, e colocar essa coisa grande e gostosa com força dentro de mim, e me fazer gritar seu nome, Gabriel." Ela descruzou as pernas e as abriu um pouco. "Você não quer que eu grite o seu nome, hum?" Questionou, mordendo os lábios.

Ele levantou rápido como um foguete, abrindo o cinto e a calça com destreza, e caminhando até ela, ao mesmo tempo, enquanto ela abria a primeira gaveta da cômoda, pegava uma camisinha e tirava a calcinha, abrindo mais um pouco as pernas, para que ele ficasse entre elas. Com surpreendente atitude, ele tomou o preservativo da mão dela, e o esticou por meu membro, que não tinha se desanimado nem mesmo com a pausa inesperada para explicações feita no meio da brincadeira dos dois. Puxando o quadril dela com uma das mãos, ele usou a outra para levar o pênis à entrada dela, deslizando para dentro da garota com facilidade, sentindo que a excitação dela também era intensa.

Os dois movimentaram os quadris com força e rapidez, e ele teve que unir todas as forças que sequer sabia ter, para conseguir não segurar os seios dela em suas mãos, não avançar a boca na direção de seus lábios, não falar o nome dela, que era proibido mesmo nesses momentos aparentemente tão íntimos. Ela mesma também teve que se segurar, muito mais do que em qualquer momento de sua vida de que pudesse se lembrar, para não pedir o toque dele, os beijos, e outras coisas que estavam fora do combinado, apesar de continuar achando o jogo todo muito excitante, e de ter tido rapidamente a certeza de que ele também o estava aproveitando, já que não demorou nem um pouco para ele gozar, logo depois que ela gritou o nome dele, como prometido.

Depois que os dois recuperaram o fôlego e ele saiu de dentro dela, ela vestiu a calcinha e desceu da cômoda, dando-lhe um sorriso malicioso, que foi correspondido por outro repleto de satisfação, enquanto ele ajeitava a própria roupa.

"Você pode dormir aqui, se quiser. Eu sei que você mora longe, e pode ser que você prefira relaxar, de uma vez. O quarto de hóspedes está preparado pra você e a Cora tem ordens para te servir um jantar, ou um lanche... O que você preferir." Ele olhava para ela, apenas pensando em como ela podia ser tão impessoal de uma hora para outra, apesar de simpática e educada. Afinal, eles tinham acabado de transar! "E amanhã, o Brad pode te levar até a sua casa, pra você trocar de roupa, de manhã. Ou, se você não quiser ficar, ele também pode te levar agora, não tem problema." Sorriu e ele apenas balançou a cabeça, porque ainda não sabia se queria ficar ou ir. Tudo era tão louco! "Amanhã eu te vejo aqui na mesma hora?" Ela questionou, mordendo o lábio, esperançosa de que ele dissesse sim, mas tentando não demonstrar muita ansiedade.

"Claro. Ama-manhã, na mesma hora." Ele respondeu. E foi o suficiente para que ela sumisse, deixando-o sozinho com seus inúmeros pensamentos, das mais variadas tonalidades.

Gabriel tirou os óculos, colocou-os sobre a mesa, coçou os olhos algumas vezes, e se espreguiçou, enquanto bocejava, mais uma vez. Além de ter tido que se levantar bem cedo, para ir da casa de Viviam até a sua, e trocar de roupa, antes de seguir para o escritório, não era propriamente correto dizer que ele tinha dormido pouco. Na verdade, ele tinha somente tirado alguns cochilos, ao longo da noite, durante os quais sonhara com Viviam, roupas vermelhas, lenços de seda, olhares intensos, gemidos e corpos queimando de prazer.

Estava cansado, sonolento, mas, acima de tudo, sua dificuldade em organizar e preencher as planilhas abertas em seu computador se devia ao fato de estar extremamente confuso. Ao conhecer, duas semanas antes, a CEO da empresa para a qual tinha começado a trabalhar havia pouco menos de um mês, jamais teria imaginado que ela fosse uma mulher com uma vida sexual diferente, secreta. Ela tinha parecido muito séria, compenetrada, e ele teria apostado que ela seria do tipo conservador, em suas relações.

Menos ainda poderia ter imaginado que seria convidado a participar do instigante, apesar de um pouco ameaçador, jogo sensual que ela promovia. Ela tinha atraído a atenção dele, despertado o seu desejo, de forma totalmente imediata, mas parecia uma fantasia, um sonho impossível para um simples chefe de contabilidade se aproximar, a não ser por necessidades profissionais, da maior acionista e principal gestora da empresa.

Principalmente, quando este cara era o típico contador, com óculos de nerd, roupa de nerd, amigos nerds, que lidava mais com números do que com gente e, por muitos anos, considerara sinônimo de diversão jogar xadrez com o avô, gamão com a avó e RPG com os colegas de faculdade.

O fato é que, para sua sorte, esse tipo (esquisito, na concepção de muitos) parecia se enquadrar perfeitamente no modelo de homem submisso. E, sendo Viviam uma dominadora, ela acabara atraída por ele, e ele se vira envolvido em uma aventura que jamais poderia ter concebido, com a mulher com quem ele já tinha imaginado, muitas vezes, cometer todo tipo de pecado.

Gabriel agora não conseguia decidir o que era mais atraente: a própria Viviam ou a ideia de um sexo cheio de novidades e surpresas. Suspirou, recolocando os óculos e olhando para a tela do computador, decidindo trabalhar ou as atividades se acumulariam. O trabalho não era pouco e sua saída na tarde anterior, com Viviam, já tinha atrasado alguns lançamentos.

Um telefonema inesperado, no entanto, acabou interrompendo suas obrigações, novamente, e, mesmo sabendo que depois teria que correr atrás do prejuízo, ele saiu de sua sala, largando tudo, sem pestanejar. Nunca havia imaginado que alguém poderia se sentir tão tenso e tão empolgado ao mesmo tempo, até aquele momento.

Em seu grande escritório, Viviam batia com as unhas no tampo da mesa, observando nas próprias mãos a única coisa com uma cor um pouco mais forte, em todo o seu visual de executiva séria. Respirava fundo, tentando controlar a impaciência do seu corpo, que reagia de forma impressionante à iminente chegada de Gabriel.

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